Economia e melhor qualidade no leite e na carne bovina

Inseminação artificial tem objetivo de qualificar a cada geração os bovinos de corte e de leite. (Crédito: Leonardo Ferreira)

Inseminação artificial está se tornando uma opção acessível e rentável para produtores.

Por: Jessica Laguna, Leonardo Ferreira e Leonardo Nunes

O melhoramento genético para os bovinos foi tema durante a 40ª Expointer, no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio. A exposição tem como objetivo servir como vitrine para comerciantes de raças de animais, além disso, promover interação entre agricultores e comunidade e ser mostruário de lançamento das máquinas usadas no campo.

O processo de selecionar ou modificar intencionalmente o material genético para obterem-se futuros bezerros com características de interesse ou positivas. Melhoramento genético tem potencial para aumentar a qualidade na produção de leite e em caso de carne para animais para de corte. Comprovadamente os animais que recebem colostro em quantidade e qualidade certa são mais saudáveis, ganham mais peso, e assim tem desempenho e potencial genético maior de produção.

Visão do Produtor de gado Bovino

Grandes produtores de gados de corte frequentam a expointer para expor seus animais e fazer negócio estão usando a inseminação artificial para ter um melhor rendimento do seu rebanho. Como é o caso da Fazenda São Chico, localizada no estado de Santa Catarina. Suas produções principais é da Raça Limousin e Readpool.

Fabio que gerencia o rebanho da raça Limousin e Readpool. (Crédito: Leonardo Ferreira)

O responsável por cuidar desse rebanho é o criador de gado Fabio Mendes dos Santos, que não possui seus próprios animais exposto na feira, porque são de Santa Catarina e animais de outro estado não podem vir para o Rio Grande do Sul e depois voltar, tem que vir e ficar no estado, devido legislação. Então Fabio vem para fazer vendas, trocar experiências com outros produtores, ver as técnicas que eles estão usando em outros rebanhos e como é que estão trabalhando com a própria inseminação artificial.

A maioria dos animais que são produzidos na Fazenda São Chico são através desse metódo, poucos vem da monta natural. Eles procuram ter sempre animais de ponta e com isso eles encontram essa excelência, porque só é coletado o material genético de animais que são tecnicamente perfeitos, sem nenhuma doença e então a chance de ter um animal perfeito é muito grande.

A inseminação artificial é vista positivamente pelo produtor, ainda salientou que com essa técnica em um dia de coleta você vai conseguir usufruir muito mais do sêmen do toro do que ia ser usado na vida inteira do animal, também vai usar depois que ele morrer, como já tem casos de toros que já se foram e tem muitos filhotes que nasceram dele depois de sua morte. Entre os pontos negativos é que sempre tem que maior atenção com a vaca, tem que olhar ela duas vezes ao dia, para saber quando entrará está no cio, mas isso não atrapalha muito já que o produtor visa o lucro futuro que o animal depois vai retornar.

Produtores terão mais economia

Diversas empresas que comercializam os produtos usados para os procedimentos contam com estantes durante a exposição. A empresa Semex visou sua participação deste ano na divulgação das novas Diferenças Esperadas na Progênie (DEPs) da raça Angus. Para a Semex, as novidades beneficiaram e colocaram seus touros no topo com melhores opções de touros da raça para garantir lucratividade ao pecuarista.

Presente na Expointer há mais de 15 anos, a Alta em parceria com a Progen levando condições especiais de comercialização aos participantes da feira. “O produto já é um sucesso na pecuária leiteira e cada vez mais ganha espaço no corte. Com a crescente produção de ovinos — especialmente no sul do país — o colostro em pó teve surpreendente entrada nesse mercado”, diz Rafael Azevedo, gerente de colostro da Alta.

“O custo para o produtor será o do médico veterinário, que vai fazer tudo na fazenda. É outra logística. Vemos na Expointer uma forma interessante de divulgar para o produtor preocupado com a genética, que utiliza inseminação artificial, que é quem vai se beneficiar”, explica a pesquisadora da Embrapa, Margot Dode.Em outubro, será realizado o primeiro curso no país, a fim de capacitar médicos veterinários a aplicarem o procedimento.

A utilização da nova técnica tende a impactar positivamente o mercado. “A partir do momento que tivermos profissionais aptos, vai depender do produtor avaliar o uso, beneficiando não só o rebanho, mas a produtividade nacional”, avalia Margot.

EMATER divulga 13 especialidades de cursos de agronegócio durante a Expointer

Durante a Expointer, a equipe de médicos veterinários da Emater, esteve falando sobre a inseminação artificial em bovinos e melhoramento genético. Apresentando como funciona o processo de inseminação e para que serve, quais os riscos e os cuidados antes e depois. A oportunidade no mercado de trabalho sendo um dos principais destaques do agronegócio, desta forma a EMATER divulga durante a exposição na Expointer o Centro de Treinamento de Montenegro (CETAM) que conta com diversos cursos no setor do agronegócio.

Grupo de veterinários da Emater falam da importância do curso para seguir devidos procedimentos corretos. (Crédito: Leonardo Ferreira)

São 13 cursos sendo alguns já consolidados como o caso da inseminação artificial e outros mais recentes como o curso de melhoramento genético em bovinos de leite sendo curso exclusivo já que não vinculado a empresas de materiais de sêmen. É oferecido hoje na banca da EMATER o curso e durante a exposição realizamos nos estandes a lista de pré inscrição.

Hoje a Inseminação Artificial representa a principal forma de reprodução no leite e tem ganhado muito espaço dentro do corte, principalmente devido a tecnologia de inseminação artificial em tempo fixo que é uma técnica utilizada hoje. De forma sincronizada é induzido o cio das vacas, dos rebanhos permitindo fazer a inseminação artificial com tempo estabelecido, com hora marcada.

O inseminador estabelece, faz o procedimento de inseminação num lote que ele predeterminou, com isso tem avançado muito o uso da inseminação artificial em rebanhos de corte. No Brasil hoje em torno de 80% estão relacionadas a inseminação interfixo, em função desse ganho que se utiliza, porque é estabelecido o dia que é feito a inseminação, não é necessário observar o cio dos animais no rebanho.

Um bom resultado da inseminação depende de vários fatores. A alimentação, o manejo com os animais na propriedade que vai representar muito no resultado final de inseminação. Os controles reprodutivos (as anotações) que a propriedade faz, uma boa taxa de observação do cio é o que de fato representa nesse resultado. E notado da inseminação em tempo fixo não tem essa necessidade de observação do cio.

Gustavo, veterinário da Emater, promove cursos que profissionalizam pecuaristas. (Crédito: Leonardo Ferreira)

Segundo o Médico Veterinário e Gestor de Cursos no Centro de Formação da EMATER, Gustavo Krahl ‘’é necessário muita responsabilidade, eficiência, interesse e equipamentos adequados para que o inseminador seja capaz de desempenhar corretamente as funções durante o processo’’ comenta.

De forma geral a maioria dos trabalhos e o que a gente tem visto na prática, a campo é em torno de 50 a 65% dos animais que foram inseminados com inseminação em tempo fixo, daquela inseminação ficam prenhas com um bom resultado. Os demais ou são inseminados ou são colocados no repasse com o touro. Ao ponto que a gente observando no final do período de reprodução eleva bastante a taxa de animais prenhes e principalmente o que a gente aumenta é o número de animais que estão prenhes no início do período de reprodução que é importante pra gente ajustar os nascimentos desses terneiros e melhorar as condições dessa vaca para um novo período reprodutivo.

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