Maior emissor histórico de CO2, EUA saem do Acordo de Paris

Larissa Pessi
Jornalismo de Dados — UniRitter
3 min readJul 10, 2017

Desde a sua candidatura a presidência dos Estados Unidos, Donald Trump tem polemizado. Já proibiu a entrada de pessoas de países de maioria muçulmana, demitiu o chefe do FBI que estava investigando a relação entre seu ex-conselheiro de Segurança Nacional e a Rússia. Agora o presidente anunciou a saída dos EUA do Acordo de Paris.

Assinado em 2016 por 194 países, o acordo estabelece a diminuição da emissão de gases causadores do aquecimento global — no qual Trump diz não acreditar, apesar do consenso da classe científica sobre o fenômeno. A expectativa é que, caso nada seja feito, a temperatura mundial aumente 2,7 ºC até o final do século 21. O acordo busca evitar que ela aumente mais de 2ºC.

Entre as consequências do aquecimento global estão o derretimento das geleiras, aumento do volume dos oceanos, migração de pássaros e de culturas, e escassez de chuvas no verão (causando secas) e excesso no inverno (causando enchentes).

O gás carbônico, CO2, é visto como o maior causador do aquecimento global. Atualmente, seus maiores emissores são a China — que em 2011 emitiu mais de 9 toneladas de CO2 — e os Estados Unidos — que emitiram mais de 5 toneladas no mesmo ano.

O CO2 (dióxido de carbono) é produzido principalmente na geração de energia a partir de combustíveis fósseis, como o petróleo — no Qatar, país com maior emissão por pessoa, essa é a única fonte de energia. Esse e outros gases são necessários para a vida na Terra . O dióxido, por exemplo, está presente no nosso processo de respiração e na fotossíntese. O problema é o seu excesso na atmosfera, principalmente a partir da revolução industrial, quando o carvão e derivados do petróleo começaram a ser utilizados como fonte de energia. Como o CO2 retém calor na atmosfera, aumenta a temperatura do planeta e de suas águas. Os efeitos já podem ser vistos em lugares como a Austrália, onde houve a morte de parte de uma barreira de corais. O crescente desmatamento de florestas também favorece o aumento da presença de CO2 na atmosfera, já que há menos árvores para realizar a fotossíntese e “reciclar” o gás emitido.

Historicamente, Estados Unidos é o maior emissor de CO2. Já anualmente, apenas a partir de 2006 a China assumiu a liderança.

A decisão de Trump não deve ter grande impacto na temperatura mundial, já que empresas estadunidenses reafirmaram seu compromisso com o acordo. Vários países, como França e Canadá, fizeram o mesmo.

O acordo de Paris não estabelece punição para os países signatários que não cumprirem suas metas. Além disso, o processo para deixá-lo pode levar até dois anos. O presidente Trump declarou que pode voltar a fazer parte do acordo de Paris ou de outro sobre o tema caso este seja favorável aos EUA.

Os únicos países fora do acordo são Síria, em guerra, e Nicarágua, que disse ter achado o acordo pouco rígido.

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