OKR: Algumas Regras de Ouro

Jonathan Pedreira
sanar
Published in
5 min readAug 3, 2020

Dicas práticas para levar seu time a atingir resultados nível Google

Salve, pessoal!

Gostaria de compartilhar com vocês aqui um pouco do que tenho aprendido ao facilitar todo o processo de planejamento e execução da metodologia do OKR na Sanar.

De modo super simples, vamos definir o conceito: a sigla OKR em inglês significa Objectives and Key Results: Objetivos e Resultados Chave. Esse termo é o nome de um sisteminha que se presta a ser bastante claro e direto para a concretização de objetivos e metas aspiracionais em empresas de alto crescimento.

Basicamente tudo o que entra no sistema de metas precisa passar por um filtro bastante simples. Qualquer meta e métrica que se encaixe na seguinte frase pode ser encarado como meta válida:

Eu vou___________ , medido por____________ .

Alguns exemplos:

Eu vou lançar meu produto com sucesso, medido 500 vendas.
Eu vou encantar meus clientes, medido por um NPS de 60.

Por conta dessa simplicidade em estabelecer objetivos, a estrutura do OKR pode tanto ser usada em times enxutos, por exemplo de 5 pessoas, como em grandes corporações distribuídas em uma dezena de sedes pelo mundo.

A grande beleza do OKR está no fato de que o resultado principal deve ser extremamente mensurável. Ao final do ciclo trimestral, você pode olhar, e sem argumentos, se perguntar: eu cheguei no resultado esperando? Sim? Não? Simples. Não existe julgamento por trás. Os números contam a história pra a gente, sem margem para opiniões ou desentendimentos.

Separei aqui algumas dicas práticas que podem ajudar marinheiros de primeira viagem:

1. First things first — as prioridades, primeiro

Antes de começar a rodar o planejamento do OKR, é extremamente importante que o time entenda qual é a sua grande visão ao longo prazo. Do ponto de vista estratégico, é mega importante que cada movimento que o negócio tome no curto prazo precise levá-lo cada vez mais próximo daquele sonho grande.

Mas cuidado: isso não significa que é preciso tomar o caminho mais rápido ou o mais curto, mas sim o mais inteligente. Como já disse Ubiraci Mercês:

Na capoeira, um passo pra trás é golpe

Como os períodos de execução do OKR rodam em apenas um trimestre, é preciso ter em mente quais são as batalhas que valem a pena serem travadas. E mais importante (e ainda mais difícil), avaliar o que vai precisar ficar de fora para os próximos passos.

2. Máximas colaboração, transparência e alinhamento

Identificadas as prioridades daquele ciclo trimestral do OKR, é hora de trazer todo mundo do negócio pra o mesmo contexto. É nessa etapa que fica a maior riqueza de toda essa metodologia: o famoso bottom-up, ou seja, o fluxo de sugestões de todos os colaboradores para alcançar aquele plano.

De posse dos objetivos e resultados chaves, todo mundo pode colaborar com o planejamento, oferecendo-se para assumir um pedaço daquela meta (ex: 10% das vendas) ou sugerindo hipóteses e apostas para maximizar aquele objetivo ao longo do ciclo (ex: aumento de alcance orgânico do marketing).

A vantagem de abrir o plano e as metas individuais para todos já na partida evita quaisquer desalinhamentos à frente, além de maximizar a colaboração e o engajamento entre diferentes times, algo que não acontece de forma natural no dia-a-dia. Quebre os silos e a hierarquia completamente!

3. Comprometimento total

Uma vez que todo mundo sabe que o que está no OKR são as metas mais importantes a serem atingida, toda a organização precisa entender e seguir essa prioridade. Vale a pena desenvolver alguns treinamentos e materiais de consulta para deixar todo mundo na mesma página. Revisitar os princípios da metodologia de tempos em tempos ajuda bastante a fixar esses conceitos na cultura do time, principalmente para quem está começando agora.

quem sabe você encontra o seu “haka”

Lideranças e colaboradores precisam otimizar todos os recursos para maximizar aqueles resultados, mesmo que isso signifique sacrificar alguns dos objetivos secundários dos seus próprios times. Caso diretores, sócios ou o próprio CEO da empresa não estiverem 100% comprados com metodologia, nada acontecerá e todo o esforço depositado até aqui será em vão.

4. Execução é tudo

Por mais perfeito que pareça um planejamento de trimestre, é na hora da implementação que a magia acontece. Já que a estrutura simples do OKR não prescreve diretamente as formas de atingir aqueles objetivos, os times ficam livres para testar inúmeros meios de maximizar as metas.

Times de alta performance são movidos a metas super audaciosas. Tente, por exemplo, montar num cavalo de corrida e andar devagar: ele simplesmente não vai conseguir, a natureza dele não permite isso. Junto com autonomia e liberdade para tomar decisões, esses times super orientados ao resultado chave conseguem atingir grandes feitos.

O que parece ser audacioso no planejamento, torna-se provável ao longo do ciclo e termina como realidade. Repetir essa rotina várias vezes aumenta a capacidade de entrega de uma forma exponencial. As definições de impossível são atualizadas, trimestre a trimestre.

5. Fuja da receita de bolo completa

Parece ser um pouco contra-intuitivo o que vou dizer, mas lá vai: não se preocupe em replicar 100% das regras que a metodologia original do OKR prega, logo de início. Começar a implementar a metodologia por partes, talvez iniciando por um time específico, pode funcionar como um aprendizado mais efetivo controlado, com menor risco.

É preciso uma maturidade muito grande da companhia pra garantir que tudo do OKR rode como esperado. Muito disso é aprendido na repetição dos rituais de planejamento, acompanhamentos trimestrais e registro de dificuldades e lições aprendidas entre os ciclos.

Ao final de alguns ciclos de performance, cada negócio consegue moldar a metodologia de acordo com sua cultura e sua realidade. E não esqueça de comemorar os resultados! Fechar um ciclo bem sucedido é tão, ou até mais importante, do que iniciar um novo.

Como sugestão de leitura, não tem como não sugerir a bíblia do OKR, o livro “Medindo o que importa”, escrito pelo John Doerr. É um livro super direto e prático, com uma série de cases de diferentes indústrias que conseguiram grandes feitos rodando essa metodologia. Dá uma olhada nesse TED também!

Quer continuar a conversa?
Vamos trocar fichinha!

Abraços,

Jon

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