China: o maior emissor de Gás Carbônico no mundo

Leticia Szczesny
Jornalismo de Dados — UniRitter
3 min readJul 10, 2017

O País reduziu suas projeções em 15% entre 2005 e 2011, mas permanece no topo do ranking de países que mais emitem gás carbônico no mundo

Nível de emissão de gás carbônico na China é o maior do mundo / Foto: Getty Images

O governo chinês apresentou em novembro de 2016, um projeto com o objetivo reduzir em 18% as emissões de gás carbônico até 2020, comparado com os níveis de 2015. A inciativa foi apresentada no mesmo dia que entrou em vigor o Acordo de Paris, que rege medidas de redução de projeção de dióxido de carbono até 2020. Segundo o acordo, Pequim, garantiu que as emissões atinjam seu ponto máximo antes de 2030. A China, também prevê que esse ano lançará um mercado nacional de cotas de emissões de gás carbônico.

De acordo com o plano do Conselho Estatal, o consumo de carvão do país deve se limitar em cerca de 4,2 bilhões de toneladas em 2020, enquanto a capacidade de produção de eletricidade que não dependa de combustíveis fósseis, por meio de energia elétrica e nuclear, deve crescer cerca de 15%. Nos últimos anos, a China tem investido em energias renováveis e na instalação de centrais eólicas e solares, mas a tentativa do governo de se afastar do consumo de carvão tem se mostrado falha.

A capital, Pequim afirmou em 2016, estar em “guerra de poluição”, porém, para manter e impulsionar as suas economias, os governos centrais aprovam a construção de centenas de novas centrais de carvão. Para que a China chegue ao proposito prometido mais cedo, o crescimento econômico deve ser mais lento, ou as emissões devem declinar mais rapidamente do que o esperado. Por mais que o processo para a diminuição de gás carbônico seja difícil e longo, o país continua otimista em deixar o topo do ranking.

Emissões em alta

As emissões de gás carbônico da China, foram consideradas superestimadas nos últimos anos, segundo um estudo publicado em 2015 na revista cientifica Nature. De acordo com a pesquisa, em 2013, as emissões totais foram 14% inferiores aos números utilizados pelos especialistas das Nações Unidas. Porém, o estudo não questiona o fato do país ser o maior poluidor do mundo.

Segundo dados do Banco Mundial as projeções de dióxido de carbono na China começaram a crescer significativamente em 1975, quando se iniciou a utilização de carvão como fonte de economia. Em 2002 pode-se ver um aumento relevante na quantidade de CO2 emitida. Cerca de 3.694.242 kt, aproximadamente 532.527.608 kt a mais do que o nível de 2011.

De 2000 até 2011, a média total de emissão foi de 5.751.326,77 kt. Aproximadamente a mesma quantidade emitida em 2004. A soma total de poluentes projetados nesses anos é assustadora. 69.015.921,27 kt. Alguns países não consomem essa quantidade em 20 anos.

Confira o gráfico da emissão de CO2 na China:

Https://public.tableau.com/profile/leticia.szczesny#!/vizhome/EmissesdeCO2naChina/Painel1

O CO2 é o principal gás que provoca o aquecimento global e é produzido através da queima de combustíveis fósseis ou desmatamento. No ano de 2006, as emissões chinesas desse gás, tiveram um aumento de 9% em relação ao ano anterior, superando os Estados Unidos, que obteve uma diminuição. Em 2011, a situação se repetiu e a China aumentou suas emissões em 9,9%, comparado a 2010.

A emissão per capita da no país está em 6,6 toneladas de CO2, se aproximando da média europeia de 7,3%. Segundo os dados do Banco do Brasil, a população da China aumenta mais do que a quantidade de gás carbônico projetada.

De acordo com a Agência de Avaliação Ambiental da Holanda, em 2006, a China, um país em desenvolvimento, ultrapassou em 8% o volume de gás carbônico emitido pelos Estados Unidos, tornando-se o maior emissor desse gás no mundo, emitindo, sozinha, quase um quarto do total mundial, mais do que toda a União Europeia. Devido a sua economia ser fortemente baseada no carvão, a China continua na busca da diminuição de suas projeções de CO2.

Chaminés liberam fumaça de uma planta de aquecimento em Jilin, na China, em imagem de janeiro de 2014 / Foto: Reuters / Stringer

--

--