Governo Richa pede
que pais denunciem professores

Secretaria da Educação do Paraná afirma que educadores que fizeram greve estão doutrinando alunos em sala de aula

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por Eduardo Nunomura para os Jornalistas Livres

Em mais uma tentativa de mobilizar a opinião pública contra os professores do Paraná, o governo de Beto Richa (PSDB) publica hoje (22/6) nota, pelo site da secretaria da Educação, em que afirma que os educadores que fizeram greve estão disseminando “apologias contra o governo do Estado”. E orienta que pais e responsáveis e os próprios estudantes denunciem às Ouvidorias dos Núcleos Regionais de Educação qualquer atividade ou conteúdo que considerarem indevidos.

“A escola é, sim, um espaço democrático, mas para que se desenvolva o processo de ensino e aprendizagem, e não doutrinação”, comenta, na nota, a secretária da Educação, Ana Seres. “Em que pese o direito de cada um ter posição política numa democracia, questões políticas e partidárias não deveriam se sobrepor ao princípio de que os alunos estão na escola para aprender o conteúdo necessário para que sejam preparados para a vida”, acrescenta o chefe da Casa Civil, Eduardo Sciarra.

Há menos de uma semana, o governo Richa já havia adotado uma estratégia similar de manipulação de informações. Denunciou a existência de professores-marajás no Paraná, alguns recebendo salários de R$ 27 mil a R$ 17 mil. O texto, publicado no site do governo, afirma que em 111 cidades a remuneração desses profissionais é maior que a dos prefeitos. A nota não esclarece como se chega a esses salários “astronômicos”. Afirma que:

O impacto é maior, principalmente, nas cidades do interior, onde o custo de vida é menor e o poder de compra dos salários praticados pelo Estado se sobressai em relação aos pagos pela iniciativa privada e pelas prefeituras.

Ao se colocar como vítima, o tucano Richa adota a tática de perseguir os professores que foram brutalmente atacados pelo seu governo em 29 de abril. Professores questionam os “salários” divulgados pelo governo. Os holerites teriam sido escolhidos a dedo, como a situação da uma professora que recebeu o abono de permanência em um mês, acumulados por anos de trabalho, e acabou sendo considerada “marajá”.

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