#JhCritica: Mahmundi — Mundo Novo
O ‘novo mundo’ da cantora é simples e agradável
Esqueça sintetizadores e produções mais arrojadas, o terceiro disco, ou melhor, o Mundo Novo de Mahmundi é simples, belo e contemplativo. Acompanhada de uma banda, a carioca canta as relações humanas. A introdução — na voz de Paulo Nazareth — deixa claro o tom do trabalho: “A relação humana é tipo mãe da nossa humanidade / E quando a gente se lança nesse desafio / De trocar mais de perto, de se expor / de encarar a nossa vulnerabilidade / Pra ser de verdade / É aí que se abre um mundo novo”. E as outras canções reforçam essa ideia.
Em Convívio, Mahumundi canta “Eu me conheço mais / Olhando pra você eu vou / Descobrindo quem eu sou”; em Vai salienta “Deixa a janela aberta e sai / Quando você voltar, já me esqueceu / Guarda bem a lembrança e vai”; e em um dos pontos altos do trabalho, Nova TV, ela chama a atenção para o quão desligados podemos ficar devido ao uso excessivo das tecnologias, em especial o celular, a tal “nova tv”, e aí, segundo ela, não vamos perceber o quão “a vida é tão franca / E ao mesmo tempo cheia de mistério”.
A crueza da produção (os vocais são mais limpos e o uso de instrumentos é nítido) é pertinente ao que o trabalho evoca: intimidade e humanidade. Mundo Novo tem um tom contemplativo agradável, que parece nos situar em um fim de tarde à beira da praia. E mesmo que o disco não tenha sido pensado para o tempo em que estamos vivendo, fica uma dica da cantora para a sociedade no pós-pandemia na canção Sem Medo: “Tudo é pra aprender / Tudo é pra evoluir / Tudo é pra viver / Tudo é pra evoluir”.
Ouça: