O papel do assessor político nas palavras de João Magalhães

Vitória Karoline
Jornalismo Econômico UniRitter Fapa
5 min readOct 12, 2019

Por Vitória Karoline

João Paulo Magalhães de 31 anos, natural de Porto Alegre, formado em jornalismo, pós-graduado em Marketing e MBA em Gestão Estratégica. Atualmente João trabalha como assessor do Deputado Rodrigo Lorenzoni e contará durante entrevista pingue-pongue sobre como é o cargo de assessor, sua rotina e responsabilidades.

João Magalhães ao lado de Onyx Lorenzoni e Rodrigo Lorenzoni

Quanto tempo trabalha com o Rodrigo Lorenzoni?

- Trabalho há 1 ano com o Rodrigo, mas tenho 4 anos ao longo da carreira. Trabalhei já com outros políticos como, Alberto Oliveira, Alexandre Postal e Celmir Martello.

- Como são distribuídas as funções?

João: Nós da assessoria do Rodrigo, somos 3 jornalistas. Temos uma jornalista que só faz a parte de arte, cards, folders, informativos e tudo que se diz respeito a produção gráfica. A segunda jornalista só faz atendimento à imprensa, ela é responsável por entrar em contato com jornalistas do interior, dar entrevistas e distribuir releases. Minha parte, ela é um pouco mais estratégica, ela é mais voltada a definição de temas que o Rodrigo vai abordar, preparação de discursos, coleta de informações sobre temas que o estado está debatendo, redação de artigos para jornais, leitura de jornais e identificação de pontos.

- Como é a tua rotina como assessor?

João: Então minha rotina começa logo cedo, de manhã tenho o hábito de acordar bem cedo, por volta das 5h 5h30 e já leio jornais, passo um brifing pra ele do que aconteceu, se tem material que já saiu sobre ele a gente já encaminha para a produção de cards para destacar de fato o que é relevante e isso já acontece de casa mesmo… Começo a trabalhar de casa e as 9h começa a rotina do gabinete, e quando chego lá eu leio os jornais nacionais, que nós temos um sistema de clipagem na assembleia que pega de tudo que é tema relevante para o Estado e para o País. Então o jornal do Comércio, Correio do Povo e a Zero Hora eu leio em casa e o resto de jornais e blogs eu leio na Assembleia. E ai depende muito da rotina do dia, tem dia que tem comissões que a gente faz um trabalho nessas comissões. Lá existem duas comissões de economia e de agricultura e terças, quartas e quintas a tarde tem o plenário. Então se ele sobe a tribuna, tem que gravar os vídeos e também sou responsável por editar os vídeos que vão para o facebook, twitter, youtube e no instagram todas passam por mim. Então é basicamente isso, a cobertura das atividades do deputado e roteiros na assembleia e a publicação desses materiais em diferentes canais.

Quais são os desafios e responsabilidades como assessor?

João: Tu manter o deputado liderando em uma postura de liderança quanto aos temas que estão sendo debatidos no Estado. O Rodrigo tem uma condição que ele é um parlamentar suplente, ou seja, ele está ocupando a vaga do Ruy Irigaray, enquanto ele tá na secretaria de desenvolvimento do Estado, então nós não sabemos até quando o Rodrigo vai ficar como deputado, seria diferente se ele tivesse sido eleito, nós saberíamos que teríamos trabalho de 4 anos, como ele é suplente nos teríamos que aproveitar o máximo cada situação, cada destaque a ele, tanto na mídia tradicional quanto nas redes sociais dele.

- Rodrigo sendo filho do Onyx, muda a responsabilidade do assessor? Visto que atualmente ele é chefe da casa civil e todos assuntos chamam mais a atenção nas mídias.

João: Sobre ser filho do Onyx, não muda muita coisa por que o Rodrigo e Onyx são alinhados ideologicamente então não há uma preocupação em termos de algum ruído que possa dar. O Rodrigo tá mais focado nas questões do Estado, então os temas que estão sendo debatidos no estado, eles tem pouca aderência nacionais. Então aqui nós estamos discutindo a reforma do funcionalismo, a venda de estatais… Então o Rodrigo tá bem focado nos sistemas de desenvolvimentos do Rio Grande do Sul. Então não tem nenhuma preocupação em relação o trabalho do Onyx lá, gerar algum ruído aqui.

- Como é feita a ponte das informações/publicações entre assessor — Rodrigo — público?

João: Rodrigo é um cara jovem, fez 40 anos esse ano, ele tem familiaridade total com as redes sociais. Nós que publicamos e monitoramos o conteúdo nas redes dele, mas ele lê tudo que cai lá, ele está sempre conectado, não há uma ponte propriamente dita. A uma discussão sobre as coisas que são postadas, adequação de formato… A gente sabe que o que serve para o facebook, necessariamente não serve para o instagram e para o twitter. Muito menos algo que vá endereçado a jornalista de redação. Então a gente tem um cuidado de trabalhar esse material de acordo as características da rede social e essa ponte não existe, pois as redes sociais acabaram com essa ponte né, então a comunicação é direta.

- Quais características um assessor politico precisa ter em tua opinião?

João: Eu acho que primeiro pode parecer um lugar comum, mas não é por que tem muita gente que não é assim, e precisa gostar de política né… tem que ler política, tem que acordar de manhã e consumir o noticiário, ouvir as entrevistas, ouvir o que os opositores estão falando. Esse consumo de comunicação tem que ser permanente e diário. Eu leio politica e consumo politica 24 horas, 24 horas não por que eu durmo né… [risos], fora o tempo que eu durmo, estou sempre conectado. Então os grupos de política do WhatsApp estou sempre lendo, as matérias que saem nos jornais, as entrevistas que eu não posso escutar eu recupero no youtube, temas nacionais tem que acompanhar.. Então esta característica de estar sempre lendo e buscando o que tá acontecendo, ela é fundamental. Depois, um jornalista politico ele vai ter que saber escrever, por que inevitavelmente ele vai ter que passar release para jornalistas, escrever post e se a pessoa não tem um bom texto, ela vai acabar se complicando e por fim assessor político de comunicação ele precisa ter um bom contato e relação com os jornais de imprensa, por que apesar das redes sociais serem muito fortes hoje, o conteúdo que é público na impresa ele ainda tem muita força até para ser repercutido nas redes sociais. Então sai uma matéria na zero hora que vai dar muita mais força para o post na rede social. Esse tratamento com jornalistas, criar essa rede de contatos, esse networking é muito importante também.

- Como lidar com situações inesperadas?

João: O inesperado sempre acontece em qualquer profissão, agora, por exemplo, na sexta-feira faleceu o avó do deputado, nos tivemos que cancelar todo o roteiro dele a Santa Maria que seria no final de semana e todas as entrevistas que seriam duas agendadas para segunda-feira para que ele pudesse ficar com a família e teve todo o processo de velório e enterro. Então essa rotina dinâmica, precisa estar sempre preparado, estar sempre pronto para readequar ela. E quando acontece algum evento de crise, nós temos um grupo mais restrito que é formado pelo deputado, chefe de gabinete, por mim e por um assessor político que dai se reúne, discute qual é o melhor encaminhamento a ser dado para aquela crise e de que forma se vai ser através de nota ou vídeo. Cada caso tem que ser analisado com a singularidade que ele exige

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