Operação Pandora — Preview
Segue um pequeno preview do conteúdo de Operação Pandora, suplemento digital para Karyu Densetsu escrito por Allana Dilene.
Uma pasta de cartolina escorrega sonoramente pela mesa, alguns papéis deslizando com a sua trajetória. Nomes saltam à vista, acompanhados de algumas fotos. Em uma delas, o nome do desertor junto às Indústrias Tolwyn. Cético, seu superior indaga:
“Esse é o seu dossiê? Você pretende enquadrar o magnata Evan Wilson com um… crime sobrenatural? A morte do professor? Você não está vendo seriados demais?”
O departamento hoje conhecido por Divisão Pandora (à boca pequena apelidado de “Departamento da mula sem cabeça”, embora ninguém tenha a coragem de dizer isso na frente do Diretor), é uma das seções de maior atuação na Agência Brasileira de Inteligência ultimamente. Embora a criação da Agência tenha se dado no mesmo ano do Desastre de 99, levou algum tempo para que a Divisão Pandora fosse oficialmente reconhecida, deixando de ser uma subdivisão da unidade contraterrorista e com baixo orçamento.
Em 1999, o governo brasileiro criou a ABIN — Agência Brasileira de Inteligência. Essa ação foi, em parte, motivada pelos eventos ocorridos no mesmo ano (o surgimento do grande gênio que moveu esforços globais para sua destruição), mas foi também a culminância de um trabalho já em andamento. O estabelecimento de uma agência de inteligência brasileira era muito significativo após a redemocratização do país, especialmente pelos usos de informações de cunho ideológico e político no período da ditadura militar.
Assim, embora a ABIN fosse reconhecida e exercesse suas atividades no país, os recursos (humanos, financeiros e tecnológicos) empregados na investigação e levantamento de informações sobre os shen e o Outro Mundo eram parcos, resultando em conhecimento desatualizado ou pouco confiável. Como costuma ser no Brasil, foi necessário um evento de grandes consequências para que fosse dada a devida atenção. Certamente, a popularização das técnicas de manipulação de focus auxiliou no processo, conforme yuuzas iam sendo admitidos nos concursos da Agência Brasileira de Inteligência, mas o motivador principal foi a conclusão da Operação Pandora.
