7 livros para profissionais de Branding e Marketing em 2023
O texto foi publicado originalmente no site http://www.brandingnews.com.br
Se você já está em busca do que ler em 2023 ou se está atualizando o seu PDI, eu espero que esse post possa lhe oferecer uma pequena contribuição. Separei alguns livros nas áreas de Branding e Marketing que podem interessar você.
A literatura é cada vez mais extensa e o nosso tempo cada vez mais escasso. Por isso, decidi compartilhar estes livros de grande valor para mim. Espero que possam ajudar você a escolher o que ler em 2023.
A lista possui 7 livros de diferentes autores e com perfis, às vezes, bem opostos.
1 Building Strong Brands — David Aaker
Este é um livro fundador de um modelo de pensamento para construção de marcas. Provavelmente, você já viu ou aplicou algum dos conceitos dele no seu trabalho. O framework de construção da “Brand Identity” é um dos mais utilizados até hoje.
O livro de 1996 é cada vez mais difícil de se encontrar, o que para mim o torna ainda mais valioso. Há uma versão em português ainda mais rara.
Se você tem 30 anos ou menos terá dificuldade para reconhecer algumas das marcas ou cases citados pelo autor, mas as situações e os desafios irão parecer bem familiares. A necessidade de se conectar com os mais jovens, personalizar a comunicação e inovar são depoimentos frequentes.
Aaker fala sobre a construção do “Brand Core”, a essência da marca. A busca pela razão essencial de sua existência. A partir disso se construirá todo o modelo que você pode dar uma olhada abaixo.
O entendimento sobre a marca vista como produto, organização, pessoa ou símbolo também é uma discussão fundamental e que influenciou muito dos livros mais recentes.
Os capítulos passam por cada um dos temas do framework. Para mim, leitura essencial.
2 Building Distinctive Brand Assets — Jenni Romaniuk
O livro 2 da lista já é muito mais recente. Foi escrito em 2018 por Jenni Romaniuk. Ela é uma das principais autoras do Instituto Ehrenberg-Bass do qual faz parte Byron Sharp, autor de How Brands Grow.
Romaniuk abordará durante todo o livro a construção de um marketing baseado em evidências, em ciência. O livro é recheado de pesquisas que sustentam cada um dos capítulos.
É comum encontrar cutucadas em autores como Kotler durante todo o livro.
Building Distinctive Brand Assets irá abordar a construção (e a sustentação) de ativos pelas marcas. Construir um “asset” é construir um novo nó na memória dos compradores de uma categoria. Esse nó precisa ser ativado no momento da compra. A sua marca precisa ser lembrada.
Para construir as estruturas de memória da marca, ela precisa ter disponibilidade mental (propaganda, mídia, influencers, boca a boca) e “física” (lojas, ecommerce). Os temas serão amplamente trabalhados no livro.
3 O Herói e o fora da Lei — Margaret Mark e Carol S. Pearson
Posso afirmar, sem sombra de dúvidas, que este é um dos livros mais importantes para quem constrói e trabalha com marcas.
No processo de rebranding da @Sanar, este talvez tenha sido o livro mais essencial.
O Herói e o fora-da-lei se baseia na teoria de Carl Jung sobre o poder dos arquétipos.
Os arquétipos, que não são esteriótipos, personificam os desejos mais universais dos seres humanos. São desejos que pessoas em países e épocas podem ter em comum.
Vontade de explorar o mundo, de se sentir amado, de ter segurança, de se sentir livre são alguns dos exemplos destes desejos mais universais.
As marcas que utilizam dos arquétipos em seu branding conseguem se conectar mais facilmente com a sua audiência. As pessoas reconhecem o que aquela marca pode representar na sua vida, qual desejo ela ajudará a suprir. Isso resulta em conexão emocional.
4 On Branding — David Aaker
Sim, é o segundo livro deste mesmo autor na lista, mas está aqui porque ele pode ajudar você a entender o que é brand equity e como gerenciar portfólios de marcas.
Algumas das questões do primeiro livro irão aparecer novamente, mas agora mais atualizadas.
