Um novo conceito de emissora jornalística com Guilherme Macalossi

Vitória Karoline
Jornalismo Econômico UniRitter Fapa
5 min readMay 21, 2019

Por: Thiago Nascimento e Vitória Karoline

Guilherme Macalossi de 32 anos, é chefe da editoria política da RDC TV, apresentador do programa Conversas Cruzadas e radialista. Guilherme nos recebeu na redação da emissora para falar um pouco sobre a nova emissora e sobre a profissão de jornalista.

Thiago Nascimento, Vitória Karoline e Guilherme Macalossi na Redação. Foto: Thiago Nascimento

Qual o objetivo da RDC TV?
O objetivo claro da emissora é suprir uma demanda de jornalismo voltada para a nossa região, claro não deixa de repercutir os assuntos de interesse nacional mas principalmente aqueles que tem interesses nas nossas vidas. A emissora é independente e diferente das outras que são filiadas ou tem parceiros com outras emissoras. Nós produzimos conteúdos especificamente para nossa região, mas é claro que se tiver alguma notícia relevante mesmo que não seja daqui iremos noticiar.

Como funciona a redação da RDC TV? Ela é distribuída por setor?
Apesar dela parecer “junta” ela tem uma ordem pré-definida. Ela começa pelo fundo onde tem os editores e programadores de redes sociais, tem o Ribeiro Neto nestas questões, tem a Fernanda que é responsável pelas mídias sociais, tem o Cássio que é o diretor de programação, tem a Carla Rizol que é a produtora do jornalismo em geral e no canto tem eu que sou o produtor político. A partir daí tem os produtores e os repórteres em cada área que correspondem aos seus editores. Basicamente é assim que funciona aqui e é recente isso, pois estamos fazendo de tudo pra ser mais dinâmico mais organizado no estúdio.

Como vocês lidam com as emissoras concorrentes? Qual a publicidade feita para fazer com que as pessoas conheçam a nova emissora?

Ela tem um diferencial comparado com as outras emissoras, não que isso desmereça as demais, mas é uma característica nossa. A RDC TV é a única emissora multiplataforma. Ela é uma emissora que tu consegues assistir no mesmo tempo na televisão, YouTube e Facebook. Então ela está presente em todas as redes sociais ao mesmo tempo, é uma emissora que dialoga com as redes sociais como nenhuma outra. O que as outras emissoras fazem é transmitir seus conteúdos e colocam pequenos trechos depois. Quando tu vais na sala de edição tem 5 telas abertas sendo transmitidas ao mesmo tempo além da Net que é o nosso diferencial, é uma TV a cabo mesmo assim ela tem essa diferença de ser uma TV exclusivamente voltada para a demanda do Rio Grande do Sul… Eu diria que ela é uma televisão que tenta entender o modo de se fazer jornalismo que é uma coisa mais dinâmica, pois tem o internauta como um participante ativo. Agora estamos pegando conteúdos que dariam 1h e cortando em pequenos trechos. A televisão caminha para um mosaico que nem Netflix, por que ninguém mais tem horário para ver determinado programa, ninguém mais deixa de fazer algo por conta da programação da TV. Hoje em dia as coisas são mais dinâmicas e tu assiste a hora que tu puderes então como a programação fica disponibilizada no YouTube e Facebook a pessoa entre nesse canal e assistir quando ela quiser.

Quais são os canais da RDC TV?

24 e 524 da NET. Programas ao vivo do 12h a 00h

Quantas pessoas que têm na redação?
Mais ou menos 30 pessoas. São dois grupos um trabalha de manhã e outro a tarde

Qual o tipo de personalidade/funcionário que precisa ter para estar trabalhando aqui?
Que seja dinâmico e que compreenda essa força de fazer informação de forma inovadora.

A RDC TV é a única emissora que tem um editorial de política dentro da empresa?
Sim. Sou o primeiro editor de política dentro da RDC TV. Então está se modelando ainda esse editorial até porque ano que vem tem eleições e afinal de contas vivemos um momento bastante conturbado então é preciso saber analisar muito bem para poder saber o que está acontecendo então nos julgamos que assim como esporte, a política deve ter uma organização própria.

E o que tu acha sobre a imparcialidade na política?
Eu acredito que o jornalismo tem que ser isento no sentido de possibilitar os diferentes pontos de vista no mesmo espaço mas isso não significa que o jornalista deva abrir mão de sua própria visão de mundo. Então eu tenho minha visão que é liberal, mas no meu programa eu falo sobre todos os lados, mas em um debate é claro que vou declarar e essa postura é muito honesta com o público. Eu já cansei de me estressar com veículos que se posicionam nas entre linhas ou até mesmo jornalistas e eu não sou assim. Eu não deixo que as minhas opiniões interfiram nas matérias da empresa pois a notícia tem que ser factual. Só pode ter opinião baseada em fatos. Então a pessoa não pode é ter uma “fake opinion”. No mundo moderno, no primeiro mundo… todas as emissoras possuem posicionamento por exemplo na França tem o Le Figaro de esquerda e o Le Monde de direita.

Com o funciona a editoria de política tu já chegou a fazer alguma matéria ou tu só coordena?

A editoria de política tem a função de promover os debates como também produzir matérias factuais. Então o que eu faço aqui são colunas da minha opinião, a moderação do programa, os comentários do jornal da noite e coordenação de matérias de polícia.

Tu acha que a evolução do rádio pode se tornar parecido com a televisão?
A TV tem um ponto positivo de poder ver a imagem mas não tomamos isso como um padrão pois o rádio é muito parecido com a TV pois hoje o rádio com a internet conseguiu se ampliar e agora tem transmissão ao vivo pelo Facebook e todas as rádios transmitem dos seus estudos os programas… agora a rádio já tem imagens… E o rádio também jamais vai acabar pois ele nunca vai deixar de estar dentro dos carros o que eu acho que pode acontecer é que cada vez mais ele pode parecer com Podcasts.

O que tu achas da nossa matéria que te falamos da cadeira de comunicação multiplataforma?

É boa. Vão atrás da matéria, criem ela. Pode ser uma coisa que as pessoas ainda não descobriram, é curioso. Aquela vela história do emprego, se você perdeu todos os empregos… crie o seu.

Memorial

Foi um momento muito importante para nós pois pudemos passar a tarde na redação e ver como realmente é o dia-a-dia dos editores e repórteres. Ter a possibilidade de ver um novo movimento jornalistico, uma emissora com uma estrutura surreal e que não é apenas as emissoras “tradicionais”.

Thiago Nascimento, Vitória Karoline e Guilherme Macalossi no Estúdio de Conversas Cruzadas. Foto: Thiago Nascimento

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