Por que militares estão acampados dentro da Refinaria da Petrobras em Duque de Caxias?

Jornalismo em Pé
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3 min readJun 3, 2018

O monstro já saiu da caserna. O militarismo já saiu do armário. Já se vê militares (ou o pedido por militares) em muitos cantos do país. Nas estradas, os caminhoneiros pediram. Em cidades da região sul, houve manifestações em frente a quartéis, pedindo atitude dos militares! No nordeste, coronéis da reserva pediram providências do general Villas Boas, comandante do Exército brasileiro.

Não está dando para fazer de conta que não estamos vendo, que não é conosco. Nosso trauma — de quem viveu e não viveu as tragédias da ditadura, sem direito ao voto, à liberdade e à dignidade — ainda é fratura exposta.

E é esse medo que já hoje, em maio de 2018, amedronta jornalistas e tantos outros trabalhadores. É com esse medo que fomos até a Refinaria da Petrobras em Duque de Caxias nesta última semana para apurar a denúncia de que militares estão acampados dentro da base de distribuição de combustíveis. Como se viu, ponto-chave para a logística de todo o Estado.

Os militares chegaram à REDUC no início das manifestações. Não atuaram na liberação do fluxo de caminhões, que ocorreu entre o domingo e a segunda. Quatro dias depois, já sem qualquer manifestação de caminhoneiros, o vai e vem militar dentro da REDUC era frenético: caminhões, jeeps, ônibus e mesmo acampamentos dentro da base. Funcionários da Petrobras dizem que militares estão instalados até mesmo no prédio da direção.

Durante a última quarta-feira, eles não estavam escoltando os caminhões que entravam e saíam normalmente. Então, as perguntas que angustiam são: o que fazem dentro da Reduc? Por que há um acampamento militar dentro da Reduc?

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