Síndrome de Burnout: o que é, quais os sintomas e como previnir?

Lana Lehdermann
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Com a popularização do acesso à internet, é provável que você já tenha ouvido falar da Síndrome de Burnout. Também é provável que você tenha lido a lista de sintomas e se identificado com algum deles. Mas isso significa que você sofre de Burnout? Como identificar isso?

No artigo de hoje, vamos conhecer um pouco mais sobre a síndrome e o que fazer para prevenir esse tipo de desgaste no ambiente de trabalho.

O que é a Síndrome de Brunout?

De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), a Síndrome de Burnout, também conhecida por Síndrome do Esgotamento Emocional, consiste em um “estresse crônico de trabalho que não foi administrado com sucesso”. Ou seja, a exaustão não é decorrente de uma situação isolada e sim de um acúmulo de estresse no ambiente de trabalho.

É importante pontuarmos isso, pois algumas situações podem ser estressantes, mas não necessariamente um indicativo de Burnout. Por exemplo, imagine que você vai desenvolver uma tarefa nova no trabalho ou na faculdade, como é uma atividade nova, o seu corpo ainda não tem repertório para entender se essa situação específica pode ou não ser estressante para você.

O ponto chave do Burnout, é que essa exaustão é frequente e excessiva, levando a um esgotamento total e podendo ser acompanhado por outros sintomas.

Quais os sintomas e como é feito o diagnóstico?

O Burnout é caracterizado por um conjunto de sintomas físicos e emocionais que podem se manifestar de diferentes formas dependendo da pessoa. Além disso, os sinais podem ser confundidos com outros problemas emocionais, por isso, é muito importante procurar profissionais qualificados, como o psicólogo e o psiquiatra, para que o diagnóstico seja feito corretamente.

Além disso, o diagnóstico é feito analisando o contexto como um todo, levando em consideração a história do paciente, seu desenvolvimento pessoal e profissional e as condições de trabalho que essa pessoa está inserida. Dentre os principais sintomas, temos:

Quais as formas de tratamento e prevenção?

O tratamento deve ser conduzido por um profissional qualificado. Geralmente, são realizadas sessões de terapia para orientar o paciente e ajudá-lo a lidar com seus sentimentos e emoções, a desenvolver estratégias para controlar o estresse e a reorganizar seus objetivos pessoais e profissionais de modo a não deixar que o trabalho interfira negativamente em sua qualidade de vida.

Caso os sintomas persistam, o psicólogo pode encaminhar o paciente ao psiquiatra para iniciar um tratamento medicamentoso, caso seja necessário. Outro ponto importante é que o tratamento e a prevenção caminham juntos, então algumas estratégias podem ser colocadas em prática no dia a dia, como:

Autoconhecimento: pode parecer clichê, mas é de extrema importância fazer um exercício de autoconhecimento para entender quais situações de trabalho podem estar ultrapassando nossos limites. Isso também exercita nossa inteligência emocional e a forma como nos posicionamos frente a determinadas situações.

Converse com colegas e pessoas de confiança: conversar sobre o que está sentindo pode ajudar a elaborar melhor essas sensações, além disso, muitas vezes, não conseguimos identificar alguns sinais e acabamos por negligenciá-los. Você pode não notar que seu consumo de café aumentou, mas seu colega de trabalho sim.

Pratique exercícios físicos: além de ser um momento de relaxamento e de autocuidado, praticar atividades físicas ajuda a liberar a tensão muscular.

Alimentação saudável: não é proibido comer aquele docinho ou tomar aquele cafezinho com açúcar, mas é importante ter uma alimentação balanceada, pois é daí que seu corpo repõe os nutrientes e as vitaminas e tira energia para a rotina.

Momentos de lazer: todo mundo precisa descansar e distrair a cabeça, então, não abdique desses momentos! Eles são fundamentais para relaxar a mente e o corpo.

Mas afinal, qual a relação entre Burnout e ambiente de trabalho?

A síndrome está relacionada com o esforço excessivo, seja físico, mental ou psicológico, seguido de poucos momentos de descanso. Esse tipo de sobrecarga pode existir em outros ambientes também, como na faculdade ou realizando as tarefas domésticas.

Ou seja, o Burnout não é exclusivo do ambiente de trabalho, mas ele é muito frequente, até mesmo porque passamos a maior parte do dia trabalhando. Por isso síndrome é considerada uma doença ocupacional e algumas profissões são mais propensas a sofrer de Burnout do que outras.

E embora exista essa propensão, a Síndrome de Burnout não é exclusiva de profissões específicas. Por isso, é fundamental avaliar o quanto as condições de trabalho estão impactando na sua qualidade de vida.

Lembra do exercício de autoconhecimento e de conversar com colegas e pessoas de confiança? Olha como são critérios importantes. É a partir deles que essa avaliação das condições de trabalho pode ser feita, ajudando a entender como a dinâmica do trabalho está interferindo ou não em seus objetivos profissionais, em suas atividades diárias e em sua saúde mental.

Nesse sentido, é importante ressaltar o caso das mulheres, já que muitas são afetadas por uma dupla jornada de trabalho: no emprego, propriamente dito, e no trabalho doméstico.

Por fim, é imprescindível que o espaço de trabalho seja um ambiente saudável e acolhedor para essas questões, afinal, o trabalho é central na vida de qualquer pessoa.

Caso identifique algum tipo de sobrecarga ou exaustão em sua rotina, converse com seu gestor ou procure o RH da sua empresa. Construir um espaço saudável deve estar no pilar de qualquer cultura. E o mais importante: busque ajuda médica ou psicológica! Um profissional qualificado pode te ajudar a melhorar sua percepção sobre si mesmo e a lidar com seus sentimentos e suas emoções.

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