Em Estágio de muDança

@cabitencourt
Isto Não é um Artigo Científico
3 min readDec 8, 2017

O tão esperado momento de passar pra universidade chega, e diga-se de passagem, para muitos é só alegria! O anseio pela vida universitária e/ou estudar especificamente aquilo que se gosta é um sentimento contagiante. Até que…

Os primeiros períodos passam, a sensação de calouro vai junto. As vezes nem espera ir, e logo a necessidade pessoal ou até mesmo exigência do próprio curso faz com que seja necessário iniciar a busca por um estágio. ESTÁGIO. Do dicionário: Período preparatório para que o indivíduo exerça bem sua função. FUNÇÃO. Seria estágio um termo originalmente pré adulto? Onde a transição. Essa palavra com mais vogais que consoantes parece ser fácil de dizer. Até o momento em que você precisa enfrentá-la. Com direito a classificar gramaticalmente e tudo.

A expectativa da primeira entrevista. Do primeiro processo seletivo e do primeiro estágio. “Fica tranquilo” eles dizem. Mas a real é que só quem sabe a quentura da panela é quem tá mexendo. Ih! Ditado antigo também se aplica a esse momento. Quente ou não, é preciso manter a tranquilidade, seja como for. Frases motivacionais e encorajadoras, yoga e exercícios para treinar a mente. A universidade não perdoa e a correria pro estágio desejado é no estilo “sai da frente que atrás vem gente”.

“Isso é tudo.”

Ora! Essa era do “ser adulto”. Levanta a cabeça. Não pode ficar brincando. Se ficar rindo demais mais não é levado a sério. Ações que nos são impostas inevitavelmente. É sem sentido ou motivo aparente plausível. Só acontece. Flui, e quando vai ver você tá lá. Trocando jeans por black tie, all star por scarpin e a os memes pela caixa de entrada lotada até depois das 18h da tarde. Ruim? Não para todos. A eficácia do trabalho por vezes traz junto a felicidade. O prazer daquilo que se conquista, o poder de observar suas ideias se materializarem, muitas vezes pode ser gratificante. A Dayana, ex-aluna do curso, passou por esse turbilhão de sentimentos e conta como foi encarar tantas mudanças:

“Eu sempre ouvi aquele clichê: faça o que gosta e não terá que trabalhar nunca. No meu primeiro dia no emprego, a vida me mostrou que, manodocéu, fazer o que gosta vai requerer muiiiito trabalho.

Lá estava eu, muiiiito feliz, fazendo mil coisas que amava. Ah, eu também me achei muito adulta, mas dentro da mochila ainda estava o caderno da Barbie. Conheci gente querida, aprendi na marra, me joguei com a cara e a coragem. Fui Social Media, passei um tempo na área de social listening e, agora, sou Analista de BI. A verdade é que sorrio agradecida por ter essa rotina louca, onde o desafio é equilibrar os pratinhos da vida e dar atenção pra todas as áreas.

Não tenho mais o caderno da Barbie, mas as canetas coloridas com estampa de corações, o batom vermelho e o sorriso que faz os olhos fecharem permanecem. Essa sou eu…certas coisas nunca mudam!”

Trabalhoso pensar em tudo isso, não é? Mas você tem o direito de não querer também. Que tantos embaraços são esses, afinal? Deixar de curtir como quer, pegar sem direito de devolução grandes responsabilidades. É possível e essa palavra não deveria estar escondida por trás de um alfabeto inteiro. Se preciso for, a gente muda, refaz e encaixa de novo pra se adequar.

Dança, e deixa a mudança acontecer.

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