O Funil de contratação e a Jornada do candidato, vamos juntar essas práticas?

Ana Ribeiro
nift.com.br
Published in
4 min readApr 12, 2018

O RH vem se transformando e naturalmente internalizando boas práticas de outras áreas em seu dia a dia, como por exemplo o conceito de funil de vendas, que tem sido adaptado no processo de Recrutamento e Seleção — quem não conhece esse funil, pode dar uma lida nesse texto da Resultados Digitais. A descrição deles sobre esse processo pode ser aplicada totalmente ao processo seletivo: o funil de recrutamento é o conjunto de etapas e gatilhos que tem como objetivo dar suporte à jornada dos candidatos de uma determinada organização.

Esse funil inicia com a descoberta do candidato sobre a empresa, através de divulgações da marca empregadora por exemplo, que começam a despertar o interesse sobre esse novo local para se trabalhar. E vai até a contratação, passando pela conversão desse profissional em um candidato qualificado e pelos pontos de engajamento em todo o processo. Como vocês podem ver a ideia nesses dois exemplos de funil (vou colocar as referências deles lá embaixo):

Como a RD bem comentou, esse funil dá suporte a uma jornada que inicia antes de entrar no funil de recrutamento de fato e vai acompanhando esse processo com todas as etapas de seleção que irão variar muito de empresa para empresa. A importância de juntar essas duas práticas é justamente identificar quais etapas dessa jornada correspondem a necessidade de converter, de engajar ou de vender a oportunidade. De acordo com a Talent Board, os ganhadores do Candidate Experience Award são melhores na comunicação e engajamento com os candidatos, no momento certo da jornada. É como em uma venda, um prospect é alguém totalmente qualificado, mas ainda precisa de mais informações para se tornar de fato um cliente — ou candidato.

E quais são os benefícios de utilizar a Jornada do Candidato e o Funil de contratação em meu processo de recrutamento e seleção?

Torne o processo mais visual

Construir a jornada do candidato e o funil de recrutamento torna o processo de seleção mais visual, mais fácil de se colocar dentro dele e também de ver os gargalos existentes. A dica aqui é: construa toda a jornada do seu candidato, mapeando os pontos de contato dele com a empresa e depois identifique quais momentos dessa jornada correspondem as etapas do funil. Será que a primeira etapa do meu processo, o phone screen, já é uma etapa de venda ou ainda um processo de atração desse profissional? Será que nesse momento esse profissional já é um candidato qualificado?

São perguntas que você pode fazer a partir disso para conduzir melhor estas etapas e adequar a comunicação com os profissionais.

Utilize métricas na produção de insights

O funil de recrutamento — se bem utilizado — pode nos trazer muitos dados e métricas para o processo seletivo, como por exemplo a taxa de conversão entre as etapas: se eu tenho uma taxa de conversão de 95% entre o teste técnico e a entrevista com o gestor, eu posso me perguntar se esse teste realmente está sendo útil para filtrar o conhecimento dos candidatos. Ou ainda a taxa de conversão da oferta, quantas ofertas feitas estão de fato se transformando em contratações?

O tempo que durou cada etapa: com a jornada do candidato mapeada consigo identificar se o candidato tem ficado os 8 dias entre uma etapa e outra sem um retorno ou nenhuma interação. Com isso, você pode visualizar exatamente em quais pontos de contato o seu time pode ganhar ou perder uma boa contratação e, assim, ajustar o que for preciso.

Existem muitos dados que podem ser mensurados junto com o funil de contratação e a jornada para nos ajudar a otimizar todo o processo.

Otimização de etapas no processo

Quantos candidatos precisamos para preencher uma vaga? 100? 200? E em quantos dias conseguimos fechar esta vaga? Com a observação destes dados a longo prazo conseguimos identificar quantos candidatos é preciso para que tenhamos um contratado em 30 dias, por exemplo. Com esse número em mente podemos identificar se o problema do processo é que não estão chegando candidatos suficientes para o topo do funil e, assim, tomar ações pontuais em cima disto.

Além disso, identificar os pontos de contato ao longo do funil e da jornada é a chave para uma ótima experiência do candidato — outra métrica super importante. Estes pontos não são somente para fornecer informações, mas também uma oportunidade de engajar e se relacionar com os candidatos enquanto fornecemos os recursos para as próximas etapas.

Um processo mais inteligente

Utilizar o funil de recrutamento como suporte a toda jornada do candidato no processo seletivo ajuda a tornar esse processo mais visual, mais inteligente e até o feedback dos candidatos pode ser melhor aproveitado. E para realmente utilizarmos todo o potencial destas práticas precisamos ter este mindset de melhoria contínua e — principalmente — da experiência do candidato. Ao final de cada vaga preenchida: o que foi possível visualizar sobre essa jornada e sobre o funil? O que os dados mostraram? Como foi a experiência do candidato em todo esse processo? Não adianta internalizamos novas práticas se continuarmos com medo de testar, experimentar e reinventar o processo cada vez que for preciso.

E vocês pessoal, já utilizam essas duas práticas juntas? Faz sentido? Vamos discutir sobre!

Referências das imagens acima: funil 1 / funil 2

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