A tecnologia no combate da insegurança em Porto Alegre
A terceira capital mais insegura do país tenta a segurança através da tecnologia.
Por Amanda Quevedo e Carlos Lacerda
O medo da violência que assusta a cada esquina ajuda no crescimento da segurança privada no Brasil, não é diferente na capital dos gaúchos. Somente em Porto alegre existem 49 empresas cadastradas na Polícia Federal, sendo 23.583 vigilantes autorizados a trabalhar nas ruas da capital.
O ramo de atuação chegou a importante marca de 50 milhões de faturamento no início do ano. A segurança eletrônica é a grande responsável pelo aumento com significativo crescimento de 50% comparado ao mesmo período do ano passado.
A insegurança é destacada pelo levantamento divulgado nos últimos dias de outubro. O anuário revelado durante o Fórum brasileiro de segurança pública aponta um crescimento de 3,9 nos números de mortes no Brasil.
Porto Alegre está na terceira posição no ranking dos crimes por capitais. Segundo o estudo, 64,1 mortes por 100 mil habitantes foram registradas na capital dos gaúchos durante o ano de 2016.
O uso da tecnologia no combate a insegurança
O maior aliado do combate na insegurança é o uso da tecnologia. Este serviço alcançou uma importante marca em 2016. O aumento apresentado pelo Sindicato das Empresas de Segurança Privada do Estado do Rio Grande do Sul (SINDESP) corresponde a 50% em comparação ao mesmo período de 2015.
Porém, segundo informou a secretária-geral do Sindesp/RS, Amanda Ferreira, a preocupação do sindicato no momento é manter lado a lado o uso da tecnologia com o trabalho humano “Não podemos deixar que o crescimento da tecnologia diminua o trabalho humano” segundo dados do próprio sindicato houve uma queda de 4,3% no trabalho humano somente em Porto Alegre.
Na Serraria, o bairro mais inseguro de Porto Alegre, segundo números do Secretária de Segurança Pública do Rio Grande do Sul, o serviço da segurança privada é visto em cada esquina, basta caminhar 5 minutos pelo bairro que se percebe o grande número de profissionais que estão realizando a segurança de ruas e grandes prédios.
Muitos preferem, o uso da tecnologia aliada aos profissionais. Hélio Martins, um dos líderes comunitários do bairro Serraria, salienta a necessidade de segurança extra para tornar o bairro mais seguro para as famílias e pessoas de bem que transitam pelo local: “Precisamos de uma segurança maior, nosso bairro é pouco assistido pela segurança pública.
Contamos com o trabalho de diversas empresas de segurança privada no local”. O trabalho humano não é suficiente, a segurança fica muito vulnerável com profissionais nas ruas, então, a solução encontrada foi utilizar câmeras e alarmes nos prédios de grande porte. “Temos um grande número de câmeras nas ruas que nos assinalam quando o lugar está em perigo ou necessitam de uma intervenção mais rápida”. Finaliza Martins.
No mês passado somente em Porto Alegre aconteceram 2.789 roubos, no bairro Serraria cerca de 55, este número assusta muito os moradores da região, o controle de monitoramento de câmera ajuda na tentativa de identificar e prevenir as ações de furtos.
Somente com o equipamento de seguranças instalados pelas empresas de segurança privada o investimento passa de um milhão de reais, conforme relata o gerente de operações da empresa Rudder, Aloísio Dias: “O crescimento de atuação no ramo da segurança eletrônica está em amplo crescimento, nosso investimento é grande, mas nosso retorno é maior ainda”.
No ramo, os próprios moradores podem cuidar de suas residências, graças a um aplicativo que pode ser instalado nos tablets, e celulares onde o morador fiscaliza todos os passos que acontece na sua residência, este serviço permite também uma comunicação interligada entre os moradores e os guardas que realizam o serviço de segurança humana. Toda essa tecnologia rende um lucro maior que o investimento, como afirma Dias: “A empresa investe um milhão de reais nessa tecnologia, mas nosso lucro fica em torno de 3 milhões de reais, tudo muito lucrativo para todas as empresas do ramo”.
Em Porto Alegre, já são 256 serviços realizados nessa categoria interligando o serviço humano com o serviço de tecnologia, para o próximo ano a previsão é que esse número passe a marca dos 600 equipamentos instalados em toda a região metropolitana de Porto Alegre.
Para ter segurança quem paga caro é sempre os moradores com o descaso da segurança pública o síndico Altamir Ribeiro do condomínio Santa Tecla na praça Dom Feliciano, destaca que infelizmente os moradores estão pagando a mais para diminuir a ação dos assaltos próximo do condomínio. “Aqui no prédio contamos com câmeras de segurança, portão eletrônico e vigilantes sai caro no bolso de cada morador aqui, mas gastamos mais para obter o que o estado não dá segurança a todos e esse investimento é importante”.
A tecnologia segue em alta no mercado de segurança e deverá seguir crescendo na luta contra os assaltos, a economia tende a crescer cada vez mais com esse mercado.
Fontes utilizadas.
Raio X da violência ( Zero Hora)
Fórum Brasileiro de Segurança Pública
Amanda Quevedo: Policia Civil, Líder comunitário do bairro Serraria e Síndico do prédio.
Carlos Lacerda: Sindesp/RS, Policia Federal, Rudder