A tecnologia no combate da insegurança em Porto Alegre

Amanda Quevedo
Jornalismo Econômico UniRitter Zona Sul
4 min readNov 16, 2017

A terceira capital mais insegura do país tenta a segurança através da tecnologia.

Por Amanda Quevedo e Carlos Lacerda

Video monitoramento da empresa Rudder/ Foto: Divulgação

O medo da violência que assusta a cada esquina ajuda no crescimento da segurança privada no Brasil, não é diferente na capital dos gaúchos. Somente em Porto alegre existem 49 empresas cadastradas na Polícia Federal, sendo 23.583 vigilantes autorizados a trabalhar nas ruas da capital.

O ramo de atuação chegou a importante marca de 50 milhões de faturamento no início do ano. A segurança eletrônica é a grande responsável pelo aumento com significativo crescimento de 50% comparado ao mesmo período do ano passado.

A insegurança é destacada pelo levantamento divulgado nos últimos dias de outubro. O anuário revelado durante o Fórum brasileiro de segurança pública aponta um crescimento de 3,9 nos números de mortes no Brasil.

Porto Alegre está na terceira posição no ranking dos crimes por capitais. Segundo o estudo, 64,1 mortes por 100 mil habitantes foram registradas na capital dos gaúchos durante o ano de 2016.

Dados do Fórum Brasileiro da Segurança Pública

O uso da tecnologia no combate a insegurança

O maior aliado do combate na insegurança é o uso da tecnologia. Este serviço alcançou uma importante marca em 2016. O aumento apresentado pelo Sindicato das Empresas de Segurança Privada do Estado do Rio Grande do Sul (SINDESP) corresponde a 50% em comparação ao mesmo período de 2015.

Porém, segundo informou a secretária-geral do Sindesp/RS, Amanda Ferreira, a preocupação do sindicato no momento é manter lado a lado o uso da tecnologia com o trabalho humano “Não podemos deixar que o crescimento da tecnologia diminua o trabalho humano” segundo dados do próprio sindicato houve uma queda de 4,3% no trabalho humano somente em Porto Alegre.

Na Serraria, o bairro mais inseguro de Porto Alegre, segundo números do Secretária de Segurança Pública do Rio Grande do Sul, o serviço da segurança privada é visto em cada esquina, basta caminhar 5 minutos pelo bairro que se percebe o grande número de profissionais que estão realizando a segurança de ruas e grandes prédios.

Muitos preferem, o uso da tecnologia aliada aos profissionais. Hélio Martins, um dos líderes comunitários do bairro Serraria, salienta a necessidade de segurança extra para tornar o bairro mais seguro para as famílias e pessoas de bem que transitam pelo local: “Precisamos de uma segurança maior, nosso bairro é pouco assistido pela segurança pública.

Contamos com o trabalho de diversas empresas de segurança privada no local”. O trabalho humano não é suficiente, a segurança fica muito vulnerável com profissionais nas ruas, então, a solução encontrada foi utilizar câmeras e alarmes nos prédios de grande porte. “Temos um grande número de câmeras nas ruas que nos assinalam quando o lugar está em perigo ou necessitam de uma intervenção mais rápida”. Finaliza Martins.

Raio x da violência no Bairro Serraria/ Jornal Zero Hora

No mês passado somente em Porto Alegre aconteceram 2.789 roubos, no bairro Serraria cerca de 55, este número assusta muito os moradores da região, o controle de monitoramento de câmera ajuda na tentativa de identificar e prevenir as ações de furtos.

Somente com o equipamento de seguranças instalados pelas empresas de segurança privada o investimento passa de um milhão de reais, conforme relata o gerente de operações da empresa Rudder, Aloísio Dias: “O crescimento de atuação no ramo da segurança eletrônica está em amplo crescimento, nosso investimento é grande, mas nosso retorno é maior ainda”.

No ramo, os próprios moradores podem cuidar de suas residências, graças a um aplicativo que pode ser instalado nos tablets, e celulares onde o morador fiscaliza todos os passos que acontece na sua residência, este serviço permite também uma comunicação interligada entre os moradores e os guardas que realizam o serviço de segurança humana. Toda essa tecnologia rende um lucro maior que o investimento, como afirma Dias: “A empresa investe um milhão de reais nessa tecnologia, mas nosso lucro fica em torno de 3 milhões de reais, tudo muito lucrativo para todas as empresas do ramo”.

Em Porto Alegre, já são 256 serviços realizados nessa categoria interligando o serviço humano com o serviço de tecnologia, para o próximo ano a previsão é que esse número passe a marca dos 600 equipamentos instalados em toda a região metropolitana de Porto Alegre.

Para ter segurança quem paga caro é sempre os moradores com o descaso da segurança pública o síndico Altamir Ribeiro do condomínio Santa Tecla na praça Dom Feliciano, destaca que infelizmente os moradores estão pagando a mais para diminuir a ação dos assaltos próximo do condomínio. “Aqui no prédio contamos com câmeras de segurança, portão eletrônico e vigilantes sai caro no bolso de cada morador aqui, mas gastamos mais para obter o que o estado não dá segurança a todos e esse investimento é importante”.

A tecnologia segue em alta no mercado de segurança e deverá seguir crescendo na luta contra os assaltos, a economia tende a crescer cada vez mais com esse mercado.

Fontes utilizadas.

Raio X da violência ( Zero Hora)

Fórum Brasileiro de Segurança Pública

Sindesp/RS

Indicadores Criminais

Amanda Quevedo: Policia Civil, Líder comunitário do bairro Serraria e Síndico do prédio.

Carlos Lacerda: Sindesp/RS, Policia Federal, Rudder

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