UX: Aceita que dói menos

Migrar de desenvolvimento desktop para desenvolvimento web não é apenas uma mudança de tecnologia. É uma forma diferente de pensar na solução dos problemas, na forma de interagir com o sistema e especialmente de trabalhar colaborativamente.

Trabalhar neste cenário não é nada fácil, especialmente quando você é designer. Toda vez que ocorre algum problema na interface você escuta: “primeiro o sistema precisa funcionar, depois resolvemos estas frescuras”. Aposto não ser a única a ter a (in)felicidade de ouvir isso, quase que diariamente. Porém, o que eu mais acho graça disto tudo é ver este mesmo cidadão abrir um site de internet banking e reclamar que o mesmo parece ter sido feito nos anos 90. Ouvir reclamar que outro site não tem versão mobile, que “o responsivo não funcionou direito”, ou que “o Google é muito foda porque as coisas funcionam em qualquer plataforma e de forma muito rápida”.

Tenho dúvida de qual é o critério utilizado para determinar o que deve ou não ser “resolvido”. A dificuldade que “eu” tenho para fazer um ajuste? A falta de conhecimento? Ou o fato de “eu” não ter que usar aquilo que desenvolvi? Sinceramente, eu apostaria fortemente nesta última.

Aí eu te pergunto, querido desenvolvedor: Você acha que os caras do Google também não tem seus pitis porque determinado recurso não funciona no IE? Você acha que eles decidem ignorar sistemas operacionais e browsers porque acham que ninguém os usa? Você realmente acha que os desenvolvedores do Netflix nunca perderam os cabelos ajustando a interface? Ou que os da Amazon nunca perderam horas, dias, semanas, ou até meses para que o site funcionasse perfeitamente em todos os dispositivos? Todo mundo sofre com isso! Faz parte do nosso trabalho. É para isso que somos pagos. E por favor, comente aí se você discorda disso.

Você precisa entender que assim como você sofre utilizando sistemas que não estão preparados para web, seus usuários também sofrem. E sabe o pior? Você é o culpado por isto.