Porto Alegre é a cidade com a maior taxa de transmissão vertical de HIV

Robson Hermes
Jornalismo de Dados — UniRitter
2 min readMay 26, 2017

Capital gaúcha mantém o maior índice de infectados desde 2006

O boletim epidemiológico semestral emitido pelo Departamento de IST, Aids, e Hepatites Virais, publicado em 2016, mostrou a taxa de infecções de HIV em gestantes nas capitais brasileiras notificadas pelo Sinan, Sistema de Informação de Agravos de Notificação, do período de 2006 a 2015.

O boletim serve para que haja uma mensuração dos índices de detecção de HIV em bebês que são infectados através da transmissão vertical. Essa transmissão se dá durante a gestação do feto no útero ou no recém-nascido durante o parto.

Para gráfico interativo clique aqui.

Dentre as dez capitais que lideram o ranking, levando em consideração a taxa de infecção registradas em 2015, Porto Alegre aparece em primeiro lugar com o número de 22,9 infectados a cada mil nascidos vivos. Este dado se aproxima do triplo de casos de Florianópolis (SC), a segunda capital do ranking, com uma taxa de 8,4 infectados por mil nascidos vivos, valor que se repetiu nos dois anos anteriores da pesquisa — 2014 e 2015. As capitais que seguem a lista são Manaus (AM) com 6,2 infectados, Boa Vista (RO), com 5,3 infectados e Belém (PA), com 5,3 infectados.

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Porto Alegre, o teste rápido de HIV está instituído em todas as Unidades de Saúde de Porto Alegre e sendo ofertado à toda população. Todas as gestantes atendidas são testadas no 1º e 3º trimestre conforme Programa de Pré-Natal de Baixo Risco. Se detectado, é recomendado que as gestantes soropositivas sejam encaminhadas para o pré-natal em serviços de atenção especializada em DST e Aids de referência, conforme o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Prevenção da Transmissão Vertical de HIV, Sífilis e Hepatites Virais, de 2015.

A transmissão vertical também ocorre através do aleitamento materno. Por isso, a SMS de Porto Alegre afirma que suas Unidades de Saúde Básica estão preparadas para fazer, além da detecção e pré-natal, o acompanhamento durante a fase de amamentação. Disponibilização de fórmulas lácteas para crianças até 6 meses, desde 2002, pelo Projeto Nascer-Maternidades, que visa reduzir a transmissão vertical do HIV e a morbimortalidade associada à sífilis congênita. Porém, diante dos dados epidemiológicos do RS, o estado fornece a fórmula láctea até um ano de vida.

A quantidade de infecções por HIV em nascidos vem apresentando tendência de aumento nos últimos dez anos. Segundos dados do boletim, as capitais que tiveram os maiores aumentos na porcentagem de infecções notificadas, entre os anos de 2006 e 2015, foram Macapá (310%), Boa Vista (278,5%) e Maceió (253,8%).

--

--