Morar na Holanda e viver bem

Jean Costa
Jornalismo de Dados — UniRitter
4 min readJul 10, 2017
(Foto: Reprodução/Tereza Perez)

Morar na Europa tem se tornado cada vez mais um sonho constante na vida de muitos brasileiros, isso se deve graças a crise que o país vive atualmente, mas para se viver no “mundo europeu” é preciso planejamento. Entretanto, há países que oferecem as devidas oportunidades e também a tão buscada qualidade para se viver. A expectativa de vida no Brasil aumentou, mas a qualidade para se viver não.

De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU) a Holanda (oficialmente Países Baixos) está em quarto lugar na lista dos países com melhor qualidade de vida do mundo. Para atingir tal resultado a ONU analisa o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) que leva em consideração os aspectos: expectativa de vida, educação e renda per capita. Hoje, o país que conta com quase 17 milhões de habitantes tem uma expectativa de vida média de 81,33 anos, sendo a 23ª no mundo. Há muito tempo atrás já foi líder do ranking, mas, mesmo fora do top 20 na atualidade, os neerlandeses já são exemplo nesse quesito desde quase um século atrás, conforme dados registrados.

Em 1960, a Holanda tinha como expectativa de vida média 73,35 anos, o que para os padrões da época era altíssimo, afinal, muita coisa mudou no mundo desde então. Naquele ano a Holanda possuía 11.486.631 habitantes, hoje, o país, com expectativa de vida aumentada em 10,83% ao longo das décadas que se passaram, possui cerca de 16.988.000 pessoas. Boa parte desse aumento deve-se a tão comentada qualidade de vida que o povo holandês leva.

O aumento de 10,83% na expectativa de vida dos holandeses de 1960 para 2016 contou com algumas oscilações entre as décadas de 60 e 70

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Islândia, Noruega, Holanda, Suécia e Dinamarca formavam o top cinco de países com melhor expectativa de vida em 1960, nessa respectiva ordem, sendo que dois deles, os noruegueses e os neerlandeses, haviam participado da Segunda Guerra Mundial alguns anos antes. Na ocasião, eles acabaram sendo bombardeados pelos alemães. Os países precisaram lidar com uma recuperação e reestruturação no pós-guerra, e por mais que houvesse as inúmeras baixas, a expectativa de vida média não foi alterada.

Para se ter noção da expectativa de vida dos holandeses, ainda antes, em 1928 os mesmos eram líderes nesse quesito no mundo. É claro que isso não quer dizer qualidade para os mais céticos, mas quase 100 anos atrás, um país possuir a média de 63,74 anos, talvez para os Países Baixos isso se faça valer como o tapa de luvas para quem duvida. Entre 1928 e 1960 houve um aumento de 15,87% na expectativa de vida de quem vive na Holanda, mesmo com a participação na guerra anos antes.

Entre 1298 e 1960, houve um aumento de 15,87% na expectativa de vida do holandês, com que em 1943 devido a “participação” do país na Segunda Guerra Mundial

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Dentre as nações, em 1928 a Holanda era a já dita primeiríssima, Noruega possuía a segunda maior expectativa da época, a Suécia era a quarta e a Dinamarca ocupava a quinta colocação. Esses quatro países integravam o grupo dos cinco com a maior expectativa de vida no ano de 1928, a média geral era de 62,86 anos. Como nenhuma das nações se envolveu na Primeira Guerra Mundial anos antes, não houve qualquer tipo de alteração em suas respectivas médias. Em um outro comparativo entre 1928 e 1960, apenas a Austrália, 12ª colocada em 1960, alterava o quinteto, ficando como a nação com a terceira maior expectativa de vida em 28. A Islândia, que fazia parte do quinteto em 60, era a sexta colocada naquele ano. De 1928 para 2016 houve um aumento de 27,59% na expectativa de vida dos neerlandeses.

Entre 1298 e 2016, houve aumento de 27,59% na expectativa de vida dos neerlandeses

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Dos seis países citados, todos possuem expectativa de vida média maior do que 80 anos de idade. Hoje, quem é “líder” é a Andorra, com média de 84,8 anos. Entre os países citados na matéria, a Islândia, que em 1928 e 1960 esteve sempre entre os dez, é o terceiro com maior expectativa de vida. Austrália é a oitava, Suécia 13ª, Noruega 15ª, Holanda 23ª e a Dinamarca se encontra na 35ª posição. São novos tempos e por mais que haja muitos problemas no planeta, a qualidade de vida parece aumentar cada vez mais. Mesmo com países à frente nesse quesito hoje, a Holanda vem provando desde muito tempo que viver na Terra dos Moinhos e das Flores é sim ter durabilidade e viver bem.

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Jean Costa
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Jornalista e Publicitário. Escritor nas horas vagas da vida boêmia. E-mail para contato: ojean.costa01@gmail.com