Meu eu, meu abismo

Caio Ramos
kainew
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1 min readJul 25, 2018

Mesmo desesperado por amparo,
os sinais da vida que orientam
vêm quando querem.
Tão difíceis de interpretar
quanto o que eu penso.
Escaços como momentos de felicidades.

Desespero constante,
ansiedade é rotina do cotidiano.

O medo dói, mas como é possível,
se não existe porquê.

Será que essa dor física é psicológica?

Nunca mais beberei café,
nunca mais beberei álcool,
nunca mais escutarei essa música,
nunca mais vou me apaixonar,
nunca mais vou me abrir,
nunca mais vou precisar de ninguém.
Mas verdade é que
nunca vou cumprir nenhuma dessas coisas.

E,
Sempre vou amar
Sempre vou querer,
Sempre vou sentir falta,
E no fim sempre mudo de ideia.

Se você quer a verdade:
- Eu sou de mentira,
sou fútil, sou humano,
mas já não sei se desse mundo.

Tão comum quanto as montanhas do horizonte,
difícil, chato, clichê.
Tanto quanto a vista da varanda.
Tão previsivel quanto 2+2 são 7.

Assim, hoje, sou um livro aberto
escrito em uma linguagem morta,
tão sem vida quanto meu coração,
que grita, chora, ressente e já nem mais sente.

Esse sou eu, intenso,
alguém que nunca se dá,
mas sente além da razão.
Contra o mundo, contra todos,
mas sempre a favor do vento.

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Caio Ramos
kainew
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Desenvolvedor de solucões, resolvedor de problemas, apreciador das interações entre os indivíduos e escritor nas horas vagas.