UX Writing: como fazer uma experiência de qualidade na interface

Letícia Miller
ioasys-voices
Published in
5 min readApr 19, 2021

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UX Writing é a escrita pensada no usuário, uma linguagem que coloca o leitor em primeiro lugar. Assim, o principal objetivo é fazer com que o leitor tenha plena compreensão do que está sendo lido e quais passos ele deve seguir ou que a informação foi devidamente assimilada.

Muitos de nós, da área de tecnologia, temos dúvidas sobre como ter certeza se estamos elaborando um bom UX Writing. A mensagem que estou passando está clara? Possui algum ruído?

Recentemente li o livro “Redação Estratégica para UX”, de Torrey Rodmaijersky, e unindo com alguns conhecimentos adquiridos na faculdade nas aulas de redação publicitária, resolvi compartilhar com vocês meus aprendizados.

Continue lendo para entender como criar uma experiência de qualidade através do UX Writing.

Relação da experiência física com a virtual

Antes de possuirmos acesso às compras online, para adquirir algum produto era necessário ir a uma loja física. Hoje podemos comprar um produto acessando ou baixando o aplicativo da empresa.

Ao visualizar uma loja em um shopping ou mesmo na rua, dispomos da visão geral da vitrine. Tomemos como exemplo uma loja de roupas, com seus manequins, banners com promoções e outros produtos oferecidos ou destacados.

Na loja presencial, normalmente, o cliente é recebido por um atendente: “Olá, tudo bem? O que você procura?”.

No UX Writing traduzimos esse mapeamento do que você deseja para o menu.

Aonde quero chegar? Um facilitador para saber o que escrever em uma tela é elaborar um diálogo com um possível cliente e, a partir dessa informação, pode-se ter um bom direcionamento da escrita.

Como montar frases no UX Writing?

Primeiro, é preciso descobrir a personalidade da empresa. Ela é mais descolada ou mais sóbria? Qual é o público para o qual vou comunicar? É uma conversa para a corporação ou um jogo? Com essas informações você consegue refinar o diálogo já elaborado previamente e definir os caminhos.

Você não está escrevendo um poema. Seja objetivo!

Durante todo o dia recebemos diversas informações: mensagens no celular, e-mails, redes sociais, publicidades em sites, ônibus e elevadores. Por isso, o usuário precisa de informações sucintas e eficientes para cumprir o desejado.

Precisamos que, com poucas palavras, o usuário entenda onde e como realizar a ação.

Pegue a conversa anterior e separe os diálogos de ações e suas respostas. As ações do vendedor ou atendente serão as frases e textos auxiliares. As respostas do cliente serão os botões.

A importância e função dos padrões de texto UX

  • Títulos: É a primeira informação que o usuário vai ler. Então é importante passar a ideia daquela ação ou tela apresentada.
  • Botões: Os botões são de extrema importância, afinal, é por meio deles que o usuário realiza ações. Ah, e os menus também são botões, então evite palavras similares que passam a mesma ideia.
  • Textos auxiliares: É recomendado que tenha no máximo 3 linhas de altura e 40 caracteres de largura. Seja direto!

Acessibilidade

Leia em voz alta o conteúdo descrito nas telas para ver se faz sentido. O leitor de telas irá transformar as informações escritas em áudio, então o que está escrito ou sendo utilizado precisa fazer sentido lendo e ouvindo. Evite utilizar somente ícones ou cores para passar a confirmação de positivo ou negativo.

É importante também lembrar que o leitor irá ler pelo sistema do código. Precisamos ter carinho na hora de criar, pois é a partir desse código que o usuário vai entender a informação a ser transmitida.

Alterar somente a cor ou inserir a palavra ‘erro’, código 000, não passará exatamente o que o usuário errou ou o que aconteceu. Transforme a mensagem de erro e a cor vermelha, por exemplo, em:

“E-mail inválido ou e-mail já utilizado.” Em caso de código, altere por: “Sistema fora do ar. Tente novamente em instantes (cod.000).”

O código pode auxiliar ao entrar em contato com um suporte, mas somente ele não tem nenhuma relevância para o usuário.

6 dicas extras:

  • Leiturabilidade

Ao escrever textos de UX, tenha em mente que os termos e linguagem sejam utilizados de forma que qualquer pessoa, por mais leigo que seja, consiga compreender. De acordo com uma pesquisa realizada pelo portal G1, em 2016, somente 8% da população brasileira conseguem ler e interpretar textos.

Para ajudar neste tópico, você pode utilizar a calculadora de leiturabilidade:

  • Escaneabilidade

Os textos devem ter no máximo 50 caracteres de largura, mais que isso dificulta a escaneabilidade (capacidade de compreender a informação exposta com um simples passar de olhos).

  • Aperfeiçoamento

Escreva uma mesma frase 100 vezes até aperfeiçoar o texto. O ideal é que possua até 3 versões, caso você tenha certeza que aquele conteúdo está ok.

  • Evite o “não”

Evite utilizar o não para começar uma frase.

O nosso cérebro não interpreta bem, pois ele ignora o ‘não’ e assimila apenas o que vem após. Pense que é como falar com uma criança. Se você disser “não pule”, ela vai pular.

  • Exclamações

Evite excesso de exclamações em uma frase, pode dar uma sensação de desespero e falsidade. Utilize a exclamação somente na frase final.

  • Ler para escrever

Por fim, aquela dica que todos estamos cansados de saber: para escrever bem, precisamos ler muito.

Obrigada, por ter lido tudo! Continue acompanhando o nosso Medium para mais conteúdos.

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