Por que escrevo?

Como a depressão e os aprendizados que tive com ela me trouxeram até aqui.

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Olá leitoras e leitores da Introverso! A partir de hoje, vocês me acompanharão semanalmente e, por isso, decidi iniciar essa coluna contando um pouquinho do que me trouxe até aqui.

Eu tive depressão por boa parte da minha vida, mas não sabia disso. Nem eu e nem as pessoas ao meu redor perceberam. Todos achavam que quando eu acordava ao meio-dia, às duas ou, às vezes, até às quatro da tarde, era por pura preguiça minha. Eu sabia que havia algo errado, pois odiava sair da cama, sair do quarto, ver gente. Odiava acordar mais do que dez minutos antes do horário em que eu precisava sair, o que frequentemente me levava a atrasos. Mas foi só quando iniciei terapia com uma psicóloga convencional, aos 27 anos (eu já havia feito terapias alternativas antes), foi que descobri que o que eu tinha era depressão. Ela me disse, com toda a clareza possível, que essa vontade imensa de ficar na cama, de continuar dormindo, era falta de vontade de viver a vida. Era mesmo…

(Ressalto aqui que esse não era, nem é, o único sintoma de depressão que tive. Foi apenas o que eu escolhi aqui para ilustrar esse texto, pois foi algo bem marcante para mim.)

Assim, após algum tempo de terapia, especificamente após eu fazer uma tarefa de casa que me trouxe uma cura bem intensa, eu passei a acordar às oito horas da manhã. Assim. De repente. De um dia para o outro. E, a partir daí, ao continuar a terapia, as curas continuaram vindo.

E o que isso tem a ver com a minha escrita? Ao resumir aí em cima o processo depressivo e o processo (sempre em curso) de cura, parece que foi tudo simples e fácil, mas quem tem depressão sabe que as coisas não são bem assim. O que não está escrito aí são todos os momentos de sofrimento, de choro, de dor que passei durante esses anos. E em boa parte desses momentos, escrever foi um grande alívio, além de um grande aliado para me trazer clareza nos momentos turvos, para registrar as ferramentas que me ajudaram e os aprendizados que tive e tenho.

Só que aí, chegou um momento em que eu comecei a pensar no sentido da minha vida, de uma forma mais ampla. E percebi que eu gostaria que todas essas coisas pelas quais passei não tenham sido em vão. Claro que não foi em vão em absoluto. Só pelos aprendizados que eu mesma tirei de tudo isso, esses momentos já foram válidos. Porém, percebi que eram aprendizados muito valiosos para eu continuar guardando só para mim. Dessa forma, comecei a idealizar esse compartilhamento, esse “trazer a público” minhas ideias. Assim, espero que, com esta coluna, outras pessoas também possam se beneficiar dos aprendizados que tive e que esses momentos, nem sempre bons, possam ser de grande valia para quem mais sentir que possa se utilizar deles.

Sendo assim, agradeço já de antemão aos leitores dos meus textos e espero que estes possam nos ajudar a crescer juntos.

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Míriam Medeiros Strack
Introverso

Escritora, professora, bailarina, artista. Falo sobre consciência emocional, consciência corporal e autenticidade. Insta: @miriam.mest