Entre as discussões valiosas do livro está a dos conceitos de benefícios funcionais, emocionais e de autoexpressão, o que você já deve ter encontrado em apresentações, vídeos ou outros livros.
Aaker também aprofunda em discussões sobre quando criar marcas, quando a marca deve endossar sub-marcas, quando unificar, entre outras estratégias possíveis. Por fim, ele também apresenta as principais ameaças à relevância das marcas e como lidar com isso ao longo do tempo.
5 Paid, Owned and Earned Media — Nick Burcher
Livro fundamental para ajudar a construir uma visão mais ampla de comunicação e mídia para marcas.
Vivemos em uma era de melhoria contínua da tecnologia que está mudando a maneira como as pessoas se comportam e se comunicam, é necessário atualizar e reiniciar as abordagens de marketing.
Para o autor, o marketing e a publicidade estão sendo definidos pelo agrupamento de mídia paga, própria e espontânea.
Mídia paga — canais pagos que promovem um produto, site, conteúdo ou qualquer outra coisa para a qual um anunciante deseja chamar a atenção.
Mídia própria — qualquer ativo pertencente à marca. No espaço digital, pode ser um site ou microsite, uma presença de rede social, uma comunidade de marca, um aplicativo ou simplesmente um conteúdo.
Mídia Espontânea — ações e conversas do consumidor relacionadas à marca. Pode ser totalmente espontâneo ou estimulado por ações ou ativações da marca.
6 StoryBrand — Donald Miller
O sexto livro da lista é o mais “receita” de todos. É aquele tipo de livro com um framework pronto para você aplicar no seu dia a dia.
A principal tese do livro: o herói da história deve ser seu cliente, não sua marca. Segundo o autor, esse é um dos principais erros cometidos por quem trabalha com marketing.
O autor propõe o uso do método SB7, composto por 7 elementos para a construção de um storytelling poderoso para a sua marca.
- Um personagem — O cliente é herói, não a marca. O catalisador de qualquer história é que o herói quer algo.
- Ter um problema — As empresas tendem a vender soluções para problemas externos, mas os consumidores compram soluções para problemas internos.
- E encontre um guia — Os clientes não procuram outro herói, e sim um guia.
- Que tem um plano — Os clientes confiam em um guia que tem um plano. Cliente quer conhecer um plano de ação para decidir a compra.
- E o convida a agir — Os clientes não agem, a menos que sejam estimulados a isso. As pessoas precisam ser desafias. Personagens só agem após serem provocados por um força externa.
- Isso o ajuda a evitar o fracasso — Todo ser humano tenta evitar um final trágico. O que está em jogo? Devemos mostrar às pessoas o custo de não fazer negócio conosco.
- E termine com um sucesso — Nunca presuma que as pessoas entenderam como sua marca pode mudar suas vidas. Diga a elas. Como a vida dela será ótima com nosso produto. Ofereça uma visão do que poderá ser a vida.
7 Cultura da Conexão — Henry Jenkins
O último livro da lista é o Cultura da Conexão do professor Henry Jenkins.
O livro traz uma tese super interessante sobre mídia propagável. O autor questiona o uso da expressão “viral”. Para ele, o termo indica um comportamento passivo ao compartilhar um conteúdo de marca, o que não faz sentido. O vírus entra no seu corpo contra sua vontade. Já a mídia, depende da vontade do ser humano para ser compartilhada.
Jenkins defende o uso do termo “mídia propagável”, ou seja a criação de mídias com maiores recursos de propagabilidade. É um comportamento ativo. O usuário precisar querer compartilhar e passar a mídia adiante.
Durante o livro, ele irá abordar e discutir o que torna um conteúdo mais propagável do que outro. Humor, emoção, fantasia e muitos outros elementos serão explorados.
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Bom, espero que a lista tenha sido útil e gere valor para você.
Se tiver outras sugestões de livros, compartilha comigo. Se você decidir ler algum desses livros, também adorarei discutir um pouco mais sobre marketing e branding.
Ficarei feliz demais com qualquer feedback.