Porto Alegre conta atualmente com 5,6 leitos por mil habitantes

Marjorie Paula
Jornalismo de Dados — UniRitter
3 min readJul 10, 2017

Mesmo estando acima da média de leitos por habitante da OMS, a capital ainda enfrenta problemas na saúde pública

FOTO: Vinicius Roratto / Correio do Povo

Os cortes na saúde feitos pelo governo estadual tornou o atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS) em hospitais de Porto Alegre ainda mais preocupante o cenário da saúde pública no estado, devido, especialmente, à superlotação e a falta de leitos. De acordo com um decreto publicado pelo governo, em 2016 foram previstos cortes de R$450 milhões, número que espelha em pelo menos 30% dos repasses pare a saúde.

Os diversos cortes feitos na saúde pelo atual governador, José Ivo Sartori, refletiram no fechamento de diversos leitos de cidades dos interior do estado, fazendo com que o fluxo de atendimento e ocupação de leitos se torne ainda maior. Tal movimento fez com que muitos hospitais da capital declarem superlotação e necessitem de maior atenção e investimento, do governo e da prefeitura em parcerias com as associações e entidades.

Segundo uma reportagem veiculada pela Zero Hora em janeiro de 2017, nos últimos 2 anos o Rio Grande do Sul perdeu cerca de 474 leitos hospitalares destinados ao Sistema Único de Saúde, o SUS. O veículo ainda ressaltou uma média de 20 leitos perdidos por mês. Isso se dá como consequência pela crise financeira dos hospitais. Só a Santa Casa perdeu mais de 100 leitos nesse período. “O cenário é preocupante. Fizemos empréstimos para cobrir despesas e não temos mais margem”, disse o presidente da federação das Santas Casas, André Lagemann à ZH. “Infelizmente, quem mais sofre com isso é a população”, completou.

Falta repasse de verba, profissionais qualificados, medicamentos e muitos outros fatores que tornam a vida de quem depende do atendimento público de saúde difícil.

Os números que representam a atual situação de leitos no RS

Ainda que a situação possa ser classificada como caótica e que faltem leitos hospitalares para parte da população, o cenário em número é em partes positivo.

Porto Alegre é a cidade gaúcha com o maior número de vagas em hospitais. Segundo a FEE Dados, no ano de 2014 existiam 5,6 leitos para cada mil habitantes na capital, número inferior a 2013 e 2012, onde chegou a atingir o total de de 8.573. Sendo de 3 a 5 leitos o ideal recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), deixando a capital em uma boa posição.

A Secretaria de Saúde do Estado afirma que foram habilitados 277 novos leitos de UTI nos últimos anos, localizando-se 156 na Região Metropolitana e os outros 121 em outras regiões do estado.

A realidade dos hospitais

A Associação Hospitalar Vila Nova (AHVN), hospital de natureza filantrópica, ou seja, sem fins lucrativos, foi um dos hospitais beneficiados no ano de 2016. Apesar de contar apenas com a UTI Adulta do Tipo II, que são UTIs credenciadas conforme a Portaria GM nº 3.432/98, com critérios que tornam aceitável o atendimento a situações de nível grave. Até o ano de 2016, segundo dados divulgados pelo próprio hospital, contava com 20 leitos, que são destinados ao atendimento via Sistema Único de Saúde (SUS).

Mesmo que com números bons de leitos na UTI, segundo as informações divulgadas, em geral quem depende do atendimento de saúde pública aparenta insatisfação com a AHVN, tanto em relação ao atendimento quanto aos serviços hospitalares fornecidos pelo mesmo.

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