Migração de carreira em UX: Como é ser um Product Designer no Inter?
A procura por profissionais de UX vem ganhando um crescimento exponencial em paralelo com o mercado de produto e tecnologia. Com isso, há cada vez mais pessoas migrando de áreas diversas do design (e até mesmo de outras completamente distintas) para atuar com a famosa experiência do usuário (user experience), ou para os mais íntimos, UX.
Visto isso, me incluo nesse grupo de pessoas que migraram para a área, e atuo há quase um ano como Product Designer Junior no Inter.
Como me tornei um #SangueLaranja
Em um cenário pandêmico que impossibilitou as pessoas de se reunirem presencialmente, cursos, aulas, palestras e bootcamps online viraram uma realidade e forma alternativa para voltarmos a compartilhar experiências. O time de UX do Inter, em parceria com a Órbi Academy e a Digital Innovation One, realizou um Bootcamp chamado Aceleração Global Designer.
O bootcamp, idealizado com o propósito de fortalecer a comunidade de designers brasileira e dar novas oportunidades à equipe, trouxe consigo diversos cases e apresentações, demonstrando a maturidade de UX do time, a qualidade de processos e a cultura sangue laranja. Ao longo das apresentações do evento, foi possível mensurar a essência do que era um Super App e seus desafios refletidos no dia a dia.
Após muitos questionamentos, networkings e interações dentro dessa imersão sobre o desafio de simplificar a vida de mais de 20 milhões de clientes, recebi um convite dias depois para bater um papo com o UX Lead da avenida de Marketplace do Inter na época, e duas semanas depois, recebi a notícia que eu seria o mais novo Product Designer Junior de seu time.
A experiência do novo
Diariamente vemos em nosso feed diversas fotos do belíssimo kit de onboarding com o famoso cofrinho do Inter Pig, mas afinal, como é depois do post no Linkedin?
Depois do post, é um período repleto de treinamentos, onboardings com os times, configurações e cadastros de equipamentos e contas para que você consiga ter a melhor experiência em sua atuação. Nesse momento você vira de fato uma esponja, absorvendo todas as novidades, conhecendo seu time e os desafios que você terá pela frente, mas acima de tudo, é um momento de felicidade e realização por chegar ao objetivo de migrar de carreira e iniciar uma nova jornada profissional!
Desafios iniciais e aprendizados
Na mesma velocidade e dinamismo da minha entrada ao time sangue laranja, se iniciam os desafios, e apesar de todo o estudo e teoria sobre produtos, design e experiência, há uma gama de itens inimagináveis que impactam diretamente o seu trabalho e que você precisará desenvolver e estudar durante ou no início de sua migração.
O meu primeiro grande desafio foi na habilidade de argumentar e negociar, como Product Designer é essencial que você desenvolva essas habilidades. Recomendo a leitura do livro: “Como Chegar ao sim: Como Negociar Acordos sem Fazer Concessões” dos autores Roger Fisher e William Ury, leitura recomendada a mim em meu primeiro 1:1 com o Lincoln Alves após mencionar minhas primeiras impressões de atuação. Com o livro, tive como principais aprendizados sobre negociação:
- Separe as pessoas do problema;
- Concentre-se nos interesses, não nas posições;
- Crie opções com possibilidade de ganhos mútuos;
- Insista em usar critérios objetivos.
É através da negociação que você muitas vezes conseguirá mostrar o valor de processos de design e adquirir confiança em sua forma de atuação e impacto nos projetos entre os times. Aprender a negociar é algo extremamente necessário antes de saber mexer em qualquer software ou ferramenta de design.
Outro grande desafio é ter um conhecimento multidisciplinar. Apesar de sua atuação em Design, é extremamente interessante e proveitoso saber um pouco de cada área que atua em cooperação com você e em seu produto. Um produto não é e nunca será feito apenas do time de UX, um produto é fruto do sucesso de um trabalho colaborativo entre diversos times.
Você precisará entender um pouco da visão de negócios, métricas de sucesso, NPS, CAC, LTV, GMV e dentre outras dezenas de siglas que podem te assustar e te intimidar no início. O mesmo vale para o time de desenvolvimento e a famosa pergunta: “Precisa saber código para ser um UX Designer?”. Ter um entendimento mínimo sobre o assunto pode te auxiliar e muito na comunicação entre vocês, e isso valerá para todas as demais áreas e interesses do seu produto, como Growth Hacking, Data, Metrics, Research, Writing, CX, Social e diversas outras (um café com cada time pode te ensinar muito).
A rotina como Product Designer
O time de UX é responsável pela evolução dos produtos e a tangibilização dessas evoluções em boas experiências. Nossa rotina é feita de descobertas, aprendizados rápidos e levantamentos de melhoria contínua baseada em dados, comportamentos e pesquisas, atendendo aos interesses legítimos entre objetivos de negócios e usuários de forma colaborativa entre os times de cada produto do Inter.
A cultura sangue laranja é feita de protagonistas, pessoas curiosas e que buscam sempre evoluir. Ser um product designer, em paralelo com tudo isso, vai muito além de aprender quaisquer programas de interface e prototipação de navegáveis visuais: é sobre questionar e ter empatia durante todo o processo de design. Nossa atuação envolve tomar além da forma a função, construir relações para que as entregas sejam de valor, e com princípios baseados em ganhos múltiplos do produto para dentro e para fora do Inter.
E esta é a minha experiência de migração de carreira e quase 1 ano com o objetivo de simplificar a vida de milhões de pessoas.
Está em um processo de migração para UX? Conta pra gente quais foram os seus principais desafios e aprendizados durante esse período aqui nos comentários ou pelo meu LinkedIn.
Um abraço e venha ser um Sangue Laranja! 🔥