Conhecimento ativo

Já reparou como todos concordam que se deve ler mais, estudar mais, e que de algum jeito isso vai te fazer mais inteligente? A verdade é que fazer apenas isso não vai te tornar alguém mais inteligente, e sim em alguém que tem mais informações.

Mas como uma coisa difere da outra? Todos devem conhecer alguém que gosta muito de música, sabe todos os nomes de bandas e álbuns, canta todas as letras, mas você já se perguntou se essa pessoa sabe tocar algum instrumento? Essa é a diferença entre possuir informações e ser inteligente o bastante para usa-las. Nosso conhecimento acumulado não difere de uma enciclopédia impressa se com ele não formos capazes de produzir novo conhecimento, chegar a conclusões e contestar aquilo que já sabemos.

Isso começou a ficar mais claro para mim recentemente, quando após anos de acumulo de livros lidos, principalmente sobre computação, cheguei a um momento de aplicação, e percebi como todos os quadrinhos do mundo não poderiam me ajudar (eu sou um leitor assíduo de gibis/mangás).

Há alguns anos, durante uma das minhas muitas não concluídas graduações, existia uma aula que tratava de SQL, e lá eu aprendi a criar funções para serem utilizadas em consultas. No momento da aula isso tinha valor ZERO para mim, afinal eu não ia ser um DBA, e já sabia programar melhor que os professores usando JAVA, qualquer função necessária seria construída em código. Eis então que surge um problema, e se eu precisar garantir que alguém tenha acesso ao meu código, possa manipular consultas SQL, mas não possa ter acessos aos dados que eu não quiser expor?

Com o que eu sabia de SQL, era possível criar funções que funcionariam como “API’s”, escondendo a minha estrutura de tabela, mas retornando os valores necessários a partir delas, ao mesmo tempo, somente saber criar funções não bloquearia outras consultas do usuário, mas após mais pesquisas, é fácil encontrar um esquema de privilégios para a maioria dos DBMS que permitem apenas a execução de Procedures ou Funções. Problema resolvido.

Entre as minhas informações (conhecimento latente), e a execução de uma nova tarefa, gerando novos conhecimentos, existe um processo ativo de busca e aplicação, com erros e reveses no caminho, que podem gerar novas ramificações daquilo que uma vez eu li como conhecimento fechado nos livros, e este é o tipo certo de conhecimento a se adquirir, com movimento e realização, transformando latência em atividade.

A conclusão final é : conhecimento sem uso é apenas informação acumulada, conhecimento ativo é inteligência e progressão.

Não adianta saber a data de aniversário se você não for ir para a festa.