Acordo de Paris sem os EUA

Brenda Aurelio
Jornalismo de Dados — UniRitter
3 min readJul 10, 2017

País que está em 2º posição no ranking de maior poluidor global

Dados do Banco Mundial colocam os Estados Unidos da América em segunda posição no ranking de maior emissor de gás carbônico do mundo, ficando atrás apenas da China. Atualmente, o presidente Donald Trump oficializou a retirada dos EUA do Acordo de Paris, que visava limitar o aumento da temperatura média do planeta. “Um acordo que é desvantajoso para os norte-americanos”, afirmou Trump em anúncio no dia 1 de junho.

Vídeo traduzido por ShowTube Brasil

Sobre o Acordo de Paris

O tratado climático surgiu em 2015 durante a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança Climática — UNFCCC. Aceito por quase 200 países, a coalizão pretende diminuir a emissão de CO2 a partir de 2020, garantindo assim uma temperatura global abaixo de 2ºC. No ano em que foi estabelecido, o ex-presidente dos EUA, Barack Obama, aceitou a meta de reduzir de 26% a 28% as emissões de gases até 2025, além do compromisso de transferir R$3 bilhões de dólares para os países pobres.

Poluição na ONU

O Conselho de Segurança das Nações Unidas é composto por cinco membros permanentes, com poder de veto. São eles: Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia e China. Regida por uma série de propósitos, aceitos por todos os países, entre eles manter a segurança e a paz mundial. Apesar do propósito, os últimos dados fornecidos pelo Banco Mundial, de 2011, mostram que três dos cinco países permanentes do conselho, China (com 9.019 milhões de toneladas), EUA (com 5.305 milhões) e Rússia (com 1.808 milhões) foram os maiores emissores de gás carbônico do mundo.

O gráfico interativo pode ser conferido no link

A sobrevivência dos seres vivos depende do CO2, que é essencial para a realização da fotossíntese e da respiração. Entretanto, existe um processo natural que está sendo interferido pelo homem industrial, através da queima de combustíveis fósseis, desmatamentos e queimadas. O setor industrial e de transporte são os principais responsáveis pela queima de combustíveis fósseis, ou seja, de carvão, gás natural e petróleo. Essas ações antrópicas elevam o estoque natural deste composto, o que implica na não retenção de calor e aumento da temperatura do planeta.

Alguns pesquisadores afirmam que a mudança climática causada pelo homem pode ocorrer tão rápido que seria impossível a adaptação dos seres vivos ao novo ecossistema. Paulo Artaxo, que é professor do Instituto de Física da Universidade de São Paulo e uma das principais autoridades em mudança climática do país, acredita que esse isolamento ambiental dos EUA não vão ter mudança negativa no Acordo, na verdade, os países que permanecem se engajaram positivamente para superar suas metas iniciais e alcançar o planejamento de 2025.

Outros pesquisadores seguem a mesma ideia de Paulo, entre eles o ex-vice presidente do Painel Intergovernamental para a Mudança de Clima (IPCC), Luiz Gylvan Meira Filho, que afirma que haverá mais firmeza dos países que continuam no tratado, pensando em reduzir a emissão de gases de efeito estufa. Além disso, afirma que muitas das corporações americanas já estão investindo em energias alternativas e que a decisão de governo não irá influenciar nestes movimentos.

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