Violência contra a mulher no Brasil

Luana Rios
DADOS E FONTES — GUIA PARA JORNALISTAS
5 min readMay 30, 2022

Em março de 2021, o Senado aprovou o substantivo ao PLS 8/2016, projeto de lei que institui a Política Nacional de Informações Estatísticas Relacionadas à Violência contra a Mulher, onde torna público dados sobre violência contra a mulher, listando local, raça, classe social, entre outros.

Listado acima alguns bancos de dados, agências e reportagens sobre o tema que envolve violência de gênero. O site do governo (gov.br), Dados Gov, CNMP, TJRJ e IPEA são bancos de dados públicos que localizam através de buscas refinadas e definidas pesquisa de dados da população brasileira. Já os demais dados são privados realizados por agências de informação e notícias focadas no tema de violência contra mulher ou feminismo.

A base de informações dessas agências são contínuas e atualizadas quase que semanalmente, não cumprindo prazos rigorosos, mas mantendo o assunto sempre em pauta para ser discutido em sociedade. Entretanto, os dados de pesquisas do governo e baseado no número de denúncias, é divulgado anualmente por canais como Gov.com, IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) e FGV (Fundação Getúlio Vargas), entre outros.

Na análise de dados, a amostragem consiste em analisar um subconjunto de todos os dados para descobrir informações significativas no conjunto de dados maior. A base de dados que apresenta informações sobre violência contra mulher é em sua maioria de amostragem, tendo ciência que trata-se de dados da sociedade, violência e comportamento. Diante disso os dados de amostragem sobre violência contra mulher ou feminicídio, o crime de assassinato de mulheres, é feito através de pesquisa da sociedade e denúncias para números a polícia militar e o número 180, destinado a ser um canal de denúncias sobre violência contra mulher.

Essas ferramentas são essenciais para a construção de notícias jornalísticas em canais como Az Mina e Não Me Kahlo, as agências de informações feministas, quanto em sites de notícias da população como G1 e CNN, ali citados.

Com o aumento de acesso à informação e a comunicação ampla pela internet, mais mulheres têm realizado denúncias contra violência doméstica ou em ambientes públicos e no trabalho. A base de dados é importante para controle desse cenário, principalmente por muitas dessas mulheres estarem em situação vulnerável. Agências e veículos públicos ou privados cumprem seu papel ao informar tornar esses dados públicos e incentivarem a discussão em torno do tema.

Lista de plataformas de banco de dados, agências ou notícias sobre violência contra mulher

O setor ´ligue 180´ do gov.br é uma parte da plataforma pública do governo onde é disponibilizado anualmente dados sobre violência contra mulher através de dados absolutos subdivididos em mapas regionais do país com apoio de denúncias feitas por vítimas ou terceiros ao telefone 180 da polícia federal. A ferramenta é facilmente manuseada e pode ser baixada em arquivos de pdf e excel para constatação de gráficos e acesso à informação geral. Esse banco de dados é importante para a veracidade dos números baseados em denúncias reais.

A base de dados do Portal Brasileiro de Dados Abertos é uma plataforma pública com dados dos governos estaduais recebidos em centros de referência e apoio à mulheres em risco ou vítimas de violência doméstica. A pesquisa é publicada anualmente através de amostragens regionais realizadas com o auxílio de pesquisadores, assistente sociais, de segurança dos Estados e grupos de apoio. O canal é importante para gerar matérias jornalísticas que tratem diretamente sobre os temais em suas cidades e estados.

A agência Patrícia Galvão produz e divulga notícias, dados e conteúdos multimídia sobre os direitos das mulheres brasileiras. A agência apresenta um dossiê digital focado em divulgar informações sobre violência contra a mulher para semear o debate em sociedade. O banco de fontes com especialistas e o banco de pesquisas reúne dados e estudos atualizados sazonalmente. O dossiê também disponibiliza uma seção com conteúdos especiais, que reúnem informações, dados e análises. A plataforma apresenta temas dentro da pauta e solicita o preenchimento de um formulário para tornar os dados públicos. As informações disponibilizadas pela agência facilitam a comunicação jornalística porque além de apresentar dados atuais, traz levantamentos históricos e compara com análises de especialistas baseados em livros.

Az Mina é uma agência de jornalismo que reúne arquivos sobre feminismo, dentro da seção violência contra mulher reúne dados públicos contínuos de amostragem. A ferramenta facilita a informação para o jornalista escrever matérias constando além de dados públicos, podendo anexar outras matérias ou estudos em torno do tema.

O CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público) disponibiliza uma seção abordando o tema de violência doméstica dentro do site do Ministério Público nacional, os dados são públicos, através de pesquisas, sendo disponibilizado em amostragens anuais. Sendo uma fonte pública do governo baseado em processos abertos sobre causas de violência doméstica, a plataforma possibilita ao jornalista o acesso em casos de violência registrados em justiça.

https://www.tjrj.jus.br/web/guest/observatorio-judicial-violencia-mulher

O TJRJ é um banco público de dados do Estado do Rio de Janeiro, a seção de violência contra mulher, apresenta dados públicos sazonais em observatório sobre processos judiciais e denúncias. A ferramenta auxilia o jornalismo com informações reunindo sobre o processo da denúncia até o julgamento final de um caso de violência contra mulher.

Ipea.gov.br/portal/searchword=mulher&ordering=category&searchphrase=all&Itemid=32&option=com_search

O Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) reúne dados privados realizados através de pesquisas anuais sobre violência contra mulher. A ferramenta é utilizada em diversos gráficos de amostragem sobre a sociedade e comportamento.

O Fórum Segurança é um programa de segurança pública, a plataforma possui uma seção sobre atendimentos à casos de violência doméstica e apresenta mapas privados anuais no atlas da violência. Através da contestação de denúncias, é possível gerar uma matéria sobre como o setor de segurança lida com o tema de violência contra o feminino.

A CNN Brasil publicou uma matéria em abril de 2022 noticiando a decisão do Supremo Tribunal de Justiça em a Lei Maria da Penha se torna aplicável a mulheres trans.

O G1 publicou em fevereiro de 2022 uma matéria apresentando informações de pesquisadores que utilizaram dados do Banco de Dados Global da OMS (Organização Mundial da Saúde) sobre prevalência de violência contra a mulher e mais de 300 pesquisas e estudos realizados entre 2000 e 2018. Estudo abrange 161 países e áreas, entre eles o Brasil.

Mulher se protegendo com as mãos. Fonte: divulgação

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