Moradias populares sustentáveis ganham cada vez mais espaço na iniciativa federal

Após a grande repercussão das moradias Nilo, o programa federal COHAB trabalha em novos projetos de moradias populares sustentáveis

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Os painéis solares são utilizados para captar energia solar para o aquecimento da água (Foto: Divulgação/ Governo Federal)

Reportagem: Kethelyn Brito | Edição: Valsui Júnior

A Companhia de Habitação Popular de Curitiba — COHAB, entregou, em 2015, 66 casas sustentáveis para famílias que viviam em áreas de risco na região da Vila Nova, no Alto Boqueirão. As moradias populares foram construídas de forma inovadora pelo programa Minha Casa, Minha Vida, do Governo Federal, em parceria com a empresa Tecverde e a construtora F Klas.

As casas são constituídas com o método wood frame, em que as paredes levam placas madeira de reflorestamento, isolamento térmico e acústico com malha de garrafa pet, manta asfáltica para evitar infiltrações e cupins, e, por fim, placas de cimento para dar acabamento. O telhado também recebeu painéis solares para o aquecimento da água.

Moradias construídas pelo sistema wood frame são como um grande quebra cabeça. As peças chegam prontas no canteiro de obra, resultando em uma montagem muito mais rápida. Entre duas e três horas as paredes já estão em pé. Outro benefício do estilo de montagem das casas é a redução de resíduos, que chega a até 85%, se comparada à construção convencional.

Uma das principais dificuldades após o projeto das Moradias Nilo ser aprovado, porém, foi convencer a população de que a qualidade e resistência das novas casas seriam maiores. “Para as famílias, parecia que estávamos dando casas temporárias. Ao contrário, o wood frame é muito mais duradouro e resistente que o tijolo”, relata Ubiraci Rodrigues, presidente da COHAB.

Próximos passos

Com o sucesso das moradias Nilo e a aprovação das casas sustentáveis junto aos moradores, a COHAB já está em processo de elaboração de novos projetos para casas populares. “Estamos no processo de planejamento para construir casas na área que desocupamos na Vila Nova, no Alto Boqueirão. Outro projeto que estamos desenvolvendo é na região da Vila Prado”, relata o presidente.

“Estamos construindo moradias pelo sistema global housing, que são casas de PVC com concreto injetável. A obra também é bem rápida, precisa ser, afinal, estamos pagando aluguel para essas famílias”, diz Ubiraci.

Além do poder público

As moradias sustentáveis também chamam a atenção de pessoas como Guilherme Scharf, que participa de projetos voltados a esse tema, como o Teto. O projeto Teto consiste em arrecadar dinheiro para a construção de casas para famílias necessitadas. “Em um fim de semana saem cerca de dois mil voluntários para as ruas atrás de arrecadações. O dinheiro é investido em moradias que, em sua grande maioria, utilizam madeiras reaproveitadas de outras construções”, relata Guilherme.

Além de se preocuparem com a estrutura da casa, o Teto também promove rodas de conversas com a comunidade para conseguir soluções sustentáveis para problemas como o saneamento básico. “Na comunidade da Caximba surgiu a necessidade de resolvermos o saneamento. Em conversas entre integrantes do Teto e moradores, surgiu a ideia da bacia de evapotranspiração, para tratar resíduos orgânicos ali mesmo na região. A cada seis casas teria uma bacia”, conta o voluntário.

O projeto Teto sobrevive de doações de empresas e de trabalhos voluntários. Qualquer pessoas interessada no tema pode participar, é só ficar de olho no site do Teto para saber o período de inscrição.

SERVIÇO

“Voluntariado e doações para o programa Teto Brasil”

Mais informações: http://www.techo.org/paises/brasil/

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Jornal-laboratório do curso de Jornalismo da Universidade Federal do Paraná.