Nova edição do Jornal Nuvem Negra é um portal para a ancestralidade negra

Coletivo Nuvem Negra
JORNAL NUVEM NEGRA
Published in
2 min readMay 29, 2018

Jornal do Coletivo Nuvem Negra resgata memórias e conhecimentos tradicionais negros-africanos

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A quarta edição celebra o primeiro ano de existência, luta, denúncia e enfrentamento às múltiplas faces do racismo do Jornal Nuvem Negra. Também comemora um ano da construção de um espaço onde as perspectivas e narrativas negras nos ensinaram a conduzir as nossas próprias reflexões. Esta edição representa o que mais buscamos no decorrer desse primeiro ano: usar o jornal para protagonizarmos nossas próprias histórias. Neste sentido, fizemos uma edição para a comunidade negra, para que nós, cada vez mais, possamos resgatar nossas memórias e conhecimentos tradicionais.

Nas três primeiras edições, escrevemos sobre as resistências negras em espaços educacionais e denunciamos o racismo institucional. Nesta, queremos destacar o que os povos africanos deram ao mundo. Resgatamos as narrativas acerca da produção de conhecimento que nos foram negadas e o impacto das civilizações negras no mundo. Entendemos que descobrir a ancestralidade é o mesmo que conhecer a si mesmo, a própria existência. Por isso, queremos que o jornal alimente sua fome ancestral e provoque um desejo de buscar a ancestralidade que está em cada um de nós.

Nesta edição comemorativa, homenageamos Mãe Beata de Iemanjá, “semente da valorização e dignificação de uma afro-epistemologia de terreiro enquanto ferramenta e mecanismo de nossa resistência ancestral”. Detentora e transmissora de grandes saberes e conhecimentos negro-africanos, Mãe Beata dá o tom da edição. Conduzidos pela força dos mares, os textos nos levarão a sentir a riqueza e potência de nosso “complexo cultural negro-africano”.

Somos a continuidade de uma raça, de um povo e de um paradigma cultural profundamente complexo em suas dimensões filosóficas, ontológicas, epistemológicas, éticas, tecnológicas e sociais. Dimensões incompreensíveis à mentalidade branca-cristã-ocidental dicotomizada e racista. É por isso que se torna um imperativo para nós, negras e negros, destruirmos as máscaras brancas que ainda encarceram e adormecem nossa potência ancestral de subversão, libertação e instauração de nossa dignidade e centralidade negra. Que a edição seja como um portal de troca com a sua ancestralidade e que te ajude a recuperar os símbolos e valores negro-africanos que constituem a sua existência.

Desejamos uma ótima leitura,

Gabriele Roza e Lucas Obalera de Deus

Editores JNN

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