Como ajudar pessoas com depressão e ansiedade?
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Em primeiro lugar, você precisa fazer uma autoavaliação sobre a sua capacidade e sobre os seus limites de atuação. Pode ser muito difícil e desgastante cuidar de pessoas com algum transtorno. Não pense que é algo simples ou fácil, pois não é.
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Depois, temos que a pessoa precisa querer ser ajudada. Não existe cuidado remoto ou a distância. Se a pessoa mostra resistência, infelizmente não há muito o que fazer.
E assim este post se ramifica em duas partes. Das quais: até onde você pode ir e como identificar se o indivíduo quer mesmo receber ajuda.
Dois doentes não se ajudam
Antes de amparar um sujeito com transtorno de ansiedade ou de humor, é preciso estar muito ciente dos seus limites. Até onde você pode ir? Quais momentos da pessoa doente você pode e consegue acompanhar? Infelizmente depressão e afins são doenças que podem puxar pessoas saudáveis para baixo, fazendo com que essas pessoas também adoeçam. Definir os seus limites e estar consciente de suas próprias fraquezas é muito importante. Adoecer por querer ajudar alguém doente não é bonito. Não tente romantizar essa tarefa.
Quais são os seus recursos?
Perceba quais recursos você têm. O que você pode oferecer? Acompanhamento ao médico? Ouvidos atentos para escutar a pessoa? Um ombro amigo? Assistência com as medicações? Querer ajudar é sempre muito bom, mas será como e com o quê? Pode parecer frio eu falar dessa forma, mas se você quer ajudar alguém de forma efetiva, é preciso além de se autoavaliar, fazer o planejamento adequado. Ou seja, liste quais recursos você têm disponíveis e quais deles você pode oferecer.
Identificando os sinais
Como saber se a pessoa realmente quer ser acolhida? Bom, talvez você pense que apenas perguntar diretamente “olá, você quer ajuda?” seja uma boa ideia, mas não é, sabe por quê? Talvez verbalmente a pessoa te diga que sim, mas nos gestos, ela demonstra totalmente o oposto! E é aí que você precisa estar atento.
Pessoas que não querem ajuda geralmente se autodepreciam. “Mas eu sou um miserável”, por exemplo.
Elas também tentam culpar fatores externos e se isentam da responsabilidade que elas têm. “Mas nada dá certo comigo, eu vejo as outras pessoas conseguindo, e comigo parece que tudo dá errado”, por exemplo.
Culpar fatores externos durante crises de depressão e ansiedade é extremamente normal. E, acredito eu, seja o que as vítimas dessas doenças mais façam.
O raciocínio é bem simples, leia atentamente:
se a culpa dos meus problemas não é minha, como eu vou consertar as coisas? Não há nada dentro de mim para ser consertado, mas sim fora de mim! O problema é o mundo, a sociedade, o sistema, minha família, meus amigos, mas o problema não sou eu e o problema não está em mim!
Por essa linha de raciocínio ser tão forte na cabeça dos indivíduos, se torna difícil ajudá-los, mas é possível.
Fazer com que a pessoa perceba que ela tem responsabilidade, poder de atuação e de decisão sobre os seus problemas é um bom começo para que qualquer iniciativa funcione. Você pode conversar e ouvir, mas não se esqueça que existe um papel fundamentalmente desempenhado pelo psicólogo!
A sua verdade é somente sua
É importante que você aí que esteja querendo ajudar alguém saiba que os seus valores, suas crenças e sua filosofia de vida é somente sua! Acreditar que suas crenças farão bem a quem sofre de algum transtorno é um equívoco e só fará mais mal a pessoa. Não tente convencer a pessoa a acreditar ou a respeitar aquilo que você acredita e respeita. Isso não é ajuda.
Às vezes ajudar é não fazer nada
Talvez você fique tão angustiado e preocupado querendo fazer algo por alguém que você ama que acredita que ficar apenas observando é errado, mas não! Às vezes ajudar é não fazer nada. Todo mundo precisa de um tempo para por os seus pensamentos e suas emoções em ordem e com quem sofre de depressão ou ansiedade não seria diferente. Se a pessoa não te procurar ou passar algum tempo sem manifestar interesse em sua ajuda, não significa necessariamente que ela esteja mal, pode ser apenas que ela precise de um tempo.
Talvez a pessoa já tenha alguém para buscar ajuda
É possível que o indivíduo já tenha outra pessoa a quem pedir amparo em momentos difíceis. Não se abrir contigo não significa que ele não esteja buscando assistência, significa apenas que ele já encontrou essa assistência em outra pessoa. E isso é ok. Lembre-se: às vezes ajudar é não fazer nada.
E se tudo estiver bem, espere a pessoa te procurar
Com o tempo, as pessoas aprendem a buscar ajuda nos momentos de maior necessidade. Aguarde a pessoa te procurar. E quando isso acontecer, esteja lá para ampará-la.
Esse é o melhor que você pode fazer por quem você ama.
E, lembre-se, sua função não é a de ser um psicólogo ou psiquiatra. Deixe que os profissionais de saúde se encarreguem dessa função.
Eu espero que este post tenha te ajudado.
Um forte abraço!
Mantenha-se atualizado.
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