Por que choramos no fim do 1˚ retiro de líderes do Jusbrasil?

Os acontecimentos e aprendizados do I LeadersLab Jusbrasil.

Matheus Galvão
Jusbrasil Tech
8 min readSep 23, 2019

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Entre os dias 4 e 8 de setembro, 40 líderes e vetores de liderança do Jusbrasil trocaram o escritório por um resort em Praia do Forte, Bahia. Lá aconteceu o primeiro retiro de liderança do Jusbrasil: o I Leaders Lab Jusbrasil.

Eu trabalho há, aproximadamente, 4 anos no Jus e estava entre os participantes. Posso dizer que vivi uma das experiências mais incríveis e emocionantes desde que estou aqui.

Antes de tudo, por que um retiro de liderança?

O Jusbrasil já foi uma sala apertada num edifício empresarial em Salvador, na Bahia.

No último ano, passamos de um time de 50 para 150 pessoas. Temos gente trabalhando em hubs espalhados por Salvador, São Paulo, Belo Horizonte, Lisboa, além dos muitos que fazem trabalho remoto de outros cantos do Brasil e do mundo.

Quanto mais gente, mais complexidade encontramos, por isso é importante alinhar as expectativas e as estratégias.

Dia 1

Realmente conhecemos nossos colegas de time?

Muita gente nova chegou ao Jusbrasil desde o ano passado, grande parte ocupando posições de liderança. Trabalhar com nossos amigos é um dos pilares da nossa cultura. Isso significa trabalhar com pessoas com as quais temos conexões.

Nada mais justo, então, do que abrir o retiro com um exercício que desse a oportunidade de nos entrosarmos com descontração.

2 verdades, 1 mentira

O exercício consistia em contar 3 fatos. Um deles deveria ser mentira. Depois que a pessoa contasse os 3 fatos, ela deveria escolher alguém para dizer qual era o falso.

Passamos quase 1 hora nesse exercício e nossa mente explodia a cada revelação. Coisas que pareciam falsas se mostravam verdadeiras e nossas bocas se abriam coletivamente diante das histórias.

Descobrimos coisas surpreendentes sobre as pessoas que trabalham conosco.

Coisas que nunca imaginaríamos, e que talvez nunca tivéssemos a oportunidade de descobrir.

Essas revelações estreitaram laços entre os participantes e abriram portas para quebrar o gelo. Nos dias seguintes, todos ficaram mais confortáveis ao participar das atividades programadas.

Dia 2

Nos sentimos seguros para ser quem somos?

Logo na manhã do primeiro dia de apresentações, ouvimos do nosso Head de Design, Emerson Farias, que, faz um tempinho, o Google desenvolveu o Projeto Aristóteles. A ideia do projeto era descobrir o que fazia um time ter alto desempenho.

Durante as apresentações, todos podiam contribuir.

Eles chegaram a algumas conclusões e elencaram 5 características dos times que mandam bem: impacto do trabalho, seu propósito, clareza no planejamento e metas, confiança na capacidade do time e segurança psicológica.

Esta última era a mais importante, pois permitia que as pessoas do time se sentissem confortáveis para assumir riscos e mostrar vulnerabilidade em frente a outros colegas.

Uma das coisas que aprendi no Jusbrasil é que temos um jeito próprio de fazer as coisas. Gostamos que todos se sintam parte e possam contribuir com qualquer aspecto da nossa cultura e das nossas ações.

Segurança psicológica tem uma importância enorme para o nosso time.

Para completar a manhã, experimentamos um exercício que reforçasse a confiança entre pessoas do time. Em grupos pequenos, compartilhamos situações ou experiências que nos deixavam vulneráveis. Foi um dos momentos mais íntimos de todo o retiro.

Enquanto cada um compartilhava sua história, aprendemos o quanto somos frágeis seja qual for a nossa posição. Saber que todos somos humanos e que podemos nos abrir, deu o tom do que viria em todas as outras apresentações.

O que nossa cultura tem de tão especial?

No Jus, acreditamos que liberdade leva a coisas incríveis. Quando as pessoas olham o que a gente construiu até hoje, elas se perguntam como tudo isso deu certo com uma cultura tão peculiar.

Muita gente sabe que não batemos ponto, que podemos trabalhar de qualquer lugar, que não temos jornada mínima definida, mas poucos conseguem entender como isso é possível.

Resposta rápida: liberdade com responsabilidade.

Esse é o pilar principal da cultura do Jusbrasil e é isso que dá personalidade a todo o nosso trabalho. Acreditamos que quanto mais liberdade um membro do time tem, mais ele extrai o seu potencial.

Para novos membros — que eram muitos no retiro — a própria apresentação se tornou um exemplo disso. Foram tantas inserções ao longo da tarde, que mais do que uma exposição unilateral, ouvimos relatos e críticas muito transparentes.

Coxa (Daniel Murta), nosso COO/Pres, adicionando pontos ao comentário de Ane, nossa Head de Customer Experience, sobre como era difícil para um recém chegado ao Jus adaptar-se à nossa cultura de transparência radical.

Todos do time compartilharam suas próprias experiências com esse princípio tão central na nossa cultura, que acaba substituindo a própria necessidade por processos e burocracias complexas.

Passamos a tarde o destrinchando e percebendo o quanto os demais derivam dele:

  • Transparência radical;
  • Cuidado individual com as pessoas do nosso time;
  • Relacionamento substitui burocracia;
  • Proteção à concentração;
  • Conhecimento alavanca crescimento;
  • Sabemos, acreditamos e somos orientados pelo nosso propósito.

Dia 3

O que queremos para o futuro?

