[Edição especial] #29 Nós por nós — Fabrício Nazário
1. Me conte um pouco sobre você..
Eu comecei a trabalhar aos 10 anos como jardineiro, depois numa fábrica de blocos e depois como vendedor atacadista. No período de alfabetização, eu tive muita dificuldade para aprender a ler e a escrever, até que na quarta série (5º ano) fui reprovado. E foi uma reprovação que trouxe coisas boas, porque no ano seguinte entrei em uma turma engajada que gostava de estudar, aí eu comecei a gostar de estudar. Estudando a história da África eu desenvolvi um senso crítico em questionar algumas coisas, principalmente sobre a empregabilidade das pessoas da minha comunidade, em que homens iam trabalhar em obras e mulheres em casas de famílias. Desde então, eu quero quebrar esse ciclo de alguma forma. Entrar na universidade foi uma maneira de encontrar respostas e, apesar das adversidades para conseguir ingressar [na universidade], durante esse tempo eu comecei a participar mais das reuniões dentro da comunidade quilombola e a entender como funcionava. Com 18 anos, entrei na associação do distrito como vice-presidente para aprender e aplicar [os aprendizados] na associação quilombola. Depois virei presidente e nesse tempo aprendi a liderar pela escuta. Foram 4 anos assim e hoje temos uma sede com restaurante. Por fim, surgiu a oportunidade de fazer estágio no Grupo O Boticário e em 2022 eu ingressei na Faculdade de Economia da UFABC, me mudando para São Paulo.
2. Quando você começou a participar do Instituto?
Comecei no Instituto no início de 2023 e fui cada vez mais me aproximando dos líderes, até que surgiu essa parceria de estar de maneira fixa aqui.
3. Quais atividades desempenha aqui?
Hoje atuo como mentor de soft skill.
4. Qual(is) aluno(s) você acompanha?
Acompanho o Júlio, o Maycon, o Richard e a Lisa.
5. O que te fez querer participar do Instituto?
Foi uma conexão de propósito e a vontade de querer ajudar outras pessoas.
6. De que forma o Instituto impacta sua vida?
O Instituto impacta minha vida ao dar a oportunidade de cumprir o meu propósito de contribuir na vida de outras pessoas vulneráveis. Estar no Instituto é transformar vidas e transformando vidas a gente transforma a sociedade; transformando a sociedade, uma hora vamos transformar o país.
7. Qual é o seu sonho?
Conseguir agregar valor positivo na sociedade de maneira escalável.
8. Quem/o que mais te inspira?
Minha mãe.
9. Qual foi o maior desafio que você já enfrentou?
Achar que eu não seria capaz de realizar os meus sonhos.
10. Se eu pedir para seu melhor amigo (a) apresentar você, o que ele (a) diria?
"O Fabrício é uma pessoa extraordinariamente encantadora e amável, com um coração pra lá de enooorme e muito acolhedor. Altruísmo, empatia e honestidade é o que lhe definem. Tem uma conexão forte com pessoas e assim elas não passam despercebidas por ele, pois impactar vidas é o que lhe move. Somado a isso, a sua comunicação objetiva e muito eficiente e sua vontade de fazer acontecer é um dos seus pontos mais fortes, o que faz com que as coisas saiam do papel e sejam realmente realizadas. Quando ele quer, sai de baixo! É aquela pessoa que queremos sempre estar por perto e que não percebemos a hora passando quando nós estamos com ele. Ele faz acontecer, muda e influencia o ambiente de forma positiva. Não cabem palavras aqui, poderia dar mil e um adjetivos. Fabrício é uma pessoa indescritível, admirável e com uma história de vida muito inspiradora. Só conhecendo mesmo!"
11. Qual conselho você daria para quem quer começar a dar mentorias? E o que você acredita ser essencial para um mentor?
Para as pessoas que querem começar a dar mentorias eu diria que "ninguém é tão grande que não possa aprender e nem tão pequeno que não possa ensinar". Acredito que o essencial para ser um mentor é você ter uma vontade genuína de querer ajudar outras pessoas através das suas experiências pessoais e profissionais.
12. Com poucas palavras (um tweet), nos convence do porque ser mentor/coach no Instituto Taqtile vale a pena?
Todos nós estamos vivenciando uma fase da jornada. A sua jornada até aqui já tem o potencial de ajudar muitas pessoas. Como você quer usar esse potencial?
13. Uma música que te tira da bad ou que te dá energia para começar um dia de trabalho com bom humor
Não tenho!
