Votos

Edu Alves
kayua
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2 min readOct 22, 2018
Foto do casamento João Paulo Jerimias e Fernanda Lotierzo

No momento em que a música começou, as portas centenárias daquele casarão se abriram e uma névoa de luz penetrou o ambiente. Senti, dentro de mim, correndo pelos braços e pernas, uma energia pronta para explodir, virar parte da árvore que estava plantada ao lado da mansão e nos brindava com pedaços de nuvem de tempos em tempos.

Deixei minha mente mergulhar naquela magia que se formava. Em casal, 10 pares atravessaram aquela soleira, um por vez. Lembro-me do primeiro passo que dei em direção ao altar vendo a todos nos esperar lá fora. Foi como virar a primeira página de um diário que nos enfeitiça. A emoção me invadiu como um tremor que vem da terra e te faz perceber que você não deveria estar em outro lugar que não fosse ali. O caminhar até o altar, olhando para convidados, ora conhecidos, ora não, com o lago nos refletindo, me fortaleceu. Já não percebia mais a orquestra ou o soprar do vento. Minha mente já tinha penetrado naquela atmosfera, era como acompanhar uma linda caligrafia, fina e ondulada, que conduz os olhos com tamanha harmonia.

Lembrei de uma frase ouvida há meses que mencionava a possibilidade de me desligar facilmente daqueles que me acolheram e me botaram ali. A resposta, então, me foi dada. Não, não seria fácil. E o medo daquilo acontecer tornou meus joelhos gelatina. De repente, aquele pensamento se tornou tolo, impossível de se ver em ação e, como um relâmpago, se esvaiu e segui adiante.

Um véu de luz corria aquele bosque e fazia o céu abrir ao fim da cerimônia, que foi única e marcante, envolta em palavras pensadas naturalmente para aquele momento. Das fotos à festa, tudo era levado como se uma energia coberta de brilho, que alegrava todos que aceitaram participar desse momento, fossem conduzidos noite adentro.

Me dei conta que ali renovava também meus votos com meu amor e, agora, com tudo que o cercava. No dia 21 de outubro de 2017, completamos (quase) 3 anos juntos. A festa tornou-se envolvente e hipnótica para nós. Por vezes, quando dançamos juntos, me sentia no interior do salão de um palácio, que só podia existir em sonhos, só ele e eu. Agora me sentia mergulhado de cabeça, como nunca tinha acontecido antes, na aventura chamada amor.

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Edu Alves
kayua
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