Mídia: a graduação em comunicação, cultura, criatividade & tecnologia

Gabriela Luna
Isto Não é um Artigo Científico
5 min readDec 8, 2017
Fonte da imagem: https://insurzine.com/

Trabalhar com música, filmes, memes ou fazendo um jogo novo é o sonho de muitos jovens. A busca por criativos para realizar trabalhos na cadeia produtiva e constante. Como estar preparado para preencher essas vagas? Existe um curso na UFF onde os alunos aprendem como fazer, criticar, analisar e elaborar estratégias para os símbolos que fazem parte da nossa vida: Estudos de mídia.

O curso é uma nova forma de experimentar produtos culturais e artísticos. A construção das competências profissionais acontece ao longo do processo de formação. Principalmente através de exercícios práticos individuais e em grupo, simulando ambientes profissionais e situações do cotidiano de um especialistas em cada área. Pioneiro na América Latina, proporciona formação técnica e cultural para criativos atuarem na produção e distribuição de conteúdos midiáticos em linguagens e plataformas, principalmente digitais.

TECNOLOGIA

Criativos do mundo contemporâneo atuam no mercado de trabalho de diversas formas. Inclusive na tela do celular ou computador produzindo mídia! Navegando pelas novas tendências da produção cultural e simbólica como profissional técnico e crítico. Essa formação acontece vendo muitos filmes, séries e anúncios do YouTube. Debatendo sobre na sala de aula com professores e colegas. Ouvindo tantos discos e conversando sobre a similaridade entre os arranjos do Dark Side e o álbum dos Secos Molhados, que também foi lançado em 73.

O desenvolvimento tecnológico vem transformando as formas das relações humanas. Vivemos em uma realidade em que somos atravessados o tempo todo por diversas culturas e informações. Na era digital, as telas dos celulares acompanham as pessoas nos momentos mais íntimos. Pra quem quer encarar essa realidade como mercado de trabalho, cursar uma graduação formação integrada que valoriza a multiplicidade dos saberes, se torna diferencial.

Já imaginou? Aqui tem um monte de gente para trocar ideia! Tá gostando da ideia? Aperte o play nesse vídeo aqui em baixo. Pra saber mais ainda sobre o curso, é só continuar lendo e eu te conto tudo.

Pensar sobre os símbolos é um caminho para refletir sobre as sociedades como um todo. As temáticas das aulas incluem reflexões históricas, sociais e culturais sobre as formas como nos comunicamos e expressamos nossas subjetividades. O desenvolvimento das tecnologias de comunicação e estratégias para construir narrativas em diferentes contextos culturais. A grade de disciplinas é constituída por aulas práticas e teóricas.

Dentre essas, muitas são as oficinas de produção criativa em diversas linguagens: audiovisual, fotografia, escrita, arte digital, programação e tantos outros. Gisele Delatorre formou-se em Estudos de Mídia. Em seu trabalho de conclusão do curso estudou a Glitch art em uma pesquisa sobre arte digital. Conversei com ela para saber um pouco de suas impressões sobre o curso:

“Através das possibilidades de novos pensamentos, minha criatividade e processos criativos foram surgindo e sendo transformados. Na minha relação com o curso, sinto que ele me proporcionou a obtenção de um arcabouço teórico, expandiu minhas percepções e modificou minha relação com o mundo”.

Pensar de maneira panorâmica favorece o processo mental de transformar referências em soluções. Um amplo leque de possibilidades de obtenção de insights para a consolidação de ideias é argamassa para profissionais da criação. Como a Gisele disse, esse formato de ensino favorece a ampliação da visão de mundo dos estudantes que passam pelo curso.

ÉTICA & PROFISSIONALISMO

Questões éticas das profissões midiáticas e até como se comportar caso algum seguidor xingue muito no Twitter também são habilidades desenvolvidas ao longo do curso. Os conteúdos são postos em práticas através das muitas iniciativas do corpo discente e docente. São diversos os ambientes de troca além das salas de aula, indo tradicionais grupos de estudo, pesquisa e projetos de extensão até os clubes.

É possível ingressar em grupos de estudos como o GEEF ou o Grecos. Nesses espaços são debatidas temáticas referentes à fotografia, sociologia e comunicação. Cineclubes e rodas de conversa também são frequentes, bem como as visitas técnicas para diferentes lugares da cidade onde estudantes de graduação, pós-graduação e professores fazem experimentos de linguagem e análise crítica.

Mas e os clubes? Apaixonados por música, séries, memes e cultura nipônica podem se aproximar do Clube do Vinil, Meme Clube, Série Clube e Asian Club. Caso o interesse do estudante encontre-se mais voltado ao campo da comunicação institucional, a ECIN é o lugar certo para desenvolver conhecimentos. E a galera do audiovisual conta com toda a estrutura do Telas para executar suas produções.

São muitas as atividades feitas coletivamente, estimulando o diálogo e as trocas. Dentre tantas facetas do curso, as pessoas podem ser classificadas como o elemento mais proveitoso e transformador dessa experiência. Estar em contato com pessoas de todos os lugares com interesses parecidos favorece o aprendizado e também a entrada no mercado de trabalho. A amplitude das possibilidades de atuação está diretamente ligada à habilidade do estudante de conectar os saberes apreendidos em sala de aula para desenvolver experimentos simbólicos e comunicativos.

Estudantes com diversos perfis e objetivos ingressam no curso. Normalmente conectados pelas preocupações com questões relativas à comunicação, tecnologia e criatividade. Meu nome é Gabriela Luna, participei de projetos de extensão voltados ao estímulo do protagonismo social através do audiovisual sediados em diferentes favelas da região metropolitana do Rio de Janeiro:

“As aulas me inspiraram, transformaram a forma como enxergo o mundo, me vejo nele e minhas relações pessoais. Me preocupo com a responsabilidade de criar símbolos e tenho uma pulga atrás da orelha sobre tecnologias. Em busca de formação, ingressei no curso, onde também adquiri conhecimentos técnicos fundamentais para criar profissionalmente.”

Nada disso significa que a graduação vai ser um momento fácil na sua vida. A dedicação necessária para o curso é grande. O custo de vida na cidade de Niterói é alto. A oferta de estágios é grande, mas é preciso estar atento e em relação com as pessoas para a construção de uma carreira midiática.

Uma das questões debatidas no curso é a variedade de possibilidades que uma experiência pode ter, dependendo de quem a viveu e como conta ela. Se você quiser saber como a faculdade decepcionou e atrapalhou um criativo leia o texto de Luís Sôlha, também graduando de Estudos de Mídia.

Para saber mais:
Projetos do curso
Grade de disciplinas
Proposta pedagógica e currículo completo

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