From zero to hero: Como construímos uma cultura de produtos na Sanar em apenas um ano

A Sanar é uma startup com essência 100% baiana, que nasceu em 2014 e vem dobrando de tamanho a cada ano que passa. Hoje, somos quase 200 Sanáticos, distribuídos em Salvador, São Paulo e algumas outras cidades do Brasil. Todos unidos com um grande objetivo: formar médicos 100x mais produtivos e assertivos, distribuindo conhecimento e tecnologia, do momento que eles pisam na faculdade até o final de suas carreiras. Tudo isso para ajudar a combater um problema trilionário que é o subatendimento e acesso à saúde no mundo. Atualmente, atuo como Product Manager do Sanar Residência Médica, uma das business units (BU’s) que temos aqui dentro e vou contar o quão louco e empolgante foi participar dessa transformação de mindset que passamos nesse último ano.

Crescemos e nos consolidamos nesse mercado da saúde como uma empresa focada em educação e com uma máquina de aquisição muito afiada. Esse sempre foi nosso forte e somos referência disso no cenário das startups do Brasil. Entretanto, no final do ano passado (2018), nossos sócios fundadores se depararam com um grande enigma: Queremos ser uma empresa que dê dinheiro ou que mude o mundo? E foi com esse questionamento que percebemos que queríamos realmente mudar o mundo. Mas, para isso de fato acontecer, precisávamos de duas grandes mudanças: resolver o problema da saúde como um todo, sendo educação somente o começo da jornada e mudar o jeito que tomávamos decisões no dia a dia para product data driven.

A partir disso, entendemos que para isso tudo acontecer, precisávamos nos tornar uma empresa cada vez mais tecnológica. (Leia-se Tecnologia = Produtos + Engenharia). Mas, como fazer essa mudança sem frear a máquina? Foi aí que fomos no mercado entender como outras empresas estavam fazendo isso e também buscar profissionais qualificados pra nos ajudar nessa transformação. Tivemos o primeiro baque: a maior parte do mercado já está se movimentado para isso, e não há profissionais “dando sopa por aí”. Quem é bom, já está bem colocado e ganhando muito bem. E agora, o que vamos fazer?

Nesse momento, a Sanar resolveu dar oportunidades a alguns jovens talentos (me incluo nessa 😁), que nunca trabalharam efetivamente com produtos. Foi uma construção difícil. Começamos todos com muita vontade e determinação, procuramos nos qualificar com workshops de métodos ágeis (Scrum, Kanban), cursos de gestão de produtos e benchmarkings. As primeiras sprints se passaram e começamos a perceber um cenário um pouco caótico: Ineficiência nas entregas, atrito com o time de Engenharia e stakeholders ansiosos para os primeiros resultados… Com isso, percebemos que não conseguiríamos abraçar o mundo e resolvemos dar um passo atrás e limitar um pouco o escopo do time de produtos para que conseguíssemos ganhar maturidade e ir evoluindo ao longo do tempo. E aí começamos uma era do que chamo de “A era dos PO’s”. E com isso, compactuamos com a companhia o papel do PO na estrutura.

Definição do escopo do PO da Sanar:

1. Participar ativamente na construção do roadmap
2. Transformar o roadmap já existente em backlog
3. Ser o responsável pela priorização do backlog
4. Conduzir todo o processo de refinamento
5. Documentar todo o processo, escrever user’s stories e definir os critérios de aceite
6. Definir as releases
7. Ser o responsável pelo roll-out
8. Negociar com os stakeholders

No primeiro momento, pareceu desanimador. Porém, com o passar das sprints, conseguimos observar os primeiros resultados chegando. As eficiências das entregas aumentaram, os atritos entre os times diminuíram e os stakeholders passaram ter um mindset ágil. Isso foi evoluindo ao longo dos três primeiros trimestres do ano, junto com o escopo do nosso time de produtos. Começamos a nos envolver mais em discussões estratégicas, fazer entrevistas, conduzir discovery e ajudar na elaboração dos roadmaps e visões dos produtos.

Em paralelo a essa realidade, trouxemos a discussão dos métodos ágeis e da mentalidade product driven pra toda a companhia. Os times de professores, de operações e de marketing começaram a usar o scrum no dia-a-dia. Nossos head’s das BU’s começaram a falar a mesma linguagem que nosso time de tecnologia. Começamos a ter o momento Tech nas nossas reuniões semanais. E aí, com tudo isso rolando, nosso time de PO’s passou a se tornar um time de Product Manager’s. Com isso, não poderíamos deixar de criar nosso escopo do PM né?

Papel do PM da Sanar:

1. Manter o funcionamento tático do time
2. Participar ativamente das discussões estratégicas da empresa
3. Ser o principal responsável pela construção do roadmap
4. Analisar trade-off’s: Pagar uma solução pronta ou desenvolver internamente?
5. Ajudar na motivação e alinhamento dos times
6. Gerir orçamentos: Quanto vamos gastar em cada projeto/produto?
7. Ser o responsável pelo portfólio de produtos
8. Posicionar os produtos estrategicamente
9. Fazer análises competitivas/mercadológicas
10. Preocupar-se com o ciclo de vida/saúde dos produtos

E com todas essas mudanças, finalizo o ano de 2019 bastante feliz de ter participado ativamente dessa construção e lisonjeado pela Sanar ter acreditado em mim para fazer parte disso. Temos muito o que aprender ainda e essa humildade intelectual vai fazer com que conquistemos resultados incríveis nos próximos anos.

E aí, o que acharam? A nossa construção de produtos da Sanar é muito diferente do que aconteceu na empresa que está atualmente? Conta um pouco aqui embaixo :)

Ah, não posso esquecer de mencionar que no ano de 2020 queremos dobrar nosso time de Produtos e Engenharia né? Quer fazer parte dessa nossa loucura (no bom sentido, lógico) e ajudar a revolucionar a saúde no mundo? Dá uma olhadinha nas nossas vagas aqui. Você não é dessa área, mas ficou animado em fazer parte da Sanar? Também temos espaço pra você! Não deixe de conferir nossas vagas.