Preparação gera vitrine da Expointer

Luana Meireles
Jornalismo Econômico UniRitter Fapa
5 min readSep 8, 2017

Cavalos árabes chamam atenção na 40ª maior e uma das mais importantes exposições-feira do mundo da América Latina

Por: Larissa, Liege, Luana e Thiago

Proprietária da raça cavalo árabe no RS- Foto: Thiago Nascimento

No período de 26 de agosto à 3 de setembro, ocorreu a 40ª Expointer, evento onde diversas atrações, entre elas a exposição de animais como cavalos, ovelhas, bois, entre outras espécies. O Parque de Exposições Assis Brasil, uma área de 141 hectares localizada no município de Esteio, ao lado da BR 116, é sede do evento, considerada a maior feira de exposição de animais da América Latina.

Evento aberto para animais que estejam aptos a participar da Expointer, encontramos diversas etapas de checagem a serem cumpridas, para os cavalos, por exemplo, exames sanitários são os principais requisitos. “Nós temos que realizar exames de mormo, anemias e parte da influenza equina que é a gripe, assim, os animais são atestados para entrar no parque” afirma Cristian Moreira, veterinário e criador do Cavalo Árabe há 21 anos.

Veterinário Cristian Moreira ao lado do cavalo Viktor/ Foto: Thiago Nascimento

Dentre os cavalos expostos e inseridos em competições realizadas na feira, temos o cavalo árabe, que tem como suas principais características a inteligência e resistência, destacando-se, assim, das demais raças da espécie.

Ao entrevistar o José Arthur Martins, Vice-presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Rio Grande do Sul (CRMV-RS), onde ele atuou na organização da Expointer cerca de 20 anos. Ele explica que para um animal ser exposto no parque tem que fazer sua inscrição cerca de uma semana antes do evento, já demais animais que chegam no dia do evento é feita uma inspeção no animal, se ele tem vacinas adequadamente, se não tem fungos ou doenças que podem passar para outros animais ou pessoas. Se caso o animal não passar neste exame ele não no parque, pois pode acabar afetando os demais. Ao passar deste teste, cada associação que é responsável pelo animal deve conter um médico veterinário, um cuidador que convive com os animais, para que eles possam zelar pelo bem-estar do animal, ele cita que “é proibido qualquer tipo de agressão ao animal no evento” , a proteção e integridade física dos animais compreenderão todas as etapas ocorridas, desde o transporte dos locais de origem ao destino, o ingresso, o recebimento, as acomodações, o trato, o manejo, a montaria e o egresso.

Galeria de Exposições do cavalo árabe na Expointer / Foto: Thiago Nascimento

Saúde da raça cavalo árabe

Atrás de um cavalo premiado em uma competição na Expointer, há preparação, treinamentos cuidados que ajudam no decorrer da conquista. De acordo com o tratador e domador, Sidnei Pinheiro da Silva (37) anos, um cavalo para ser exposto deve ter chance de competição, ser bem treinado e que saiba competir igual com os outros. Segredo de ter um campeão é “cuidar deles como se fossem teu”, afirma tratador.

Treinamentos antes da competição acontecem, mas não é só isso que determina a vitória, a alimentação que é preparada do cavalo árabe, por exemplo, é a base de ração, aveia, melaço, alfafa verde, que ajudam não só no desempenho, mas previnem fraturas, distinção muscular que são adquiridos pelo esforço físico exigido. Seguidos de remédios, vitaminas que resultam em muita energia e evitam inflamações articulares.

História e origem

A raça cavalo árabe tem origem há mais de 4 mil anos, sendo raiz de todas as raças. Considerado um cavalo do deserto, com característica de ser resistente a condições adversas, principalmente a do calor e poeira. Na Arábia eles utilizavam o cavalo árabe para provas de longas distâncias, são provas de 160, 200, 40 quilômetros no deserto. Conseguindo aguentar muitas horas sem beber água, se adaptando a qualquer competição. Mesmo tendo uma largada menos explosiva, depois que larga ninguém mais segura, é um cavalo de muito pique.

Um cavalo dócil, inteligente e que não suporta agressividade, memoriza tudo que é feito. “Se ele levar um corretivo forte, por coisa alguma, vai lembrar sempre e tornar-se indócil. Quanto de mais forma doce for tratado, melhor ele vai te responder e ser teu amigo” comenta criadora, Grecie Porso.

Linhagem e porte físico

O cavalo árabe tem três pelagens, uma delas é a “tordilho”que são todos os cavalos de pelagem clara e branca. A raça nasce em um cinza escuro, quase preto, e a medida que ele vai envelhecendo vai clareando, até ficar branco. Outra pelagem é o “castanho”, tem como característica a pelagem escura e as crinas pretas. E por fim, a pelagem “alasão”, sendo de cor castanha, mas sua crina é ruiva ou loira. E também o “tordilho negro” que nasce escuro e não clareia mais. Suas principais características é a cabeça chanfrada, orelhas pra frente e fechadas, pescoço arqueado e fino. Única raça que tem vértebra a menos na coluna, a calda é levemente erguida e quando caminha ou galopa a calda faz um movimento que os outros cavalos não fazem.

Proprietária da raça árabe em área de competição/ Foto: Thiago Nascimento

Investimento

Alguns cavalos, por conta da linhagem, sangue, serão mais caros, mas isso não é padrão. Um bom cavalo, com um bom sangue, com força e beleza, custa uma média de R$25.000,00. Outros com mais linhagem custam uma média de R$80.000,00. Para manter um cavalo, o custo mensal gira em torno de R$800,00. E média de vida de 25 anos, isso depende da rotina e criação.

Treinamento

Os treinos são duas vezes na semana, acompanhados de aquecimento com flexões, alongamento, circuitos na pista. “E” “enduro equestre” é a prova mais característica do cavalo árabe, onde são corridas em trilhas no meio do campo, do mato, atravessando riachos e áreas mais pantanosas, onde os cavalos saem em corrida. Tem provas de 60 km, 80 km e 120 km, todas feitas em um dia, e seu processo de preparação acontece no Haras, no Jockey Clube em Caxias do Sul.

A assistência completa para esse tipo de animal parte do tratador, alguém que cuide da plantação do pasto, alimentação, veterinária e treinamento. A diretora Social da AGCA, Fernanda Camargo, deixa a mensagem que o cavalo é uma figura representativa na sociedade, pois “uni diversas pessoas e agrega a família”, afirma diretora. Por fim, uma espécie que é o reflexo do proprietário e tratador.

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