Maior produtor de petróleo do Oriente Médio busca sustentabilidade
Apesar de ser um dos maiores emissores de CO2 e causador do efeito estufa, Qatar pretende diminuir consideravelmente seus impactos ambientais até 2030
Determinar quais os países que mais contribuem para a degradação do meio ambiente é uma tarefa difícil hoje em dia. Logo pensamos em nações populosas ou de grande extensão territorial. Mas Qatar é a prova de que não é preciso ser um grande país para fazer um grande estrago. O pequeno país árabe tem sua economia totalmente dependente do petróleo e, consequentemente, pelas emissões de CO2, é considerado o país com maior impacto ambiental.
Um pouco maior que o estado de São Paulo, Catar tem 11 mil km² e uma população de 1,9 milhões. Segundo dados recentes, as emissões de CO2 são de aproximadamente 84 quilotoneladas, ou seja, a emissão de gás carbônico per capita vai às alturas, já que são poucas pessoas para tanta poluição: uma média de 44,02 toneladas métricas por habitante.
Trazendo o contexto histórico, as primeiras reservas foram descobertas em 1939, entretanto não houve grande exploração por conta do estouro da Segunda Guerra Mundial. Após a guerra, em 1950, o petróleo começou a substituir as pérolas e a pesca como principal fonte de renda. Seu auge de produção se deu no início da década de 60, mais especificamente entre 1962 e 1963, quando as negociações com petrolíferas estadunidenses começaram. Foi essa exportação de combustíveis fósseis que fez o país ser o que é hoje: sexto melhor IDH e oitavo maior PIB do Oriente Médio.
Ao compararmos com os demais países da região, nota-se que alguns anos após a grande alta de emissão de CO2 per capita do Qatar, os Emirados Árabes também cresceram. Inclusive, chegaram a ultrapassar por algum tempo, com 99.84 metro toneladas per capita enquanto Qatar estava com 99.58 metro toneladas. Em questão de um ano, os Emirados Árabes reduziram aproximadamente 35% nas emissões. Confira no gráfico:
Sustentabilidade em foco
Apesar de ter uma economia segura e um estoque de gás liquefeito para mais de 150 anos, o país árabe colocou como objetivo o investimento na sustentabilidade, para garantir então sua sobrevivência após o desaparecimento dos combustíveis fósseis. O investimento de bilhões na busca do desenvolvimento sustentável mostra a determinação da atual monarquia.
Em 2008 foi criado um projeto para traçar as metas que deverão ser atingidas até 2030. Bairros sustentáveis, investimento em energia renovável e principalmente a preservação da água doce, que é muito escassa no país, estão entre as propostas. Além disso, a redução das emissões de CO2 para combater o tão famoso efeito estufa.