Secundaristas realizam ato #foratemer em Curitiba
Protestos são contra MP que mexe no ensino médio
Por Manoel Ramires, especial para os Jornalistas Livres, com fotos de Leandro Taques
Cerca de dois mil estudantes de 17 colégios públicos da capital paranaense fizeram um ato contra a reforma do ensino médio propostas por Medida Provisória do presidente não eleito Michel Temer (PMDB). O estado já tem pelo menos três escolas ocupadas, além de diversas manifestações pelo Paraná. Os jovens também protestam contra o governador Beto Richa (PSDB), que enviou projeto à Assembleia Legislativa promovendo calote no funcionalismo público um dia após as eleições municipais.
O ato realizado no centro de Curitiba reforça a onda de protestos contra a MP 476 que, entre outros, exclui disciplinas do ensino médio das áreas de humanas e educação física. A medida foi encaminhada a Câmara dos Deputados sem debate com a sociedade, professores e estudantes. Também é acusada de facilitar a privatização da educação pública. Além da manifestação, quatro escolas estão ocupadas. São eles o Colégio Juscelino Kubistchek e Arnaldo Jansen, em São José dos Pinhais, e Colégio Silveira da Motta e Colégio Teobaldo Kletenberg, em Curitiba.
Manifestações também ocorrem pelo estado, como no caso do estudantes do IFPR de Paranaguá e do Colégio estadual Porto Seguro, que também foram às ruas hoje. Já em Fazenda Rio Grande, na região metropolitana, cerca de mil estudantes protestaram contra a MP do Retrocesso Educacional. Para o coordenador de comunicação da APP Sindicato, Luis Fernando Rodrigues, entidade que organiza os trabalhadores do ensino médio, somente as ocupações podem parar a medida. “A única chance de conseguir barrar a medida é protestando e ocupando as escolas”, incentiva Luis Fernando.
Na tarde de quarta-feira uma coletiva de imprensa será realizada na sede do sindicato para explicar sobre a organização de atos pelo estado. No domingo, às 15 horas, está sendo convocada manifestação pelos secundaristas contra a MP. O tem concentração na Praça Santos Andrade.
Greve geral
Os secundaristas também se somam ao funcionalismo público do Paraná, que sofre com novo calote do governador Beto Richa (PMDB). O tucano mandou mensagem à Assembleia Legislativa em que congela o reajuste das categorias até que sejam pagas promoções e progressões.
Umas das emendas altera o texto do artigo 33 do PL 153/2016 da Lei de Diretrizes Orçamentárias estabelecendo que “não se aplica e não gera efeitos o disposto no artigo 3º da Lei 18.493/2015 enquanto não forem implantadas e pagas todas as promoções e progressões devidas aos servidores civis e militares e comprovada a disponibilidade orçamentária e financeira durante o exercício de 2017″.
O calote deve levar o funcionalismo a nova greve geral. O Fórum das Entidades Sindicais do Paraná (FES) orienta aos sindicatos de base a convocar assembleias para discutir a Greve Geral. No dia 10, todos os sindicatos se reunirão em plenária ampliada em Curitiba para discutir as mobilizações. Às 14h, na passarela da Alep, uma coletiva de imprensa apresentará a posição final dos servidores. Na terça-feira, 11, nova manifestações nos corredores da Casa do Povo contra o calote.