É este o fim da era dos cartões?
Em 1969, um engenheiro da IBM, Forrest Parry, passou um dia inteiro tentando colar uma tarja magnética em um cartão de plástico. A cola deformava a tarja e era impossível ler a informação.
Na noite do mesmo dia, ele voltou para casa e falou com sua esposa, que estava passando roupa. Ela sugeriu que Forrest colasse a tarja no cartão de plástico utilizando um ferro de passar.
Forrest realizou algumas tentativas e descobriu que o método estava certo.
O ferro aquecido derreteu a camada superior do cartão de plástico. A aderência entre o plástico e a tarja foi boa o suficiente para garantir a ligação entre esses dois materiais.
Isso acabou levando à popularidade de cartões com tarja magnética, que consequentemente passaram a ser usados para pagamentos, programas de fidelidade e controle de acesso.
E ainda o cartão de plástico é antes de mais nada o meio de identificação para todas essas operações. Um segundo fator para validação seria o número de informações pessoais ou a senha.
No entanto, as tarjas magnéticas são inerentemente inseguras — é fácil copiar os dados com um leitor de cartão magnético. Criminosos podem facilmente fraudar os cartões e utilizar outros métodos para capturar PINs e senhas.
Para garantir a segurança contra criminosos, os cartões com uma tarja magnética foram substituídos por cartões inteligentes com um chip.
A verificação em duas etapas e o 3D Secure foram posteriormente inseridos online.
A necessidade de melhorar os sistemas de verificação, identificação e pagamento foi inicialmente influenciada por um uso massivo da Internet (com e sem fio) e, posteriormente, pelo surgimento da Internet das Coisas, que lida com equipamentos especializados conectados.
Com o crescente uso de dispositivos móveis, a demanda por soluções relacionadas à segurança também está em alta, o que leva à necessidade de melhorar a tecnologia em sistemas de autenticação, identificação e pagamento.
No entanto, o atual método de melhoria de segurança parece vir com uma pesada carga para o meio ambiente. Quanto mais atualizações implementamos nesses cartões de plástico, mais impacto eles causam para o nosso meio ambiente e finanças.
Os bancos gastam milhões de dólares para emitir cartões com novas tecnologias, como chips RFID e MotionCode. No entanto, a cada três ou quatro anos, os cartões vencidos serão destruídos, poluindo, assim, nosso planeta e causando efeitos negativos quase irreversíveis tanto na flora quanto na fauna.
Em 2017, mais de 35 bilhões de cartões foram produzidos. As despesas com a emissão desses cartões excederam US$ 20 bilhões anuais. Segundo o relatório do Fórum Econômico Mundial de 2017, até 2050, o volume de lixo plástico presente nos oceanos do mundo pode superar a quantidade de peixes.
Como podemos manter o equilíbrio entre a melhoria da tecnologia e a proteção do meio ambiente? Há uma maneira melhor de realizar autenticação e pagamentos? É este o fim da era dos cartões?
Assim como os computadores desktop foram substituídos por notebooks e dispositivos móveis, os cartões que preenchem o espaço em nossas carteiras também se tornarão uma coisa do passado, considerando o dano que eles causam ao meio ambiente.
O que você está disposto a fazer sobre isso?