O dia que descobri que sou ambivertida

Daniela Amadeu
Introverso
Published in
3 min readApr 17, 2018
Meu resultado ao longo dos meses em yourpersonality.net

Por muito tempo eu escrevi sobre introversão aqui. E eu realmente acreditava que era introvertida. Da minha própria percepção sobre mim até os testes que eu fazia, tudo indicava que eu era introvertida.

Acredito que o mais correto a dizer seja: eu estava vivendo de forma muito linear e fechada, assim o comportamento mais exigido em mim era o introvertido. Quando os eventos em minha vida mudaram, um comportamento mais extrovertido passou a ser exigido.

Quero dizer que eu não acredito no MBTI. Esquece. Eu já acreditei, inclusive foi muito positivo ter lido Tipos Psicológicos do Jung. Me transmitiu muita informação e me fez ver novas perguntas como possibilidade. Mas cientificamente falando, não existe embasamento algum. E os testes contidos na internet apresentam os mais diversos resultados.

Introversão e extroversão são um traço consistente na característica humana, você não pode obter resultados diferentes cada vez que faz o mesmo teste.

O que eu uso como parâmetro para autoavaliação atualmente é o Big-5, que se apresenta como imagem deste texto.

O motivo é simples: ele tem mais base científica e não é um teste binário como o MBTI. O Big-5 mede o quão introvertido e o quão extrovertido você é.

Você pode conhecê-lo e realizar o teste em: https://yourpersonality.net

Agora, vamos falar sobre como é ser ambivertido.

Quando você tem opções, você também tem preferências. E é exatamente assim que eu funciono. Em determinadas situações eu prefiro ficar em minha própria companhia, enquanto em outras situações eu prefiro estar no meio de outras pessoas.

Se eu não posso escolher, eu me adequo ao ambiente. E essa é a parte mais importante do texto, que eu acredito que possa ser positiva para quem está lendo.

Por muito tempo eu não consegui me adequar ao ambiente. Eu simplesmente colapsava. Mas o ponto aí não era eu ser demasiada introvertida, e sim eu não saber lidar com situações de cobrança e de pressão. E não conseguir reconhecer essa dificuldade me fez acreditar que eu era introvertida.

Quando eu superei a dificuldade, eu naturalmente comecei a buscar por mais estímulos externos.

E como é, subjetivamente falando, ser ambivertido?

Bom, eu percebo o seguinte: eu sou extremamente analítica com o mundo externo e extremamente sensação e observação no mundo interno. Eu sou criativa com abstrações, subjetividades. Se você me pede para ter uma ideia para desenvolver um aplicativo Android, esquece, eu vou ficar boiando sem ideia alguma. Eu sei disso por experiência própria. Agora, se você me pede um texto, um desenho ou uma música, eu tenho várias ideias. Pode acreditar.

Às vezes eu me confundo. Eu tento ser extremamente analítica comigo mesma. Eu trato minhas emoções de modo exato. Aí eu cometo um erro. Não consigo resposta nenhuma e ainda gero sofrimento a mim mesma.

Ser ambivertido é como ser introvertido ou extrovertido. É preciso tratar as características de modo separado. Primeiro você conhece e reforças suas qualidades enquanto extrovertido, depois, separadamente, você conhece e reforça suas características enquanto introvertido.

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