Os 4 tipos de introversão
Introversão não tem um sentido tão simples como imaginamos: não é ser contido, quieto, pouco expressivo, apreciar a própria companhia e só. E ser introvertido não significa ter necessariamente todas estas características. Há introvertidos que gostam de contemplar a natureza, outros preferem passar horas na frente do computador interagindo nas redes sociais e alguns outros conseguem se desligar do barulho da multidão e perderem-se em suas próprias ideias, fantasias, imaginações e criações.
A introversão é dividida em 4 áreas: social, pensamento (que podemos chamar de introspecção), ansioso e contido.
Posts como este existem aos montes, então para diversificar, eu decidi acrescentar minha experiência ao final de cada tipo de introversão. Eu já fiz o teste dos 4 tipos de introversão e eu tenho um pouco de todos os tipos e talvez a experiência de alguém que vive tais características possa ser elucidativa.
Se você quiser fazer o teste dos 4 tipos de introversão, clique abaixo:
Social: a introversão social é a mais conhecida, é a preferência pela própria companhia ou então, a preferência por pequenos grupos de amigos muito próximos.
Minha experiência: introversão social é a minha 2ª característica. Eu não sou muito dada a grandes grupos, eu os considero estimulantes demais (muito barulho, movimento, informação) e entediantes, pois nunca é possível começar e terminar um mesmo assunto num grupo enorme de pessoas — principalmente de desconhecidos. Eu costumo me fechar no meu mundinho nesses grupos ou então escolho uma ou duas pessoas do grupo e formo um subgrupo, aí fico conversando com elas assuntos paralelos ao do grande grupo. Em compensação, em pequenos grupos — ainda que de desconhecidos — eu tendo a me sentir mais confortável e conforme vou me familiarizando com as pessoas, me sinto mais confiante e me torno mais expressiva.
Introspectivo: é a pessoa que vive no mundo das ideias. Costuma imaginar muito, tem uma facilidade em analisar os próprios pensamentos e prefere a companhia dos próprios pensamentos. Também pode ser uma pessoa muito contemplativa, já que contemplação e introspecção estão diretamente ligadas.
É importante pontuar que o termo em inglês é “social thinking” e a definição do termo é justamente a definição de introspecção, portanto para facilitar, vou utilizar a palavra introspecção.
Minha experiência: introspecção é a minha 1ª característica, não é à toa que no meu perfil no medium tem a frase “eu decidi viver no mundo das ideias”.
Eu simplesmente amo pensar. Seja pensar sobre os meus pensamentos (sim, isso é possível) como pensar sobre outros assuntos. Meu mundo interno é muito rico, eu não me sinto entediada na minha própria companhia porque eu sempre estou imersa nas minhas fantasias e criações. Esperar em filas nunca é um saco e o lugar pode ser cheio de gente e de barulho, não importa, eu consigo me desconectar do externo e imergir nos meus pensamentos.
Ansioso: o introvertido ansioso é aquele que evita a socialização pois teme sentir-se constrangido ou envergonhado. É a pessoa que, ao se deparar com situações sociais, cria expectativas desagradáveis, de que coisas ruins poderão lhe acontecer e que todo mundo irá notar; e que também não confia plenamente em seus skills sociais pois está sempre se auto-depreciando. A pessoa evita falar em público, interagir com grandes grupos e expressar-se de modo mais firme devido ao medo que sente da situação a ser vivida.
O introvertido ansioso pode ser uma pessoa que quer ter contato social, ele não é como os demais tipos de introvertidos que evitam a socialização porque gostam da própria companhia, o introvertido ansioso teme a socialização.
Minha experiência: ansiedade é minha 4ª (e última, uffa!) característica. Eu a sinto quando estou próxima de estranhos ou de amigos que não consigo me conectar. Às vezes eu quero falar algo, mas de imediato me surge um pensamento de censura “se eu falar isso, pode ser que a pessoa entenda outra coisa, e aí eu vou ficar constrangida/envergonhada e como vou sair dessa situação????”. Nas piores situações meu coração acelera, minha mão começa a suar DEMAIS e meu corpo todo esquenta. Eu já tive que sair do lugar que eu estava para aliviar a ansiedade porque parecia simplesmente que eu ia ter uma crise de pânico no meio de estranhos. É muito desagradável.
Contido/reservado: diferente do que o nome possa dar a entender, o reservado é a pessoa que pensa demais pra falar e agir. Este pensamento em demasia dá a ela modos lentos, tanto na fala quanto nos gestos. Sabe aquela pessoa que entra numa roda de conversa, passa um tempão observando para só depois — bem depois — começar a falar? Então, este pode ser um exemplo de pessoa contida.
Minha experiência: esta é a minha 3ª característica. No ensino fundamental eu era chamada de “lenta” porque, segundo meus colegas de classe, eu falava devagar demais. E não mudou muita coisa de lá pra cá não, sabe? Quem conversa comigo diz que eu tenho a fala mansa e que minha voz transmite tranquilidade. Por dentro eu não sou calma de modo algum, aqui dentro de mim é um verdadeiro caos, mas na hora de externar, o que eu sinto e penso sai mais devagar, pouco expressivo e menos intenso. Eu também costumo observar muito o que as pessoas falam para então poder falar, mas geralmente eu só observo mesmo e não falo nada. Eu penso muito para expressar o que sinto por meio de gestos e de palavras mais duras e geralmente acabo não expressando também.