#JhCritica: Sam Smith — Love Goes

O novo projeto do inglês é um longo álbum de um tema só

Johnatas Costa
#JhCritica
3 min readOct 30, 2020

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(Sara Jaye Weiss/Shutterstock)

O terceiro disco de Sam Smith custou para sair. Marcado para ser lançado no início do ano e com um título diferente (To Die For), o cantor decidiu adiar o lançamento para retrabalhar a estética visual do disco e adicionar mais canções. Contudo, isso não significou que ele sumiu dos holofotes. Lançando canções desde o começo de 2019, Sam foi atiçando o público com novos sons (frente ao que tinha sido lançado até então), mas com uma temática já conhecida: separação/fim de namoro. As 6 canções que foram divulgadas até o primeiro semestre desse ano se juntaram a mais 11 e juntas formaram Love Goes, um disco sobre o fim de um relacionamento. Ou melhor, um longo disco sobre o fim de um relacionamento.

O projeto do inglês é uma coleção de assuntos relacionados ao fim de um namoro que já são conhecidos por qualquer ouvinte. Isso não chega a ser problemático, afinal são as versões dele sobre o tema, mas, em contrapartida, não podemos ignorar o fato de que não há nada nas palavras de Sam que já não foi dito por alguém mundo a fora. Canções como Another One, Breaking Hearts e Love Goes são bons exemplos disso. No entanto, há coisas para se destacar.

Nesse novo álbum, Sam Smith conseguiu imprimir novamente um melodrama que lhe é característico. Digamos que ele não somente canta uma canção, ele também a teatraliza um pouco. Ou seja, por mais que nada do que ele esteja cantando seja novo, há um frescor na sua interpretação e isso é bom, é um diferencial. Há de se destacar que mesmo em um “terreno bem mapeado”, o inglês conseguiu localizar alguns “tesouros” e estes são: Diamonds, So Serious, For The Lover That I Lost, How Do You Sleep e Dancing With Strangers.

Talvez a maior qualidade do novo trabalho do Sam Smith esteja na musicalidade. Claro, as baladas permanecem vivas, mas em Love Goes o inglês optou por enterrar (assim espero) o seu ex-relacionamento nos fazendo dançar. Nada é muito ousado, claro, mas ainda assim dá para chorar mexendo os ombrinhos. É como se ele quisesse esquecer o ex em meio a pista de dança e isso é uma escolha válida. Em meio a um longo álbum de um tema só, Sam Smith poderia ter deixado algumas canções de fora (Young não faz sentido algum no todo e algumas músicas lançadas antes poderiam ser somente singles avulsos); poderia ter evitado repetições; e poderia ter nomeado o disco como Dance (’Til You Love Someone Else), pois esta canção é a que melhor resume todo o projeto.

Ouça:

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Johnatas Costa
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Um mestrando em História noveleiro, fã da Madonna e que adora dar pitaco em tudo que pode