I’m so fuckin’ grateful for my ex

thank u, next

dora the explorer
Izadora Fala Sobre Música
3 min readNov 27, 2018

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Eu nem gosto muito da Ariana Grande, mas eu estou apaixonada na música nova dela. “thank u, next” é um ode aos seus ex-namorados e, muito mais do que isso: ao amor próprio. E isso me leva a uma das primeiras retrospectivas de 2018 que eu gostaria de fazer, se é que eu ainda tivesse o costume de escrever sobre isso. É que uma das melhores sensações do mundo é o sentimento de auto descoberta que existe após o final de um relacionamento. Porque é isso: 2018 foi o ano no qual eu terminei o relacionamento que eu tive nos dois anos anteriores e tive que buscar a resposta para a pergunta “quem sou eu?”.

Vou te dizer que é fácil? Não é fácil. Eu mudei algumas vezes o meu cabelo, comprei algumas roupas porque as velhas não faziam mais sentido e tive que ir me modulando aos poucos a um novo mundo. Pensava que, quando terminasse o relacionamento, a minha vida antiga estaria me esperando. Mas não estava não. O negócio foi reconstruir uma vida do zero. No começo, essa ideia parecia um tanto quanto desesperadora. É porque a gente é tomado por uma cegueira tão grande no início que não percebe que começar do zero também significa novas possibilidades.

Eu mergulhei nessa vida esquisita e vi, aos poucos, as coisas fazendo sentido. Vi as pessoas dizendo que eu estava bem melhor. Voltei a sentir alegria genuína, voltei a me sentir viva e até cheguei a prometer que eu não iria me envolver com ninguém durante esse ano. E a parte mais engraçada é que eu acabei me relacionando com alguém que eu conheci justamente porque a gente não estava buscando um relacionamento. Antes disso, eu também tive alguns pequenos sofrimentos por outras pessoas que eu levei no aumentativo, quase sempre, mas foi um dinamismo gostoso. Um dinamismo de possibilidades. Porque eu podia ver o quanto cada pessoa poderia me trazer uma surpresa boa, uma informação nova, um rolê que eu nunca havia feito antes. Porque eu pude conhecer várias conversas e várias risadas e entender que é possível ter vida de novo.

É tudo uma questão de redirecionar os pensamentos. Faça as coisas por você, em primeiro lugar. É você quem estará sempre em sua companhia, então vai. Quando eu dei por mim, eu tomei coragem e resolvi sair da casa dos meus pais, um desejo que sempre foi latente e que eu não tinha forças para enfrentar. Eu me tornei uma pessoa que se sente incompleta sem exercícios físicos regulares e que busca tentar o novo, ao menos uma vez. As coisas ainda são uma mistura de autoestima estável com doses de Fluoxetina e Rivotril para equilibrar o corpo, mas elas são.

Também agradeço ao meu ex por ter me feito perceber tudo aquilo que eu não quero. Eu quero ser livre para falar sobre a minha espiritualidade, porque ela faz parte de mim — se eu tiver que ocultá-la ou fingir que ela não existe, as coisas não fazem sentido. Eu penso o quanto foi ridículo deixar que alguém passasse por cima da minha religião. Ou o quanto eu me podei para ser uma pessoa moldada às necessidades de alguém. Hoje eu sei que, se eu não tiver a minha liberdade, em todos os sentidos, eu não tenho nada.

Eu tenho muito mais consciência de quem sou eu. Meu signo é Leão, meu ascendente é Sagitário, minha lua é em Gêmeos e eu sou filha de Iansã. E isso significa muito. Ter pleno conhecimento de todas essas partes que me constroem é o que me renova.

thank u, next.

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