Você é a sua raiva?

Cali (Renato Caliari)
(di.de)vagar
2 min readJun 25, 2016

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É humano sentirmos variadas emoções, incluindo raiva, contudo a forma pela qual expressamos-as e reagimos a elas talvez possa tomar um rumo diferente, intencional e consciente. Podemos aceitar e deixar fluir a raiva sem nos apegar e nos definir por ela.

Um trecho de um texto pra pensar:

“Grande parte dos estudos da psicologia contemporânea demonstram que quando uma pessoa expressa raiva frequentemente, a expressão da raiva fica cada vez mais fácil. Expressar raiva se torna um hábito. Muitas pessoas assumem que dispõem de uma determinada quantidade de raiva e que não querem mantê-la dentro de si — querem expulsá-la, de alguma forma.

É como se a raiva fosse uma coisa sólida. Mas, na verdade, se observarmos com cuidado, descobrimos que a raiva não tem nenhuma solidez. Na realidade, a raiva é meramente uma resposta condicionada, que surge e se dissolve. Para nós, é crucial entendermos que quando nos identificamos com esses estados passageiros como se fossem sólidos e como se se fossem quem realmente somos, permitimos que eles nos governem, e somos compelidos a agir de formas que prejudicam a nós mesmos e aos outros.”

— Sharon Salzberg, em “Loving Kindness: The Revolutionary Art of Happiness”.

fonte: https://equilibrando.me/tag/raiva/

A questão não é sobre não sentirmos raiva e muito menos tentar forçar que ela desapareça. Não. Isso apenas causaria ainda mais foco e intensidade nela, mais apego e desconforto, podendo até mesmo causar mais emoções complexas como frustração e culpa.

A questão para refletirmos é o quanto nos identificamos com a raiva e reagimos a ela, o quanto nos habituamos a responder a esse estado emocional, tornando-se cada vez mais fácil repetir as mesmas atitudes?

Na próxima vez que você se perceber com raiva, que tal observar de perto essa emoção, com gentileza e atenção, e tentar não reagir a ela? Criar um intervalo de tempo, uma pausa nessa cadeia de acontecimentos automáticos, onde em vez de uma reação, consigamos observar e decidir intencionalmente como agir?

Um passo de cada vez, em outra direção, e aos poucos estaremos distante desses comportamentos viciados.

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