“Você não tem cara”
As pessoas não são o que você quer que elas sejam!
A gente não parece ou parece tanta coisa, né? As pessoas baseiam nossa personalidade na própria convicção e esperam que a gente atenda a elas.
Se eu pareço extrovertida, e não sou, logo se espantam, como se eu tivesse de ser aquilo porque me mostro assim na internet. Mas não se dão conta que isso aqui é uma máscara social que, muitas vezes, adoece.
A mesma coisa com pessoas com transtornos mentais. O que mais vejo é pessoas neurodiversas e neurodivergentes falando a mesma coisa. Eles dizem “nossa, mas você não parece”. O que é parecer?
Isso é um estereótipo baseado em desinformação e preconceito.
Falar sobre saúde mental e transtornos, abertamente, não é uma tarefa fácil.
Por exemplo, vieram me perguntar como consigo fazer tantas coisas sendo uma pessoa bipolar. Como se eu tivesse de estar por aí fazendo não sei oque que imaginam que eu fizesse.
O mesmo com o “cara de autista”. O que é ter cara de autista?
Lembrei também da fala do Dudu (@oeduardovictor), DJ, PCD, no @youpixsummit, que comentou que as pessoas chegam a desconfiar que ele tem paralisia cerebral porque anda, etc.
E sabe, o cinema é um dos principais responsáveis por isso. Os roteiros colocam todos num potinho, e quem não sabe como realmente é, acredita que aquilo ali é geral.
É por isso que essas pessoas estão aqui, falando abertamente, se expondo e tentando se blindar de comentários maldosos.
Por trás da Internet só a gente sabe as crises que passamos. Atrás dos stories, são muitos desafios diários que chegam a ser gatilhos para a gente ter de compartilhar.
Então, o meu recado é: não diga para alguém: “Você não tem cara…”. Pesquise sobre. Cada um de nós tem sua particularidade, com ou sem diagnóstico. *Isso também vale para sexualidade, questões raciais, entre outros.
*Leia este texto no meu Instagram: @a.jomelo.
