“E você, não pensa em ir pra São Paulo?”

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Jovens Planners
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4 min readFeb 2, 2016

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Por Vívian Maciel

Se você, assim como eu, não trabalha no grande polo publicitário do Brasil que é São Paulo, com certeza já ouviu a frase:

“Mas pra quem trabalha com comunicação, o mercado de São Paulo é muito melhor, não?”

Desde que entrei na universidade já tinha em mente que, quando me formasse, gostaria de trabalhar em SP. Não que eu não goste de trabalhar em Curitiba, pelo contrário. Mas sinto que existe uma mítica com a grama do vizinho que nos faz olhar só pra fora e muito pouco pra dentro.

Para nós, planners que moramos em outras cidades, às vezes parece que vai ser impossível alcançar o nível de São Paulo. Em geral, nossa estrutura é menor, as contas não são tão legais, a equipe é reduzida e a área não é valorizada.

E essa é uma verdade tão grande que já trabalhei em uma agência que questionou se a existência de uma equipe de planejamento era realmente necessária, já que “atendimento e criação poderiam suprir essa demanda com facilidade”.

É triste. Eu sei.

Mas precisamos valorizar nosso trabalho e mostrar que o planejamento tem relevância e pode ser fundamental onde trabalhamos. Como uma amiga me disse essa semana:

“Não vai ser em outra agência ou outra cidade que vamos encontrar aquilo que procuramos se não tentarmos mudar as coisas onde estamos agora.”

Essa mudança acontece no momento em que perdemos o nosso medo e nos colocamos à prova. Quando nos tornamos pessoas questionadoras e desafiamos padrões e modelos preestabelecidos. A gente é capaz de começar uma revolução, mesmo que pequena, no nosso trabalho. E isso não vai mudar só a sua agência ou seu dia a dia, mas vai te mudar também e te fazer crescer como profissional.

Já pensou nos planejadores que começaram suas carreiras em São Paulo? Aqueles que com 20 e poucos anos estavam entrando numa grande agência como estagiários? Foi desafiador para eles também, disso eu tenho certeza. Porque em São Paulo ou em qualquer outro lugar, pessoas são pessoas.

Não tem segredo, tem que se jogar.
Experimentar coisas.
Fazer cursos.
Ler livros.
Falar com pessoas.
E perguntar tudo que puder!

Foi assim que eu entrei no planejamento e continua sendo essa uma das formas mais legais de aprender, exercitar tudo aquilo que eu sei e de fazer com mais propriedade o que a tanto gosto: planejar.

Durante esse pouco tempo de carreira que tenho, essa reflexão me fez pensar sobre quanto nossos objetivos guiam o trabalho que vamos fazer. Continuo com vontade de alcançar o mercado em SP, mas deixei de ter isso como meta final. Acredito que nossas ambições profissionais não devem se limitar a “meu sonho é trabalhar na agência X, ou atender o cliente Y”.

Faz muito mais sentido buscar o melhor do meu trabalho, seja como uma planejadora de uma grande agência com clientes reconhecidos, ou (como em muitos casos) uma planejadora em uma agência menor, com clientes que enfrentam os mesmos desafios, mas em proporções diferentes.

E se você quiser ir pra São Paulo, Acredite em você. O mercado é menos assustador do que parece. Às vezes duvidamos de nossa capacidade e da qualidade do nosso trabalho, principalmente quando estamos começando nossa carreira.

Já me peguei algumas vezes pensando “Eu não faço ideia do que estou fazendo. Eu não sei planejar”. Mas quando isso acontece eu procuro lembrar o que ouvi uma vez do Sérgio Gordilho, da Africa:

“O seu medo pode ser a sua gasolina.”

Não importa se sua escolha final é ficar ou ir. Importa muito mais o caminho que se percorre e tudo que se colhe na jornada.

Coragem :)

por Vívian Maciel: assistente de planejamento na OpusMúltipla, entusiasta de boas histórias e futura dona de uma loja de bolos.

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