Relacionamento como instrumento de transformação

Instituto Você RJ
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4 min readJul 18, 2018

Como seria uma vida repleta de relacionamentos saudáveis?

Você já imaginou uma vida repleta de relacionamentos saudáveis? O que você faria se pudesse convencer qualquer pessoa de que isso é possível?

Relações-públicas formada pela UERJ, sempre vi relacionamentos como molas propulsoras de mudanças e eu imaginava que já conhecia todas as técnicas necessárias para fazer esse resultado acontecer, afinal, minha formação acadêmica visava formar profissionais especializados em estabelecer relacionamentos com base em transparência, interesses
mútuos e uma comunicação em mão dupla. Por meio desse modelo, seria possível transformar verdadeiramente a realidade de nossas empresas e sociedade, papel fundamental da atividade.

Anos atrás tomei a decisão crucial de fazer um treinamento à base de programação neolinguística (PNL) e o que eu não esperava aconteceu: ao buscar algo que desse empoderamento aos relações-públicas para a defesa de seu lugar no mercado, eu encontrei algo para o meu próprio desenvolvimento. Ao final do fim de semana, um profundo mergulho dentro de mim e muito estudo depois, percebi uma incongruência — fruto de um desalinhamento entre o que eu sentia e o que eu de fato fazia: especialista em relacionamentos corporativos, mas completamente aprendiz em relacionamentos pessoais.
Valorizava muito mais meu lado profissional do que minhas relações pessoais, apesar de internamente achar que eu fazia um grande esforço em fazer o contrário.

As técnicas aprendidas na faculdade me ensinaram como estruturar a comunicação de uma empresa e os relacionamentos com seus públicos com base no que elas realizam, inclusive, promovendo mudanças em suas ações para que a comunicação seja mais transparente, mas foi com a PNL que aprendi a importância de alinhar a maneira como nos comunicamos e nos relacionamos dentro de nós mesmos e como isso afeta diretamente as
nossas relações, me mostrando que alguém que não se comunica e não se relaciona bem nos níveis pessoais dificilmente terá sucesso em seus objetivos também em outras esferas. É claro que quem aprende a técnica a pode executar, eu o fazia bem, mas qual será o profissional que o fará melhor: aquele que faz o que aprendeu ou o que faz aquilo que acredita e aplica em sua própria vida? Hoje tenho certeza que é a segunda opção.

A vida dos indivíduos (e das organizações) é feita de relacionamentos, de negociação e de compromissos e que são mais bem exercidos quando a comunicação funciona, quando os interesses são comuns e realizados de forma coletiva. E como humanos que somos, dependentes uns dos outros e sociais, relacionamentos são fundamentais para a nossa saúde e transformação, mesmo que não nos demos conta, não é possível viver sem.

Para nos transformarmos, é necessário desenvolver a habilidade de compreender nossa própria experiência pela experiência com o outro. São nossas relações possibilidades de enxergar luzes e sombras de nós mesmos, afinal, a vida é um espelho onde só podemos enxergar aquilo que reconhecemos e só reconhecemos aquilo que temos dentro de nós. E
como percebemos o mundo faz total diferença na maneira como tratamos nossos pares, como nos relacionamos com o mundo. É necessário entender muito o seu próprio mundo para entender o mundo do outro. E que embora a outra pessoa tenha um ponto de vista diferente do seu é possível conviver e se relacionar com ela, estando aberto e atento às possibilidades de transformação e crescimento.

Uma vez que há grande necessidade de a sociedade e das organizações em
estabelecerem relações e/ou trocas com os outros, o conhecimento sobre as técnicas de relações públicas e as de PNL de forma combinada tem se mostrado bastante assertiva. Assim como as relações públicas criam condições por intermédio do dialogo planificado e permanente para a formação de públicos, tendo em vista o interesse social, a PNL cria condições e estratégias internas para que possamos construir relacionamentos transformadores, nos auxiliando a encontrar dentro da mente e do coração nossas próprias
motivações para agir de maneira Y ou Z. E nos permitindo alinhar nossos objetivos com o que está dentro de nós, promovendo mudanças de forma estruturada e profunda. E olhando para dentro não há como fugir: você enxergará exatamente o que pode mudar para atingir seus resultados, encontrar novas motivações e espaço para estabelecer relacionamentos mais
verdadeiros com quem está no seu entorno.

Estudando PNL aprendi que da mesma forma como a capacidade do profissional de RP em criar e construir relacionamentos estratégicos e transitar com facilidade entre as diversas frentes de comunicação é importante para o desenvolvimento das organizações, as relações
são importantíssimas no desenvolvimento pessoal de cada um de nós, são as relações que nos permitem enxergar e alterar nosso próprio mundo interno. Os relacionamentos são fundamentais e instrumentos poderosos para o nosso processo de desenvolvimento pessoal. São nas relações que podemos ter consciência de atitudes e comportamentos que sozinhos não podemos enxergar. E muitas vezes não conseguimos aprofundar nossas relações
justamente porque tememos o que vamos encontrar. Assim como tememos nossas próprias revelações, tememos as revelações do outro. A vulnerabilidade assusta, mas a permissão para estar vulnerável muda as relações, as amizades, os amores. Por isso, a importância de se colocar a disposição das relações, de comunicações efetivas e transparentes para o nosso crescimento.

Ao nos permitimos mostrar para o outro em nossas forças e fragilidades, permitimos que o outro faça o mesmo e revele em si mesmo o desejo de mudar, de se desenvolver. E no desenrolar dos relacionamentos, esses aprendizados vão surgindo, você vai se permitindo viver. Afinal, não há como fugir dos relacionamentos já que a vida em si é feita de relacionamentos, seja com pessoas, com objetos ou com seus próprios pensamentos. É uma
necessidade humana se relacionar. E é esse o meu objeto de estudo, de trabalho e de desenvolvimento. É por meio dos relacionamentos que eu resolvi exercer o meu propósito no mundo: ser agente de transformação. E o faço seja no mundo corporativo ou no pessoal, mas o faço principalmente dentro de mim mesma.

Por Muriel de Paula, relações-públicas e master practitioner em programação
neurolinguística.

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