Deu pra ver que propósito é algo que nos move. Por isso, era mais do que essencial termos uma apresentação focada em visão. Ela ficou a cargo de Rafael Costa, nosso CEO.

Passamos uma tarde focados em entender os passos para um planejamento estratégico e saímos com uma missão: desenvolver nosso planejamento para os próximos meses.

Hoje eu trabalho num time de Branding em estágio embrionário. Como no segundo dia estava programada uma apresentação sobre visão, minha expectativa era altíssima.

Eu acredito que visões claras e motivadoras podem fazer toda a diferença na forma como trabalhamos. Visão, ao lado de uma cultura forte, pode nos levar a saltos longos.

Confesso que esperava uma apresentação redonda e cheia de respostas. Ingenuidade. No Jusbrasil, as respostas são construídas em conjunto. E foi isso que vimos, também, durante a apresentação de Rafa sobre a visão.

Enquanto Rafa passava pelo que ele enxergava do nosso futuro, nossas fraquezas, forças, ameaças e oportunidades, todos se sentiram à vontade para expor suas ansiedades sobre a nossa atual concepção de visão.

Ao longo da manhã, ouvimos sugestões e, enquanto isso eu anotava alguns padrões que encontrava, desconstruía minhas próprias certezas e convicções sobre o Jusbrasil.

Aprendendo a planejar

Sem planejamento boa parte do nosso trabalho se torna confuso e sem propósito. Precisávamos entender, então, como tornar claros os nossos objetivos e como alinhar as expectativas entre os times.

Daniela Panteliades, Product Manager, explica um exercício orientada ao planejamento estratégico.

Esta missão ficou por conta de Dani Panteliades, uma das recém-chegadas Product Managers no Jus.

Na correria do dia-a-dia de trabalho quase nunca percebemos o quanto nosso trabalho está interligado. Por mais que, automaticamente, criemos em conjunto, ficamos tão imersos nas nossas atividades que esquecemos que somos um time só, com um propósito uno.

Para nos ajudar, pensamos num exercício na qual cada pessoa escreveria ações estratégicas do seu time no contexto dos objetivos da empresa em post-its amarelos e, em seguida, escreveriam aquelas ações que precisavam de apoio de outros times em post-its azuis.

Ao final do exercício descobrimos muitas coisas que se comunicavam e que ajudaria a desenvolver objetivos melhores coordenados.

Talita Sobral, Customer Support Manager e Anelice Costa, Head of Customer Experience, organizam seus post-its com ações estratégicas para o time.

Por fim, passamos por uma explicação completa sobre OKR's, um método que foi disseminado pelo Google e que usamos para dar clareza para a execução de ações estratégicas.

Entendemos os seus fundamentos, desde a sua criação por Andy Groove — co-fundador da Intel — como escrevê-los, como não escrevê-los e quais as suas principais características.

A mais relevante lição foi entender que OKR's não podem se parecer com uma lista de tarefas, mas sim descrever resultados.

Saímos de lá com um dever de casa: pensar e documentar o nosso próximo ciclo de planejamento, levando em consideração as anotações e os post-its, principalmente os azuis.

Chorar é um bom sinal?

Nos empolgamos tanto que passamos da hora de encerrar o evento. Já eram 8 da noite quando começamos a finalizar. Então, abrimos para as considerações finais.

Cada um deveria apontar…

  • Que bom que…
  • Que pena que…
  • Que tal que…

Em situações normais de temperatura e pressão, fazer isso seria bem pragmático. Mas estamos falando de Jusbrasil, não é mesmo?

Enquanto algumas pessoas falavam, elas se emocionavam com a intensidade das interações daqueles 4 dias, mas também da intensidade da paixão com que todos falavam sobre o trabalho e sobre o modo com o qual conduzimos as coisas…

Pessoas que vieram de outras empresas falavam de quão surpresas ficaram ao ver a recepção por parte de outros líderes mais antigos. Líderes que poderiam se sentir ameaçados e substituídos, mas que, pelo contrário, tinham prazer em receber as novas pessoas e fazê-las se apaixonar pelo trabalho.

E o que dizer de pessoas que haviam chegado há apenas 3 dias no Jusbrasil se sentindo confortáveis a ponto de apontar erros, criticar construtivamente e elogiar sem parecer clichê.

De repente estávamos nos abraçando, chorando e percebendo que um trabalho que começou tímido, despretensioso e pequeno, há 11 anos, estava se tornando um gigante. E cada um que estava ali percebeu o quanto é importante para essa realização.

Chorar, às vezes, é só um sinal de que a ficha caiu.

Bônus — momentos de lazer e bonding

Um dos postos fortes de nossa cultura é gostarmos de compartilhar momentos de diversão dentro e fora do trabalho, então é claro que momentos de descontração e relaxamento não poderiam faltar no nosso retiro, como…

Um final de tarde na praia. Um dos melhores momentos para refletir e atualizar as novidades.
Nosso Head de People. Um fã de rock, um dos nossos estilos preferidos.
À noite, nos reuníamos para conversar, tomar uns drinks e fazer um som. Levamos um violão e um cajón para animar nossos momentos.
Rafael Nunes, Leonardo Gamas, Rodrigo Ribeiro e Márcio Vicente, 4 dos nossos desenvolvedores mais antigos colocando o papo em dia.
Trabalhamos com nossos amigos. É muito importante para nosso desempenho como time confiarmos e nos sentimos confortáveis com as pessoas que trabalham conosco.
Três de nossas lideranças femininas após receberem vouchers para massagens relaxantes.
No nosso último jantar, além dos líderes, os companheiros e familiares deles estiveram presentes e ampliaram ainda mais o nosso sentimento como família.

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