dia do design Itaú 2020
Um evento online, feito pelo time e para o time, que traga discussões e reflexões relevantes para as pessoas. Deve gerar senso de pertencimento e promover aprendizado para quem trabalha com a gente, através da conexão entre as comunidades de design dentro e fora do Itaú.
Esse foi o briefing do Dia do Design Itaú 2020, e virou o resultado final. Pensamos, planejamos e montamos um espaço de conversas online, ao vivo e para todes sobre as soluções de design nos tempos atuais, de olho nas transformações do comportamento e nas tendências pós-pandemia.
Mas de onde veio a ideia? O Dia do Design Itaú nasceu quando um projeto antigo do Alex Guazzelli saiu do papel. Depois de uma estreia presencial para 280 pessoas em 2019, a edição de 2020 precisou ser diferente.
Em tempos pandêmicos, trabalhando à distância há vários meses, debatemos muito sobre o perigo da (des)conexão no time. Vimos no Dia do Design uma brecha no cotidiano, uma tela em branco para a co-criação e um motivo para nos conectarmos — tanto entre nós quanto com o mercado.
Vou contar um pouco sobre como fizemos esse projeto acontecer no ano em que tudo mudou.
Colaboração e co-criação de ponta a ponta.
No Itaú, somos cerca de 200 designers de diferentes especialidades, espalhados por várias áreas e equipes, trabalhando no modelo remoto e num ritmo acelerado. É muita gente! E no fim do dia é importante que esse time se conheça e se reconheça como grupo e que tenha espaços de pertencimento, aprendizado e troca para evoluir.
Em meio ao distanciamento físico, o Dia do Design nasce como resultado de um processo intenso e livre de troca de ideias. Essa autonomia fez do encontro uma expressão verdadeira da comunidade de design do Itaú. Feito por nós, para todes.
Na prática, o projeto foi todo conceituado, planejado e implementado por um time misto entre as disciplinas do design no banco: branding, customer experience e design de serviços. Definimos o tema e o formato em uma sessão de colaboração online entre essas três áreas — além de Marketing, Relações Públicas e Eventos (usamos o Miro para isso e foi certeiro). Nesse encontro, pessoas bem diferentes puderam co-criar dinâmicas, ferramentas e conteúdos nos quais acreditavam e, por isso, teriam prazer em fazer acontecer.
Como não podia deixar de ser, nosso time de branding desenhou a identidade e a comunicação do projeto. Da linguagem gráfica e verbal até as peças de comunicação no LinkedIn e no Instagram, o resultado traduz o clima da edição: um cenário digital, onde as informações e metodologias estão em processo de reorganização e reconfiguração.
Relevância para designers e não-designers.
Nossa intenção foi cruzar olhares de dentro e de fora da nossa profissão e produzir conteúdos que seriam igualmente interessantes para designers e não-designers.
Afinal, em 2020 todo mundo teve que ser um pouco designer, não teve? Encaramos questões dadas — que não poderiam ser tratadas senão na perspectiva humana — e tivemos que projetar soluções para elas. Tivemos que encontrar novos significados para palavras como distância, conexão, interação e experiência.
Da colaboração nasceu o tema: Conexões entre o eu e o mundo, onde a gente se provoca sobre os (novos) papéis do design em tempos de incerteza.
Quais posições e responsabilidades podemos assumir? Colocamos, então, o designer como agente de transformação nas sociedades: um conector entre problemas e soluções.
Para construir a narrativa chegamos em três temas complementares que foram trabalhadas em painéis ao longo do dia do encontro. Partimos do indivíduo e seus dilemas com o tempo, passamos pelo design protagonista em tempos de mudança e concluímos com um olhar de futuro sobre as novas dinâmicas de criação e experiência.
Abrimos a conversa pela manhã, com o Gustavo Vieira, a Daniela Klaiman e o Gustavo Nogueira sobre as mudanças na nossa relação com o tempo, os novos comportamentos provocados pelo contrarrelógio em que vivemos. Na parte da tarde aterrissamos na prática do design hoje: Felipe Memória e Julia Daher dividiram histórias e aprendizados de soluções de design recém implementadas. O último painel foi sobre o futuro e os novos papéis que assumimos como designers, criativos, solucionadores de problemas com foco no ser humano. A Claudinha Niemeyer, o Jaakko Tammela e a Adriana Barbosa falaram um pouco sobre liderança com foco em experiência, novos produtores e produtos de design — e novas responsabilidades também.
No planejamento também sentimos vontade de mostrar para o mercado como fazemos design, marca e experiência dentro do Itaú. Por isso, montamos um painel extra, chamado Projetos Itaú. Nele, contamos a história de três cases internos, falando sobre processo, metodologia e resultados. O conteúdo gerou bastante engajamento e muita gente veio dar uma espiadinha — mesmo sendo no meio da tarde, o painel recebeu 436 pessoas.
Online, ao vivo e para todes.
Durante a pandemia, as relações entre as pessoas e as marcas trilharam novos caminhos virtuais e vimos a oportunidade de tornar nosso encontro maior e mais abrangente. Sem a obrigatoriedade da presença física pudemos convidar pessoas que não estão em São Paulo — e nem no Brasil — para participar com a gente, seja palestrando, seja assistindo. Os debates aconteceram online, ao vivo e abertos ao público geral.
Ao longo do dia, recebemos 1.120 pessoas na casa virtual que montamos para o evento. Foi importante ver empresas como iFood, Globo, IBM, Dasa, Mercado Livre, PicPay, Santander e PagSeguro no público. Isso significa que conseguimos abrir espaço de troca com outras empresas que têm áreas de design internas e vivem realidades parecidas com a nossa.
Um é bom, quatro é ótimo.
Durante a conceituação, a ideia cresceu, se beneficiou do online e deu origem à Semana do Design. Dia 05 de novembro, uma quinta-feira, passou a morar dentro de uma semana inteira de programação sobre design para o público interno do Itaú, que rolou nos dias 03, 04 e 06 do mesmo mês. Foram masterclasses, oficinas e bate-papos — chamados cafezinhos — para espalhar a mentalidade de design entre as áreas parceiras. Os próprios designers prepararam e apresentaram os conteúdos, em sessões abertas a todos que trabalham no Itaú, incluindo terceiros. Em três dias, 871 pessoas participaram das sessões conosco, e aprenderem sobre temas como proposta de valor, ux writing, digitalização na pandemia, construção de marcas, ux research, design thinking, neurociência aplicada e jornadas de experiência.
Esse intraempreendedorismo é característico da nossa profissão e, quando incentivado, traz força, visibilidade e realização. Projetos como o Dia do Design acontecem onde há confiança e abertura entre a liderança e o time. Em empresas que dão espaço, estrutura e autonomia para que boas ideias apareçam, independente do seu tamanho.