Modelos organizacionais flexíveis e evolutivos

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4 min readMay 30, 2023

A importância de times autônomos com propósitos em comum

Fundo laranja com frase “Como Modelos Organizacionais e seus artefatos podem agregar valor, gerar eficiência e estimular a melhoria contínua”, com imagem em formato de losango com pessoas sentadas interagindo.

Por Paulo Andre Sampaio, agente de transformação no Itaú.

É da natureza humana tentar antecipar acontecimentos e transformações em nossas vidas. No âmbito profissional, este fenômeno não é diferente e se torna um anseio para organizações e indivíduos que buscam prosperidade e crescimento sustentável.

Este é o primeiro, de uma série de três artigos aqui no Medium, nos quais irei abordar alguns fundamentos e conhecimentos que nos ajudaram a utilizar tecnologias sociais para construir e evoluir modelos organizacionais que promovem flexibilidade e eficiência, bem como algumas ideias para aplicações práticas em diferentes contextos.

Segundo a consultoria de Recursos Humanos Robert Half, flexibilidade, criatividade e adaptação prometem ser as palavras mais utilizadas no contexto profissional contemporâneo. Inclusive, essa é uma tendência que já vem aparecendo em muitas empresas. Timidamente ou não, organizações já iniciam sua corrida contra o tempo para saírem à frente da concorrência e se adaptarem rapidamente.

Nesse contexto, as equipes buscarão se organizar em torno de propósitos comuns e ter autonomia para tomar decisões importantes relacionadas ao trabalho e seus resultados. Esse modelo de organização pode ter artefatos que permitem que pessoas foquem mais em seus papéis na constante transformação e geração de valor, do que apenas na hierarquia, e tenham cerimônias para otimizar o fluxo de informação e melhorias contínuas.

A relação entre papéis e cerimônias está conectada à forma como as empresas organizam e gerenciam suas equipes com a intenção de gerar resultados. As cerimônias são rituais que as equipes realizam regularmente para revisar o progresso, identificar problemas e planejar o trabalho futuro. Essas cerimônias podem incluir reuniões diárias (stand-ups), revisões de sprint, retrospectivas e outros tipos de reuniões de equipe (inclusive as mais lúdicas como cafezinho, happy hour, etc).

Os papéis referem-se às funções e responsabilidades que os membros da equipe têm dentro da empresa. Cada papel possui responsabilidades e contribuições diferentes, para garantir a harmonia do grupo e otimizar o fluxo de informações e tomada de decisão. Por exemplo, um gerente de produto pode ser responsável por liderar a equipe e garantir que o produto gere valor para o negócio e para os clientes, enquanto um desenvolvedor pode ser responsável por escrever o código e implementar as funcionalidades. Na prática, no entanto, a fronteira entre responsabilidades e todo o arcabouço de dinâmicas humanas pode deixar os cenários nebulosos e questionáveis — especialmente em tempos de mudança de contexto.

Ilustração com fundo multicolorido com seis pessoas de pé interagindo.

Nas dinâmicas modernas de trabalho, a relação entre papéis e cerimônias é importante porque influencia a topologia dos times (saiba mais sobre o tema neste artigo) e como as equipes são organizadas e gerenciadas. As empresas que adotam uma abordagem mais ágil e flexível podem se beneficiar de uma melhor colaboração, eficiência e produtividade.

Isso pode ser alcançado através da construção de modelos organizacionais que permitam flexibilidade e empoderamento das equipes e indivíduos que compartilham um propósito comum.

Todo modelo é uma simplificação da realidade

Antes de tudo, é importante destacar que, por definição, modelo é qualquer mapa ou construto intelectual e epistemológico utilizado para explicar, implementar ou desenhar alguma coisa. Ou seja, o modelo é uma tentativa de representação e simplificação da realidade, mas que falha já no ponto de partida, pois não é a realidade em si.

“O mapa não é o território.” — Alfred Korzybski

Dito isso, é uma falácia acreditar que sua organização encontrou “O Modelo” de trabalho que atende plenamente expectativas além da vaidade. Todo profissional que trabalha em intervenções de sistemas sociais deveria ter um contato mínimo com a história da construção do conhecimento científico e as questões filosóficas em volta do conhecimento. Em um mundo que vende soluções rápidas e panaceias para todos os problemas, isso se torna cada vez mais necessário.

Conectados a essa visão, precisamos entender que as normas culturais e as expectativas sociais exercem uma importante influência em nossas escolhas e no nosso comportamento, moldando nossas interações sociais e os papéis que assumimos na sociedade.

No próximo artigo, irei explorar a origem desse conhecimento e sua relação com as organizações, os modelos de trabalho e os diversos tipos de papéis e cerimônias que assumimos no nosso dia a dia.

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