Meu nome é William Winner, o melhor coach de suicídio desse país

Mateus Ribeirete
JornalRelevo
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4 min readSep 22, 2017

Fiquei sabendo que você quer morrer. Também fiquei sabendo que você não é um desses caras que se conformam com o normal, com o que todo o mundo faz. Fiquei sabendo que você sempre quer mais.

Nesse caso eu tenho o prazer de me apresentar a você, colega. Meu nome é William Winner, e nós somos colegas, sim. De quê? De inconformismo, intensidade — colegas de pensar fora da caixa. Confie em mim, eu reconheço um pelo olhar. O seu é inquieto, é feroz. Você não é como os outros; você inova dentro da sua essência. Então deixa eu te contar uma coisa: alta performance de suicídio é estratégico. Quando você aceita isso, não aceita mais o médio.

Vem cá, você acha que a Virginia Woolf entrou no rio porque queria pescar? Que o Hemingway estourou o crânio para cuidar de uma cárie? O Mishima não planejou seppuku por um ano para desistir na hora H porque “passou um filme na cabeça”. Porra nenhuma. Eles pensavam grande. Eles tiveram muito coaching. Eu aprendi muito com eles, e chegou a hora de passar um pouco disso para você. De caminhar com você, e de também aprender com você. É por isso que eu te faço uma proposta: deixe eu ser seu coach e desbravar o caminho contigo. Sinceramente? Você também vai ficar muito feliz em me conhecer.

Eu quero te ajudar, cara, mas sei que você não é do tipo que pede ajuda. Acontece que ninguém está te fazendo favor, não. Esse processo todo não é uma brincadeira, e sim uma elevação. A palavra aqui não é morrer, mas transformar.

Coachee meu é livre. Sabe o que é ser livre? Não se ofenda com a pergunta — a maioria deles não sabe. Ser livre é ter um caso de amor com a própria vida. Coachee meu vive intensamente. Morre intensamente. É enterrado — ou cremado — intensamente. Ou os dois, por que não? Coachee meu não trabalha com limites; trabalha com oportunidades. E a oportunidade é você quem faz. Juntos nós economizamos promessas para acumular riqueza em atitude.

Pense em mim como seu catalisador: o potencial já está dentro de você. Tudo aquilo de que você precisa é inteligência emocional. É autoconhecimento. O que eu faço? Apenas dou um empurrão. (Simbólico. Uma ocasião sobre a qual não preciso me pronunciar exceto por intimação legal não me permite efetuar outro empurrão, e meu advogado — aquele caxias que joga conforme as regras — me obriga a sempre deixar isso claro. Mas pode ter certeza de que estarei lá com você.)

Olha só. Quem é coachee de Will Win paga apenas uma vez. Desde que larguei meu emprego monótono, passivo, boring de engenheiro para tomar as rédeas do meu destino por meio do coaching, nunca tive qualquer reincidente. Isso é fruto de muito trabalho, pois cada passo é uma força, e cada reconhecimento de força é mais um passo. Lembre-se: vencedor não é quem não cai; é quem cai e consegue se levantar. No seu caso, vencedor é aquele que não se levanta de jeito nenhum.

Work hard, play hard, die hard. Porque te digo uma coisa, e te digo de alma para alma: a sua mente sempre vai tentar te jogar para sua zona de conforto. Sempre, cara. Não permita. Mostre para ela que você está no controle. O crescimento começa quando o conformismo termina. Perceba, portanto, que a vida é um eco: se você não está gostando do que está recebendo, observe o que está transmitindo. Comigo, você vai transmitir luz. Qualquer luz? Não, não. A luz de quem voou tão perto do Sol que agora flameja até o cu em direção ao solo. Eu pediria desculpas pelo palavrão, mas sabe como é… sensações intensas exigem palavras intensas. Às vezes nós passamos tanto tempo nos desculpando que esquecemos de viver. Às vezes nós vivemos tanto conforme as regras dos outros que esquecemos de morrer conforme as nossas.

Ainda não está convencido? Disso eu tinha certeza — você não é desses que compram qualquer ideia fraca. Então vem que eu te mostro os steps. Primeiro a gente tem um meetup. Esse momento inicial é ideal para te conhecer melhor, saber suas conquistas e suas fraquezas. Depois de muito brainstorming, traçamos o seu perfil: você está mais para uma garagem fechada ou prefere a paleta de cores da imolação? Somente após algum tempo de coaching é que pensamos no seu action day. Até lá, meu caro, é meditação ativa, força de vontade e muito foco. Foco! Afinal, se você quer mesmo se matar, você precisa de um edge. Mais do que isso, seu edge precisa alcançar o estado de flow — e você não vai chegar lá com qualquer mindset. Você precisa de um mindset que te forneça os melhores insights nessa jornada em direção ao breu. A sua carta de despedida vai ser alucinante, e não por acaso. Vai ser alucinante porque você vai ter atingido seu estado de flow. Comigo você vai se matar, mas vai se matar fodido. Coachee meu não é encontrado em condições misteriosas, não. Coachee meu é top player — corte na vertical, miolo no teto, testa no chão.

Olhe aqui nos meus olhos. Se você não está levando o suicídio a sério, nem perca seu tempo, muito menos o meu. Nós somos donos e capitães dos nossos barcos — você pode não dominar o mar, mas pode controlar sua própria vela. Vem comigo que eu te ajudo a afundar a sua. Afinal, você prefere enfrentar o desafio ou continuar aí morrendo de velhice? Então trate de anotar o endereço do meu coworking.

William Winner,

Master practitioner suicide coaching

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Mateus Ribeirete
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edito o Jornal RelevO (jornalrelevo.com) e aqui estão meus textos esparsos. a maioria é antiga e/ou foi publicada em outros veículos.