Dica do professor: West Side Story (2021)
O remake, feito pelo diretor Steve Spielberg, discute xenofobia, machismo e o desejo, ainda pulsante, de conquistar o estilo de vida americano
Por Minoru Sakamoto
Com a nova tendência de criar releituras de clássicos do cinema, o diretor Steve Spielberg fez o remake do filme West Side Story, lançado originalmente em 1961, o qual recebeu o Oscar de Melhor Filme no ano seguinte. Inspirado no romance “Romeu e Julieta”, de William Shakespeare, o longa-metragem narra o relacionamento proibido entre uma porto-riquenha e um americano em 1950, na região de Upper West Side, em Manhattan, nos Estados Unidos. Essa relação é censurada pelo fato de que ambos pertencem a grupos distintos, os quais lutam pelo domínio da região suburbana.
O longa é repleto de repertório para ser usado na redação. Para começar a discussão, há a questão da representatividade na versão mais recente. Enquanto na obra, de 1961, os personagens latinos foram interpretadas por atores brancos, que usavam maquiagens mais escuras, a de 2021 teve o cuidado de escalar profissionais com ascendência porto-riquenha, como a atriz Ariana DeBose, que interpreta Anita.
Além disso, outra pauta fundamental para o enredo é a discussão sobre xenofobia e racismo. Em diversas cenas, como durante a música “America”, em que Anitta faz uma homenagem aos Estados Unidos, enquanto o companheiro dela enfatiza que eles sofrem um tratamento diferente por serem de outro país. Ainda sobre essa canção, pode-se analisar a presença do discurso a favor do “America way of life”, marcado pelo enaltecimento do consumismo e do individualismo — muito parecido o nosso comportamento atual, não?
Por fim, e não menos importante, o comportamento machista dos homens também aparece diluído na história, seja pelo controle das companheiras ou pela tentativa de assédio nos momentos finais do filme. Logo, vê-se que é nítida a contemporaneidade dessa obra.
